Saúde

Campanha destaca diagnóstico precose para evitar glaucoma

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O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) lançaram hoje (3) a campanha nacional “24 Horas pelo Glaucoma”, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoces do glaucoma. Essa é uma doença que provoca a atrofia do nervo óptico, responsável por conectar o olho ao cérebro, interrompendo, assim, a transmissão dos sinais entre esses dois órgãos e levando à cegueira. No geral, a doença ocorre devido ao aumento da pressão intraocular. Trata-se de um processo lento, que pode progredir durante anos, até o aparecimento dos primeiros sintomas, informou o presidente do CBO, José Beniz Neto.

O ponto alto da campanha ocorrerá no dia 22 deste mês, antes da celebração do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, comemorado a 26 de maio, com a realização de uma maratona nas redes sociais. O vice-presidente do CBO, Cristiano Caixeta, disse à Agência Brasil que no canal do CBO no You Tube, haverá em torno de oito módulos com debates relevantes para a população, sobre uso de medicamentos, regulação, acesso à saúde em função da avaliação do glaucoma, onde conseguir exames, entre outros temas.

Além disso, haverá dez salas de atendimento para a população com horário marcado, onde as pessoas poderão agendar sua teleorientação no período de 9h as 18h. Em salas privadas, as pessoas poderão conversar com médicos oftalmologistas e tirar dúvidas sobre o glaucoma. O evento conta com o apoio de várias entidades médicas e da sociedade civil, bem como de personalidades, como o ator Tony Ramos, os compositores Carlinhos Brown e Renato Teixeira, o jogador da seleção de vôlei Lucão, entre muitos outros.”Isso ajuda muito a população, quando ouve uma pessoa pública falar”.

Cegueira evitável

O glaucoma é a principal causa de cegueira evitável no mundo, observou Cristiano Caixeta. “A partir do momento em que você consegue trabalhar ou diagnosticar precocemente o indivíduo, você evita que esse paciente evolua para cegueira”. O ideal é conseguir diagnosticar a doença na atenção primária ou na atenção básica, porque o paciente não perderá a visão e terá um tratamento adequado pela equipe de oftalmologia”. Segundo Caixeta, há perto de 1,5 milhão de pessoas com glaucoma no Brasil, “fora a quantidade de pessoas não diagnosticadas”. No mundo, estima-se que em 2020 havia 80 milhões de pessoas com diagnóstico de glaucoma. Projeção da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira (IAPB, do nome em inglês) indica que o total de pacientes com glaucoma em todo o mundo chegará a 111,8 milhões, em 2.040, disse o oftalmologista, que é chefe desse serviço na Santa Casa de São Paulo.

A longevidade e o envelhecimento da população são fatores de risco para o glaucoma. A doença acomete, principalmente, pessoas acima de 40 anos de idade. “Quando a gente entende que acima dos 40 anos eu tenho 2% da população com glaucoma e quando tenho uma população de 70 anos essa incidência é de 8%, é fácil observar que a idade é um fator de risco importante para essa doença”, observou Cristiano Caixeta.

O médico destacou que quando se tem um parente de primeiro grau com glaucoma, a chance de uma pessoa desenvolver a doença é de sete a dez vezes maior do que uma pessoa que não teve ninguém na família diagnosticado com glaucoma. Por isso, Cristiano Caixeta destacou que é importante orientar a população para que não tenha medo e procure seu médico. “Na consulta, a pessoa deve informar ao oftalmologista que seu parente teve glaucoma”. O especialista vai medir a pressão ocular, fazer exame de fundo de olho e “cuidar com carinho” porque, na fase inicial, é muito fácil tratar a doença de forma correta. “A gente consegue controlar bem o glaucoma”. Reiterou que indo ao oftalmologista periodicamente, a pessoa diminui bastante o risco.

Tratamento

O tratamento do glaucoma é feito, primordialmente, à base de colírios, mas Cristiano Caixeta admitiu que podem também ser feitos procedimentos a laser para controlar a pressão ocular e, quando necessário, pode-se até pensar em cirurgias. “Você tem várias formas que vai escalonar de acordo com a gravidade e a necessidade de cada indivíduo”. Comentou que, infelizmente, as pessoas não levam muito a sério a doença, porque “o glaucoma é silencioso. Na maioria das vezes não dói, não coça, não arde, não incomoda. Só que, por essa perversidade da doença, o glaucoma é tão grave. Quando a pessoa percebe alguma coisa, já está em fase adiantada da doença”.

Como o brasileiro não tem o hábito de fazer consultas preventivas no oftalmologista, Caixeta disse que acaba fazendo consultas rápidas em óticas com pessoas que não são médicas. No glaucoma, a pessoa vai perdendo a visão da periferia para o centro. A pessoa perde a visão de tudo que está à sua volta, até chegar à cegueira total, numa evolução paulatina. A prática da medicina por pessoas não médicas agrava muito situações como essa, denunciou o oftalmologista. Para o vice-presidente do CBO, o exame oftalmológico é fundamental e as pessoas não devem abdicar de uma orientação médica.

Maiores informações sobre a campanha do CBO e da SBG podem ser acessadas no site. Várias personalidades deixaram ali recados para o público, com alertas sobre essa doença silenciosa que, sem tratamento, pode evoluir para a perda parcial ou total da visão.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Saúde

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Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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