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Presidente Lêda Borges elenca intensa agenda da Comissão da Criança e Adolescente durante o ano de 2021

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Garantir condições dignas de vida e crescimento a milhares de menores goianos. Esse foi o foco das matérias deliberadas pela Comissão da Criança e do Adolescente da Alego, durante todo o exercício de 2021. Nas três reuniões que realizou, o colegiado relatou, votou e aprovou 23 projetos de lei sobre temas variados, sendo 21 com pareceres favoráveis e apenas dois contrários. Atendendo às medidas sanitárias para a contenção da pandemia de covid-19, os encontros ocorrem todos em formato híbrido, sendo admitidas as participações presenciais e remotas dos membros. 

Dentre as reuniões, houve uma, em outubro, especialmente voltada para a eleição da nova presidência e vice-presidência, que foram assumidas, respectivamente, pelos deputados Lêda Borges (PSDB), então vice-presidente, e Cairo Salim (Pros). A mudança se deu após a cassação do mandato, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do então presidente do colegiado, o ex-deputado Vinícius Cirqueira, também do Pros.

A nova presidente, Lêda Borges, que presidiu apenas a última reunião do colegiado, realizada em novembro, fez um balanço positivo dos trabalhos. “A exemplo de 2020, o ano de 2021 foi de muito desafio em razão da pandemia da covid-19. Mas tivemos um ano produtivo na comissão. Em outubro, assumi a presidência e firmei, ainda mais, meu compromisso com este colegiado essencial, bem como com todas as crianças e adolescentes de Goiás. Infelizmente, tivemos poucos encontros, desde que assumi a presidência, mas o trabalho não parou.” 

A tucana ressaltou a importância de vários projetos deliberados, começando por destacar dois de autoria da deputada petista Delegada Adriana Accorsi, sendo um, de n. 3944/19, que dispõe sobre a divulgação de contatos dos Conselhos Tutelares e do Juizado da Infância e da Juventude em estabelecimentos comerciais do estado, e outro, de n. 3833/21,  que visa priorizar as vítimas menores de idade nas investigações de crimes contra a vida e desaparecimentos. Esta última também recebeu a denominação de Murilo Soares, em homenagem ao adolescente desaparecido em 2005.

Desaparecimentos

Segundo a justificativa do projeto, Murilo Soares Rodrigues desapareceu após uma abordagem policial da Rotam (Rondas Ostensivas Metropolitanas) no bairro Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. O adolescente, que tinha 12 anos, na época, e cursava então a sétima série do Ensino Fundamental, estava acompanhado do servente de pedreiro Paulo Sérgio Pereira Rodrigues, que tinha 21 anos. Os dois desapareceram após a abordagem.

O carro em que estavam, um Fiat modelo Pálio, foi encontrado, no dia seguinte, queimado, sem as rodas e sem os equipamentos de som. A perícia comprovou, na época, tratar-se de incêndio criminoso. “Até hoje não foram encontrados os corpos das vítimas. Além do caso do Murilo, em Goiás há diversos outros, de conhecimento público, de crianças e adolescentes vitimizados letalmente: caso do menino Danilo de Sousa Silva, Sabrina de Jesus Cabral, Ana Clara Pires Camargo, Maycon Castro de Paula, entre outras crianças e adolescentes. Desses, poucos inquéritos já foram concluídos”, informa a deputada Adriana Accorsi, na justificativa do projeto.

O documento revela ainda que, em Goiás, o número de ocorrências do gênero chega a cerca de dez por dia. “Segundo fontes e dados de 2018, nos anos de 2013 a 2018 foram dadas como desaparecidas 17.706 crianças e adolescentes, uma média de 3.541 casos anuais. Há uma preocupação ainda maior, pois 80% dos casos são do sexo feminino”, notifica a parlamentar na propositura.

Outros projetos

Lêda também citou outra propositura, esta assinada pelo deputado Jeferson Rodrigues (Republicanos) e denominada “Serviço Família Acolhedora“. A matéria, inscrita sob o processo de n. 5941/19, visa promover acolhimento familiar provisório a crianças e adolescentes em situação de privação temporária do convívio com a família de origem. Todas as propostas elencadas se encontram, atualmente, em fase de primeira discussão e votação plenária.

A presidente do colegiado destacou ainda, por fim, dois projetos de sua autoria. O primeiro, de n. 3951/19, dispõe sobre a política de incentivo à prática de velejamento por crianças e adolescentes carentes em Goiás; o outro, de n. 4999/20, cria o Programa de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher na Primeira Infância

“Esta é uma Comissão séria, respeitosa, importante e necessária. Nossa missão, enquanto parlamentar e presidente, é garantir os direitos das crianças e adolescentes. Temos, cada vez mais, a necessidade de pensar em formas alternativas de cuidado aos menores, não só no cenário goiano, mas em todo o Brasil. As crianças e adolescentes compõem um grupo vulnerável, que requer bastante cuidado, principalmente no sentido de promoção de políticas públicas. É preciso garantir acesso à educação, saúde, lazer e assistência social”, arrematou Lêda. 

A pauta de deliberações de 2022 já conta com duas matérias inscritas. Ambas aguardam a apresentação de relatório de mérito para serem avaliadas. São os projetos 5688/20 e 5426/21, assinados, respectivamente, pelos deputados Amilton Filho (Solidariedade) e Wilde Cambão (PSD). O primeiro visa impedir a contratação pública de pessoa condenada por abuso sexual contra menores e o segundo dispõe sobre a criação do Programa Órfão da Covid-19.

No relatório de encerramento das atividades do ano, foram expostas as expectativas do colegiado para 2022. “Esperamos avançar junto aos conselhos tutelares do estado, com o levantamento das principais necessidades e apoio para o recebimento de recursos. Adicionalmente, planejamos aprofundar as pesquisas para embasar a proposição de projetos de lei de qualidade e relevância para crianças e adolescentes goianos”, concluiu o documento.

Combate à violência

Medidas de contenção da escalada de violência doméstica contra menores seguiu sendo também um motivo de atenção especial dos trabalhos do colegiado. Segundo o canal de denúncias de violação aos direitos humanos do Governo Federal (Disque 100), até maio, foram notificadas mais de 35 mil denúncias envolvendo crianças e adolescentes. O número representa quase 60% do total de registros contabilizados ao longo do período. 

Como parte de suas atribuições, o próprio colegiado informa ter recebido, em dezembro, denúncia anônima de maus-tratos e negligência contra uma criança de Goiânia. O caso foi encaminhado ao conselho tutelar da região, que confirmou a veracidade do relato e emitiu notificação aos responsáveis. A comissão assegura que continuará acompanhando os desdobramentos do processo.

“Estamos passando por um momento extremamente delicado, em que as vulnerabilidades infantis ficaram ainda mais exacerbadas. Nosso trabalho enquanto parlamentar é justamente no sentido de dirimir essa dura realidade, prestando todo tipo apoio às nossas crianças, além de fiscalizar ações e cobrar do Poder Executivo Estadual políticas públicas sérias, que possibilitem condições dignas às crianças”, defendeu Lêda.

O aumento da violência em decorrência do isolamento social imposto pela crise sanitária do novo coronavírus foi o tema central de debate promovido durante o encontro nacional da Frente Parlamentar Interestadual de Mobilização Nacional Pró-Criança e Adolescente (Fenacria). O evento contou com a representação da Alego, por meio da participação de Lêda Borges. 

A reunião foi realizada em Campo Grande (MS), no dia 24 de novembro, e integrou a programação da 24ª Conferência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). “Foi um momento de muito aprendizado, durante a troca de experiências acerca de projetos de lei, legislação e medidas que fortalecem nosso trabalho e garantem os direitos deste grupo”, avaliou a presidente da comissão.

Em março de 2020, as escolas de todo o país fecharam as portas como medida preventiva e de contenção da disseminação do vírus. A medida, embora salutar para os propósitos sanitários, agravou a situação da violência doméstica, aumentando, por um lado, as violações contra crianças e adolescentes e dificultando, por outro, o acompanhamento dos casos envolvendo menores de idade. No estado de Goiás, as aulas em formato integralmente presencial foram retomadas apenas em novembro de 2021.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de um terço da população do estado de Goiás possui menos de 18 anos de idade. O contigente corresponde a quase dois milhões de indivíduos.

O colegiado

A Comissão da Criança e do Adolescente é um dos 15 colegiados temáticos que integram o Parlamento Goiano.  Dentre as atribuições a ela relacionadas pelo Regimento Interno da Casa, estão a competência para elaborar e analisar projetos que visem a proteção, a liberdade e o respeito aos direitos do menor de idade; a fiscalização da destinação dos recursos orçamentários para o atendimento às políticas relacionadas ao grupo; a investigação de denúncias de lesão ou ameaça aos direitos da criança e do adolescente; e a proposição de iniciativas e programas que visem a recuperação de menores infratores.

O colegiado é composto por sete membros titulares e sete suplentes. São titulares: Lêda Borges (PSDB), Cairo Salim (Pros), Amauri Ribeiro (Patriota), Bruno Peixoto (MDB), Delegada Adriana Accorsi, Jeferson Rodrigues (Republicanos) e Henrique Cesar (PSC). Na suplência estão: Antônio Gomide (PT), Charles Bento (PRTB), Francisco Oliveira (PSDB), Major Araújo (PSL), Paulo Cezar Martins (MDB), Sérgio Bravo (Pros) e Virmondes Cruvinel Filho (Cidadania).

Lista com todos os projetos deliberados pelo colegiado ao longo de 2021.

Em fase de 1ª votação

Processo 1095/19 – Deputada Delegada Adriana Accorsi e deputado Charles Bento – Dispõe sobre a obrigatoriedade da adoção de pulseiras de identificação em crianças de até 12 anos em eventos públicos realizados em locais abertos no estado de Goiás. 

Processo 1196/19 – Deputado Virmondes Cruvinel – Dispõe sobre a vedação de quaisquer tipos de discriminação à criança/adolescente com deficiência ou doença crônica nos estabelecimentos de ensino, em instituições públicas ou privadas em todo estado de Goiás e dá outras providências.

Processo 1808/19 – Deputada Delegada Adriana Accorsi – Dispõe sobre a criação do Banheiro Família.

Processo 3450/19 – Deputado  Dr. Antônio (DEM) – Torna obrigatória a comunicação de nascimentos sem identificação de paternidade à Defensoria Pública e ao Ministério Público de Goiás.

Processo 3453/19 – Deputado  Jeferson Rodrigues – Dispõe sobre a adoção de medidas de atendimento dispensadas a crianças e adolescentes pelas instituições responsáveis por perícias e exames de constatação de violência sexual.

Processo 3884/19 – Deputado  Bruno Peixoto – Altera a lei nº 19.519 de dezembro de 2016 que dispõe a respeito da obrigatoriedade de exigência do Cartão da Criança ou da Caderneta de Saúde da Criança no ato da matrícula dos alunos da Educação Infantil e da primeira etapa do Ensino Fundamental.

Processo 3939/19 – Deputada  Delegada Adriana Accorsi – Estabelece normas que visam a prevenção de desaparecimento de crianças e adolescentes, em suplementação ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

Processo 3944/19 – Deputada  Delegada Adriana Accorsi – Dispõe sobre a afixação de contatos dos Conselhos Tutelares e do Juizado da Infância e da Juventude em estabelecimentos comerciais, pelas razões que especifica.

Processo 3951/19 – Deputada  Lêda Borges – Dispõe sobre a Política de Incentivo à Prática de Velejamento por crianças e adolescentes carentes no estado de Goiás.

Processo 5941/19 – Deputado  Jeferson Rodrigues – Dispõe sobre o serviço de acolhimento familiar provisório de crianças e adolescentes em situação de privação temporária do convívio com a família de origem, denominado “Serviço Família Acolhedora”.

Processo 6133/19 – Deputado  Jeferson Rodrigues – Institui a Semana Estadual de Incentivo à Adoção de Crianças e Adolescentes .

Processo 1954/20 – Ex-deputado  Diego Sorgatto – Dispõe sobre o livre acesso, nos eventos públicos e privados, aos agentes de proteção da infância e juventude no âmbito do estado de Goiás.

Processo 2038/20 – Deputado  Virmondes Cruvinel – Institui a Política Estadual pela Primeira Infância de Goiás e dá outras providências.

Processo 3762/20 – Ex-deputado  Diego Sorgatto – Dispõe sobre a proibição de venda de seringas descartáveis a menores de 18 (dezoito) anos, no âmbito do estado de Goiás.

Processo 4109/20 – Deputado  Virmondes Cruvinel – Institui a Política Estadual “Criança Consciente e Adolescente Consciente”, com fins de informação e prevenção a violências e abusos sofridos por crianças e adolescentes.

Processo 4382/20 – Deputado  Delegado Eduardo Prado (DC) – Institui, no estado de Goiás, o “Selo Empresa Parceria da Juventude”.

Processo 4999/20 – Deputada Lêda Borges – Cria o “Programa de Enfrentamento à Violência contra a Mulher na Primeira Infância”, visando à conscientização de crianças.

Processo 5176/20 – Deputado  Virmondes Cruvinel – Dispõe sobre a criação do Observatório de Proteção Integral à Juventude no estado.

Processo 5222/20 – Deputado  Bruno Peixoto – Dispõe sobre a obrigatoriedade de reserva de assentos próximos para crianças, adolescente e seus responsáveis nos transportes públicos intermunicipais no estado de Goiás.

Processo 5278/20 – Deputado  Virmondes Cruvinel – Dispõe sobre a contratação de jovens em projetos e eventos esportivos e culturais no âmbito do estado de Goiás.

Processo 3833/21 – Deputada  Delegada Adriana Accorsi – Dispõe sobre a prioridade nas investigações para apuração de crimes contra a vida e desaparecimentos que tenham como vítima crianças e/ou adolescentes no âmbito do estado de Goiás. Denominada Murilo Soares.

Rejeitados

Processo 1992/20 – Deputado Dr. Antônio – Estabelece a obrigatoriedade de etiqueta de advertência para o uso moderado de telas eletrônicas por crianças de até 10 anos de idade.

Processo 2011/20 – Ex-deputado Diego Sorgatto – Dispõe sobre a procedência na tramitação dos procedimentos judiciais que tenham como objeto a adoção de menores.

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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