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Pela igualdade de direitos

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“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” Este é o mandamento que abre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O documento, promulgado em 1948, celebra, na data de hoje, 10 de dezembro, seus 73 anos de vigência. 

Em seus 30 artigos, o manifesto pactuado pelos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), após o fim da Segunda Guerra Mundial, visa garantir, mundialmente, a todos os indivíduos, acesso a condições dignas de sobrevivência e desenvolvimento em um ambiente de paz, liberdade, respeito e igualdade.

Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o documento fundamenta vários projetos de lei em tramitação. Somente neste ano, a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa analisou várias matérias referentes ao tema. Dentre elas, estão proposituras em defesa de mulheres, migrantes, trabalhadores, pessoas com deficiência, minorias étnico-raciais.

O presidente do colegiado, deputado Rafael Gouveia (Progressistas), destaca que a data de hoje é um momento importante para se promover debates em torno dessas pautas. “A declaração é um marco que vem para fortalecer a cultura de proteção e promoção dos direitos fundamentais da humanidade. Ao celebrá-la e divulgá-la, aumentamos cada vez mais as chances de acesso de todos a seus direitos. Defender os direitos humanos é ser a favor da vida. Neste dia 10 de dezembro aproveitamos para lembrar que a luta por um mundo mais justo, fraterno e igualitário deve ser diária”, salienta. 

Proteção à mulher 

Projeto de destaque aprovado pela comissão, foi o que tornou obrigatória, no estado de Goiás, a divulgação da Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) e do Serviço de Denúncia de Violações aos Direitos Humanos (Disque 100) nos estabelecimentos de acesso ao público. A matéria, de autoria das deputadas Adriana Accorsi (PT) e Lêda Borges (PSDB), entrou em vigor a partir da promulgação da Lei 21.048/21

Em justificativa, as deputadas esclarecem que a matéria visa universalizar o conhecimento sobre ambos os serviços. “Esses dois serviços, desde 2014, passaram a operar também como central de informações sobre os direitos das mulheres e sobre a legislação”, observam. As parlamentares alertam que a cada dois minutos, uma mulher é vítima de violência, no Brasil.

Política para migrantes

Dentre os projetos de lei citados, destaque para o de nº 2814/20, que visa instituir a Política Estadual para a População Migrante. De autoria da deputada Lêda Borges, a matéria, que recebeu o aval técnico da referida comissão temática em sua última reunião, aguarda agora a primeira fase de discussão e votação plenária. 

Na justificativa, a autora defende o respeito à diversidade e à interculturalidade e tenta impedir a violação de direitos ao reivindicar que os estrangeiros em busca de acolhida no estado, especialmente venezuelanos e haitianos, tenham o devido acesso às garantias fundamentais, aos benefícios sociais e aos serviços públicos. “Ao andarmos pelas principais avenidas de Goiânia, encontramos famílias de migrantes com crianças praticamente em toda esquina pedindo dinheiro (esmolas). O Governo do Estado precisa atuar mais intensamente em relação ao migrante, não podemos transferir toda responsabilidade para uma entidade filantrópica”, argumenta Lêda.

A deputada lembra que já existe, na esfera federal, legislação que regulamenta o tema  (Lei 13.445, de 24 de maio de 2017). Ela cita também lei municipal vigente na cidade de São Paulo (SP) e reivindica que o estado de Goiás possa ter regulação similar, para atuar dentro das competências e especificidades de sua esfera legislativa.

Combate à escravidão

Também tramita no colegiado, matéria que tenta ampliar os mecanismos de combate à ocorrência de empregos degradantes no estado. Por meio do processo de nº 1355/20, o deputado Antônio Gomide (PT) pleiteia, especificamente, que pessoa jurídica condenada pela prática de trabalho análogo à escravidão seja proibida de contratar com a administração pública estadual. 

A propositura, que aguarda o relatório do deputado Chico KGL (DEM), considera definição prevista no artigo 149 do Código Penal. O dispositivo legal enumera diversas situações laborais que podem ser tipificadas como análogas à escravidão, dentre estas: a submissão a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, atividades exercidas em local inadequado que ofereça riscos à saúde e à segurança ocupacional do trabalhador, restrição de liberdade, servidão por dívidas.

Ainda segundo a cláusula em tela, o crime é agravado nos casos em que envolver menores de idade ou ficar constatado preconceito racial, étnico, religioso ou de origem. 

Informação e inclusão

Outra matéria de destaque na pauta do colegiado é a que visa garantir o pleno direito de acesso à informação a pessoas com deficiência auditiva. Para que isso ocorra, o processo legislativo de 2847/20 tenta instituir a obrigatoriedade de inclusão de intérpretes da língua brasileira de sinais (Libras) em telejornais, propagandas e programas institucionais do Governo estadual, transmitidos nas emissoras televisivas.

De autoria do deputado Coronel Adailton (Progressistas), o projeto, que obteve o parecer favorável da comissão, aguarda agora a primeira fase de votação plenária. 

Igualdade étnico-racial

Outro projeto de interesse para a presente discussão é o de 5569/20, também assinado pela deputada Lêda Borges. A proposta visa instituir o “Programa de promoção da igualdade étnico-racial no mercado de trabalho”. 

Em justificativa, a autora apresenta dados de pesquisas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que revelam a dimensão das desigualdades ainda hoje existentes. O primeiro marcador é o salarial, com a população branca tendo recebido, em 2017, em média, 74% a mais do que a preta e parda. O segundo é referente à taxa de desemprego, que também afeta mais os dois últimos grupos do que o primeiro (os porcentuais são de 14,6%, 13,8% e 11,9%, respectivamente). O terceiro é referente à posição hierárquica das atividades exercidas, com os brancos tendo ocupado, em 2019, 70% dos cargos de chefia.   

Lêda traz ainda outros vários dados, como os que mostram a desigualdade no mercado formal de trabalho, com os brancos representando 38,9% dos trabalhadores com carteira assinada, contra 32,22% de pretos e pardos, que também conta com menor remuneração em todos os segmentos analisados. “Só entre o primeiro e segundo trimestres de 2020, 6,4 milhões de pessoas negras saíram da força de trabalho (enquanto a população branca representa 2,4 milhões de pessoas nessa situação)”, arremata a parlamentar.

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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