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Ouvidorias viabilizam interlocução entre sociedade e Estado, diz OGU

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Criadas para viabilizar o diálogo entre sociedade, profissionais e órgãos públicos e privados, as ouvidorias desempenham papel crucial na manutenção de ambientes saudáveis, inclusivos, diversos e colaborativos.

Inserido no Brasil na década de 80, o termo ombudsman tem origem sueca e pode ser traduzido como “representante do cidadão”. Com o tempo, a função ganhou nome mais popular – ouvidor – e tornou-se obrigatória em locais que prezam pela qualidade dos serviços e do atendimento ao público. Hoje, 16 de março, é comemorado o Dia Nacional do Ouvidor – data que remete à importância da autoavaliação interna e da reflexão sobre os serviços prestados.

A Agência Brasil conversou com o ouvidor-geral da União (OGU), Valmir Dias, sobre a relevância do papel de ouvidor e as transformações geradas na sociedade a partir da troca de experiências e resultados entre a sociedade e as instituições. Confira:

O ouvidor-geral da União, Valmir Dias O ouvidor-geral da União, Valmir Dias

O ouvidor-geral da União, Valmir Dias – Ouvidoria-Geral da União

Agência Brasil – O dia é do ouvidor, mas o foco está sempre no cidadão. O que o ouvidor-geral da União sugere para aprimorar esse diálogo com a sociedade e tornar mais próxima essa relação?

OGU – O primeiro ponto é que cada ouvidoria pública seja incansável na solução das demandas recebidas e que, conjuntamente com o acolhimento no atendimento, pavimente a construção da confiança para um diálogo mais efetivo entre cidadão e Estado. O aprimoramento desse diálogo é fundamental para que o usuário de serviços públicos esteja no centro da decisão estatal. A comemoração do Dia Nacional do Ouvidor possibilita ampliar o debate para dar maior visibilidade à importância dessa interlocução. Parabenizo todos os profissionais de ouvidoria, que a cada dia trabalham para a ampliação da democracia participativa.

Agência Brasil – As ouvidorias exercem o papel de canal de comunicação entre o poder público e a sociedade. A Lei 13.460/2017 (Código de Defesa do Usuário de Serviços Públicos) completa cinco anos em junho. Passado esse tempo, já podemos falar em empoderamento social?

OGU – Essa lei é um marco extremamente importante para avanços no empoderamento social, especialmente pelo estabelecimento de mecanismos de proteção e defesa dos direitos de usuários de serviços públicos – incluindo formas de participação social. No caso de ouvidorias, a lei materializou o esforço de agentes e instituições que, por anos, pavimentaram o caminho para o fortalecimento de uma política nacional de ouvidorias, que passa a ser viabilizada pelo estabelecimento de competências gerais para ouvidorias públicas em todos os entes e poderes. A criação da ouvidoria do sistema do Poder Executivo Federal, o SisOuv, a instucionalização da Rede Nacional de Ouvidorias, que congrega mais de 2,2 mil entidades, são exemplos que têm estreita relação com a tutela de confiança – prioridade constante em uma ouvidoria pública.

Agência Brasil – A implantação das ouvidorias em nível municipal ainda é um desafio?

OGU – Sim, dada a amplitude da nossa federação, que conta com 5.570 municípios dos mais variados portes e peculiaridades. Apesar disso, podemos observar grande interesse dos municípios em avançar na institucionalização de ouvidorias. No âmbito da Rede Nacional de Ouvidorias, temos mais de 1,8 mil unidades municipais que aderiram à plataforma Fala.br para recebimento de manifestações em órgãos e entidades. Isso facilita inclusive a utilização do usuário, que conta com a mesma interface para se dirigir a órgãos federais e outros entes que usam o site voluntariamente. No âmbito da rede, foram aprovadas normas-modelo de proteção aos denunciantes, de implementação de ouvidorias e até normas operacionais de processos internos que podem orientar a estruturação de unidades municipais.

Agência Brasil – A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) chegou para garantir direitos ao cidadão. Como isso pode ser assegurado por ouvidorias?

OGU – A LGPD contempla todo o ciclo de vida da informação pessoal. Isso sem dúvida deu maior visibilidade quanto à proteção de dados pessoais e à minimização na coleta de dados. As ouvidorias já tinham a necessidade de observância à proteção de informações pessoais, necessidade que é operacionalizada pela plataforma Fala.br, usada pelo Poder Executivo Federal. A plataforma conta com mecanismos de preservação de elementos de identificação, requisitos de segurança e rastreabilidade no acesso a esses dados – tudo compatível com os comandos da LGPD. Recentemente, a CGU emitiu enunciado que orienta órgãos e entidades nesse sentido. Observamos que há uma harmonização sistemática entre a LGPD e a Lei de Acesso à Informação, que garante tanto o exercício dos direitos dos titulares de dados pessoais quanto o exercício cidadão de acesso a informações públicas.

Agência Brasil – Sobre o Dia Nacional do Ouvidor, que reflexões acredita serem possíveis sobre a importância da função e quais os impactos dos serviços prestados?

OGU – Mais do que uma data para comemorar a importância, o Dia Nacional do Ouvidor é uma oportunidade de reflexão quanto à ampliação de meios para o exercício da participação cidadã e da resolutividade das demandas individuais, que contribuem para a construção de soluções coletivas. Para que isso seja possível é necessário um quadro profissional qualificado e comprometido com a missão da ouvidoria pública. Assim, é imprescindível reconhecer e parabenizar os agentes que tornam possível a interlocução do cidadão com o Estado.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC Geral

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Educação

Em função da calamidade no Rio Grande do Sul, Governo adia Concurso Público Nacional Unificado

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A nova data será anunciada quando houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional

Em razão da situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será adiado em todo o país. A nova data vai ser anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 3 de maio, pela ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck.

A decisão foi tomada de forma coletiva, após análise das condições no Rio Grande do Sul, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Procuradoria-geral do Estado do Rio Grande do Sul, além do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A oficialização da medida foi efetivada a partir de um Termo de Acordo (confira em anexo).

“Essa decisão de adiamento busca garantir a integridade dos participantes, inclusive sua integridade física nas regiões onde seria impossível o deslocamento. Mas é uma integridade em todas as dimensões, preservando a vida das pessoas e também conferindo segurança jurídica ao concurso, que é algo essencial para todo mundo que está prestando concurso”, afirmou Esther Dweck.

A ministra assegurou que nos próximos dias, após a resolução das questões logísticas envolvidas, será anunciada a nova data. “Não temos uma nova data. Eu quero deixar claro que podemos, nas próximas semanas, divulgar a nova data. Nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite dar uma nova data com segurança. A gente imagina que algumas semanas, ou até menos, a gente consiga divulgar a nova data”, enfatizou.

A ministra Esther Dweck enfatizou que a solução é a mais segura para todos em todo o país, ao garantir as mesmas chances para todos os candidatos em todos os lugares. “O adiamento reforça o compromisso do governo com a construção de um país melhor, um país mais inclusivo, com respeito ao próximo e a construção de uma democracia com a cara do Brasil. Por isso a gente não pode deixar ninguém de fora”, declarou Dweck.

O governo ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária” Paulo Pimenta, ministro da Secom

EMERGÊNCIA – Para o ministro Paulo Pimenta, a decisão, além de garantir isonomia a todos os candidatos, permite ao Governo Federal focar ainda mais os esforços na ajuda humanitária necessária ao Rio Grande do Sul. “O governo federal ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento da prova em todo Brasil. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária”, disse.

O ministro afirmou que o foco do Governo Federal está no resgate das vítimas e restabelecimento das condições básicas de infraestrutura, como desobstrução de vias e restabelecimento de serviços essenciais, como energia elétrica e comunicações. Ele destacou que, devido à continuidade das chuvas, ainda não é possível calcular o alcance total dos danos. “Isso é aquilo que chamamos de segunda etapa: trabalho de reconstrução. E esse levantamento dos valores se dará a partir do plano de trabalho apresentado por cada município e pelo estado, mediante homologação da defesa civil”.

Pimenta disse que não há um valor acordado, mas assegurou que o Governo Federal não estabelecerá um limite para os recursos e irá prover o suporte financeiro necessário para a reconstrução das cidades. “O que o presidente Lula afirmou ontem é que não há limite definido. Vamos disponibilizar o recurso necessário para que, nas questões de responsabilidade do Governo Federal, todos os pleitos de reconstrução sejam atendidos”, declarou. Pimenta e o ministro da Integração de do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, voltam neste sábado para o Rio Grande do Sul para instalar um escritório de governo no estado.

ENEM DOS CONCURSOS – Conhecido como Enem dos Concursos por sua abrangência, o Concurso unificado tem mais de 2,14 milhões de inscritos de todas as regiões do país. Eles vão concorrer a 6.640 vagas em 21 órgãos da Administração Pública Federal. Quando remarcadas, as provas devem ocorrer em 228 municípios de todos os estados e no Distrito Federal.

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