Saúde
Obras O réptil melancólico e O que a casa criou vencem Prêmio Sesc
O paraense Fábio Horácio-Castro, com o romance O réptil melancólico, e o pernambucano Diogo Monteiro, com a coletânea de contos O que a casa criou são os ganhadores da edição 2021 do Prêmio Sesc de Literatura. O anúncio foi feito hoje (18).
Considerado um dos mais importantes prêmios literários do país na descoberta de escritores inéditos, o Prêmio Sesc de Literatura recebeu este ano a inscrição de 1.688 livros, sendo 850 na categoria romance e 838 em conto. O cronograma não foi afetado pela pandemia, porque foi todo executado por trabalho remoto, esclareceu o analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc, Henrique Rodrigues. Por isso, o resultado pôde ser divulgado no prazo previsto.
A origem dos autores vencedores, por outro lado, reafirma o estímulo dado pelo Prêmio Sesc à diversidade e sua capacidade de projetar escritores de todas as regiões do país. Os livros dos dois vencedores serão publicados em outubro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação. Os livros terão tiragem inicial de 2 mil exemplares. Desde a sua criação, em 2003, mais de 16 mil livros foram inscritos e 31 novos autores foram revelados.
Em sua 18ª edição, o concurso é considerado referência por críticos literários, escritores brasileiros, além de ser visto como uma grande porta de entrada para o mercado editorial no Brasil.
Henrique Rodrigues informou que a premiação foi criada em 2003 e acabou se consolidando como o principal prêmio do país para autores iniciantes. “Este ano, os vencedores foram das regiões Norte e Nordeste e consideramos essa diversidade excelente para a cena literária nacional”, disse Rodrigues. Segundo ressaltou, ao dar oportunidades aos novos escritores, o Prêmio Sesc de Literatura impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional.
Detalhes
O romance O réptil melancólico trata de colonialidade, colonialismo e colonização, das alegorias sobre a Amazônia e da Amazônia como alegoria. A narrativa parte do retorno de Felipe para sua cidade, após longa estadia fora do país. Ele seguira para o exílio na primeira infância, levado por sua mãe, militante política perseguida e torturada pelo regime militar brasileiro. Nesse processo de retorno, restabelece contato com a família paterna, particularmente com seu primo Miguel, que está fazendo o caminho oposto: o de partir da cidade.
Já O que a casa criou é um livro sobre o espanto. Seus 16 contos, inclusive o que dá nome à obra, tratam sobre a possibilidade de se encontrar o inusitado a qualquer momento, na virada de uma esquina ou no abrir de uma porta. São histórias sobre a fragilidade do real e do nosso confortável conceito de realidade, e sobre como a quebra dessa normalidade age sobre pessoas, lugares e coisas.
O paraense Fábio Horácio-Castro é jornalista de formação, tem 52 anos, e atua como professor universitário. “É a minha primeira participação no Prêmio Sesc e não esperava vencer na categoria. Escrevo mais sobre pesquisas relacionadas à Amazônia. Como eu tinha um projeto deste livro, aproveitei o isolamento da pandemia, finalizei a obra e me inscrevi. Fiquei muito contente com o retorno”, celebrou.
O pernambucano Diogo Monteiro, de 43 anos, também jornalista, trabalha com pesquisa de opinião e estratégia. “Sempre escrevi e participava de algumas coletâneas, mas nunca tinha pensado no Prêmio Sesc. Este ano, tive um livro infantojuvenil publicado pela primeira vez, o Relógio de Sol. Agora, será a segunda vez que coloco uma obra para o público, na categoria conto”, informou.
Edição: Bruna Saniele
Saúde
Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes
Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças
Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.
A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.
Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.
A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.
Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.
Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás
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