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Cresce população de antas na natureza, no estado do Rio de Janeiro

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Extinta há cerca de 100 anos, a população de antas volta a crescer no estado do Rio de Janeiro. Na quinta-feira (4), foi registrado o quarto filhote de anta livre na natureza pelas equipes dos projetos Refauna e ANTologia, na área do Parque Estadual dos Três Picos e Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu. Esse é o segundo filhote nascido este ano e deve ter entre 4 e 5 meses de idade.

O último registro oficial de anta no estado foi em 1914. O trabalho de reintrodução começou a ser planejado em 2016, com a chegada das primeiras antas à região ocorrendo em 2017, para serem soltas no início de 2018. A preparação é muito longa, disse hoje (8) à Agência Brasil a bióloga Joana Macedo, coordenadora do Projeto ANTologia, que está patrocinando a reintrodução das antas com recursos de Furnas Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras. Um dos aspectos que torna a reintrodução de antas desafiadora é a reprodução lenta desses animais. A gestação dura 13 meses para o nascimento de um único filhote que, depois de nascer, acompanha a mãe por cerca de um ano e meio.

População

Graças aos esforços para trazer de volta esse animal às matas fluminenses, atualmente são 12 antas vivendo soltas, sendo quatro que já nasceram em liberdade. O trabalho é feito também junto à população do entorno, para que os animais sejam bem recebidos. Em setembro próximo, chegará mais um casal e, até o final de dezembro, é esperado outro casal.

O mais novo filhote foi registrado em vídeo andando com sua mãe, no monitoramento efetuado por armadilhas fotográficas em uma área que foi reflorestada em 2013 pelo Projeto Guapiaçu. Cada nascimento é muito comemorado pela equipe, e a sobrevivência dos filhotes indica o sucesso do trabalho de reintrodução da espécie. Joana Macedo explicou que as mães antas são muito protetoras e só têm segurança para andar com os filhos pelas trilhas quando eles estão maiores. “É uma questão de proteção da mãe”.

Risco

A felicidade com o nascimento de mais um filhote de anta vem acompanhada, entretanto, de preocupação. Joana informou que nos últimos tempos as armadilhas fotográficas têm registrado a presença de caçadores armados. Isso ocorreu na mesma trilha e no mesmo dia em que o filhote passou com sua mãe. “Pelas fotos, a impressão que a gente tem é que está vindo gente de fora para caçar por ali”, disse a coordenadora.

Segundo Joana Macedo, normalmente o monitoramento detecta gente passando pelas trilhas, em sua maioria turistas ou pescadores que usam os lagos da região para pescar à noite. Agora, porém, tem ficado muito frequente encontrar gente andando armada na floresta, com roupas camufladas. “Está bem preocupante. Isso tem aumentado muito”.

Para os pesquisadores, isso é reflexo da política de flexibilização de licenças para armas de fogo, que fez aumentar em 474% o número de registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) nos últimos anos, de acordo com o Anuário de Segurança Pública. O fato foi denunciado ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que tem contato direto com a Polícia Ambiental e pode realizar as ações pertinentes.

Segundo a coordenadora do Projeto ANTologia, um dos problemas do aumento expressivo do acesso às armas de fogo é pôr em risco a fauna local, incluindo as espécies ameaçadas de extinção, além da equipe que trabalha em campo. “É triste para os que trabalham pela conservação da biodiversidade, mas seguimos nessa luta, torcendo pela segurança desse filhote de anta e de todos os animais silvestres que enriquecem nossas florestas”.

Até hoje não foi registrada nenhuma anta perdida para caça. Joana admitiu, contudo, que há animais que migram para fora da área monitorada e a reserva perde suas informações. A preocupação é grande porque o trabalho e a reintrodução dos animais na natureza têm custos elevados, requerem muito planejamento e exigem uma equipe grande de profissionais, indicou.

Meta

A meta dos pesquisadores é estabelecer uma população de 50 antas vivendo não só no Parque dos Três Picos, mas em todo o maciço florestal que forma o mosaico central da Mata Atlântica fluminense, que reúne várias unidades de conservação contíguas, incluindo animais adultos e nascimentos. “Esse é o número mágico que a gente quer alcançar. É um trabalho de longo prazo”. Todos os animais são microchipados e levam um colar de monitoramento com GPS e rádio.

A reintrodução das antas é uma iniciativa dos Projetos Refauna e ANTologia, com financiamento de Furnas, parceria da Reserva Ecológica de Guapiaçu e apoio da Secretaria de Educação de Cachoeiras de Macacu. O Projeto Refauna tem o objetivo geral de restaurar a Mata Atlântica do Rio de Janeiro, sua fauna de mamíferos e as interações ecológicas. Já o Projeto ANTologia faz parte do Plano de Ação Nacional para Conservação de Ungulados, que são animais de cascos ímpares, como antas, rinocerontes, cavalos, burros, zebras.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Lula segue para o Rio Grande do Sul, acompanhado de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário

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Estado registra 329 municípios atingidos e 686.482 pessoas afetadas. A frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguiu para o Rio Grande do Sul na manhã deste domingo, 5 de maio, acompanhado por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário. O grupo se une aos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que já estão no estado e acompanham de perto as ações de socorro e assistência do Governo Federal à população gaúcha.

Embarcaram com o presidente a primeira-dama, Janja Lula, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também seguem para o Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

Neste domingo, durante o Regina Caeli (uma das peças da liturgia católica, denominadas “antífonas marianas”), o Papa Francisco manifestou solidariedade e dirigiu suas orações aos povos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afetados pelas fortes chuvas e enchentes.

Atualizações nas ações de socorro e assistência ao Rio Grande do Sul

Ministério da Defesa
Resgate de pessoas isoladas em Lajeado, Encantado, Taquari, Estrela, Nova Santa Rita, Montenegro, Sinimbu, Canoas, Bento Gonçalves, Campo Bom e São Sebastião do Caí. Em São Gabriel, Bagé, Alegrete e Cristal, também foram realizadas operações de apoio à reestruturação de imóveis destruídos e realocação de pessoas desabrigadas. Em Candelária e São Valentim do Sul, o contingente ainda realizou a desobstrução de vias. Em Restinga Seca, atuaram para o lançamento de uma ponte e restituição dos acessos. Em Porto Alegre e Cachoeira do Sul, atuaram no apoio à organização e distribuição de doações e aos abrigos de desabrigados. Foram realizados 9.749 resgates nos últimos dias, sendo 402 aéreos, 2.340 fluviais e 7.007 terrestres – 69 pessoas demandaram um trabalho de evacuação aeromédica. São 647 militares das Forças Armadas envolvidos nas operações, sendo 426 do Exército, 155 da Marinha e 66 da Força Aérea.

Força Aérea Brasileira (FAB)
Nesta madrugada, a aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC). Decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ) com destino à Base Aérea de Canoas, transportando geradores, banheiros químicos, barracas operacionais, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que vão prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção da assistência à população gaúcha. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares do GALC, que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas. A atuação desse efetivo tem a finalidade de apoiar logisticamente as operações na calamidade pública.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
No balanço da manhã, a PRF apontou a previsão de reforço de 75 agentes no efetivo envolvido nas operações. Até o momento, estão destacados 99. A força relatou extrema dificuldade de movimentação do efetivo em razão dos pontos bloqueados. Estão empregadas na operação 20 viaturas e três aeronaves. Cento e cinquenta resgates terrestres já foram realizados e 54 pessoas (e três animais) demandaram resgate aéreo.

BALANÇO — De acordo com a última atualização do governo estadual, são 329 municípios atingidos e já são 686.482 pessoas afetadas. O estado contabiliza 79.253 desalojadas e outras 14.447 pessoas em abrigos, com 72 mortes, 150 feridos e 103 desaparecidas.

PREVISÃO DO TEMPO — De acordo com os órgãos de monitoramento e previsão hidrometeorológica — Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) — a frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná.

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