Geral
Ceilândia e Guará recebem oficinas da revisão do Pdot
Ceilândia e Guará receberão, neste sábado (9), as próximas oficinas temáticas da revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). A primeira reunião será das 8h30 ao meio-dia, no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC) Bernardo Sayão, na QNN 28 de Ceilândia.
Já o segundo encontro será das 14h30 às 18h, na Escola Técnica do Guará Professora Teresa Ondina Maltese (Cepag), na EQ 17/19 do Guará II.
No CAIC Bernardo Sayão, serão convidados para debater o futuro do Distrito Federal os moradores de Taguatinga, Brazlândia, Samambaia, Sol Nascente/Pôr do Sol e Ceilândia. No Cepag, são esperados os moradores do Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Águas Claras, SCIA/Estrutural, SIA, Vicente Pires, Arniqueira e Guará.
As reuniões vão ocorrer tanto de forma presencial como virtual. As inscrições para participar pessoalmente já estão disponíveis no site do Pdot, preenchendo o formulário com nome, CPF, e-mail para contato e a cidade onde mora. Devido à pandemia, a quantidade de participantes presenciais será limitada a 100 pessoas para cada oficina.
Em Ceilândia, serão convidados os moradores de Taguatinga, Brazlândia, Samambaia, Sol Nascente/Pôr do Sol e Ceilândia. No Guará II, são esperados os moradores do Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Águas Claras, SCIA/Estrutural, SIA, Vicente Pires, Arniqueira e Guará
Já o debate virtual será feito pela plataforma Zoom. Ele ocorrerá simultaneamente ao presencial e será transmitido, no dia do evento, pelo canal no Youtube da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), chamado Conexão Seduh. O link estará disponível no portal do Pdot.
A ideia é a população discutir os principais desafios enfrentados em sua cidade, com atividades e questionamentos que serão propostos aos participantes. “Essas próximas oficinas são em cidades muito populosas, a exemplo de Ceilândia, Samambaia e Taguatinga e, ao mesmo tempo, em cidades com realidades bem particulares, como Brazlândia e Estrutural. A ideia é ouvir a população de cada local, discutindo as problemáticas, assim como os pontos positivos de cada um”, explicou a subsecretária de Políticas e Planejamento Urbano (Suplan), Sílvia de Lázari.
Regras
Os inscritos para a reunião presencial deverão se apresentar no local com seu documento de identificação antes do início da reunião. Faltando 15 minutos para começar o evento, serão liberados os lugares não ocupados pelos inscritos para aqueles que não fizeram inscrição prévia. Não será ultrapassado o número total permitido nas reuniões presenciais, em cumprimento às regras sanitárias contra a Covid-19.
Os não inscritos deverão pegar senha no local e se manterem em fila para o caso de serem convidados para preencher uma vaga. Neste caso, será feita uma chamada por senha que, se não for atendida, seguirá para a próxima e assim sucessivamente.
Oficinas
Ao todo, serão sete oficinas temáticas organizadas pela Seduh, sempre aos sábados, nos períodos da manhã e tarde. A primeira já foi realizada em Santa Maria. Elas são promovidas em uma região administrativa que representa um grupo de cidades, intitulada Unidade de Planejamento Territorial (UPT).
A expectativa é que a administração regional de cada UPT também disponibilize uma sala onde será transmitida on-line a reunião, para aqueles que não puderem ir presencialmente.
Confira abaixo o cronograma com as sete oficinas:
*Com informações da Seduh
Geral
Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino
No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.
Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural
A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.
O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.
Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.
“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.
A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.
PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.
“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.
A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.
Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.
CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.
Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.
“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.
O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.
“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.
A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.
AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.
As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.
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