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Pelas crianças e adolescentes

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O conselheiro tutelar é o profissional responsável pela investigação, atendimento, defesa e proteção relacionados aos direitos das crianças e dos adolescentes, dentro dos Conselhos Tutelares. O cargo foi criado em 1990, por determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para a garantia da segurança e bem-estar da população infantil, por meio de medidas protetivas. 

De acordo com o artigo 136 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, as atribuições do Conselho Tutelar são: atender e aconselhar pais ou responsáveis e promover a execução de suas decisões, podendo requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança e representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.

E ainda: encaminhar ao Ministério Público (MP) notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente; à autoridade judiciária os casos de sua competência; providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, para o adolescente autor de ato infracional; expedir notificações; requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário e assessorar o Poder Executivo local na elaboração de propostas para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.

O Conselho Tutelar também pode representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos e ao MP para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. Também é função do órgão promover e incentivar ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. 

“Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família”, estipula o parágrafo único do artigo 136 da referida Lei.

Para celebrar os profissionais que atuam na área, foi instituída, pela Lei nº 11.622, de 19 de dezembro de 2007, o Dia Nacional do Conselheiro Tutelar. A data reforça a importância da atuação dos conselheiros, além de homenagear os escolhidos para desempenhar a função, tendo em vista que, para ocupar o cargo, é necessário passar por processo seletivo e votação comunitária.

Desafios

Conselheira tutelar da região Centro-Sul e atual presidente dos 30 conselhos de Goiânia, Roselei Monteiro afirma que o dia 18 de novembro ainda é uma data de pouca comemoração. Isso porque, segundo a profissional, a atuação de zelar pelo direito das crianças, realizada pelo conselheiro tutelar, é pouco divulgada pela mídia. Além disso, ela destaca os vários desafios enfrentados no cotidiano, durante o desempenho da função.

A presidente evidencia que, de 2020 para 2021, houve um aumento de 30% em ameaças contra conselheiros tutelares e recorda o assassinato de Rafael Rodrigues, ex-conselheiro da região leste da capital goiana, com cinco tiros. “A gente está buscando dar ênfase para isso, porque nós não trabalhamos com nenhum tipo de segurança. O conselheiro tutelar não tem segurança nenhuma”, pontua a profissional.

A conselheira também chama a atenção do Poder Público para a necessidade de melhorias com relação à estrutura dos órgãos. “A gente trabalha numa condição mínima, garantindo muito. Se a gente tivesse mais condições, com certeza a gente garantiria mais direitos ainda.”

E dentre os diversos casos de comoção existentes, inclusive de repercussão a nível nacional, a presidente ressalta a importância da empatia e do amor ao próximo durante as operações, além do conhecimento ao ECA e a busca constante de capacitações. “A gente não pode deixar que a emoção tome conta. Temos sempre que olhar pela razão.”

Atuação parlamentar

A deputada Lêda Borges (PSDB), presidente da Comissão da Criança e do Adolescente no Legislativo goiano, afirma que os conselheiros tutelares desempenham uma função de extrema importância na garantia dos direitos das crianças e adolescentes, com diligência ao cumprimento da lei, em prol de uma sociedade mais justa e democrática no auxílio aos mais fracos e vulneráveis. 

A peessedebista coloca que o compromisso da Casa de Leis é atuar em conjunto com os conselheiros. “Nossa missão enquanto parlamentar é garantir esses direitos às crianças. Temos, cada vez mais, a necessidade de pensar em formas alternativas de cuidado às crianças não só no cenário goiano, mas em todo o Brasil. As crianças compõem um grupo vulnerável que requer bastante cuidado, principalmente no sentido de promoção de políticas públicas.” 

Dentre as diversas proposituras voltadas às crianças e adolescentes, em trâmite na Assembleia Legislativa de Goiás, algumas estão relacionadas ao cuidado e assistência social. Dentre elas, a proposta de nº 3944/19, de autoria da deputada Adriana Accorsi (PT), visa instituir a obrigatoriedade de os estabelecimentos comerciais de Goiás afixarem, em locais de grande visibilidade, os contatos dos Conselhos Tutelares e do Juizado da Infância e da Juventude. 

De acordo com a propositura, o objetivo é facilitar a comunicação ao órgão de proteção competente, de circulação de crianças desacompanhadas dos pais ou de responsáveis, como forma de prevenção a situações de abusos, sequestros e demais tipos de violência. “Muitas vezes, o criminoso age na displicência dos responsáveis presentes, tornando-se ainda maiores os riscos quando uma criança circula desacompanhada”, pontua a legisladora, em sua justificativa.

A parlamentar também visa, por meio do projeto de nº 5428/21, instituir a campanha “Maio Laranja”. A ação é voltada para o incentivo à realização de atividades que possam conscientizar, prevenir, orientar e combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. 

De autoria do deputado Cláudio Meirelles (PTC), o projeto de nº 5572/20 propõe a criação do programa “Menores conscientes”. O objetivo é conscientizar crianças e adolescentes para a distinção de gestos gentis e correções de abusos e violências. Desse modo, quando houver alguma violação de seus direitos, os menores saberão como e onde pedir ajuda. 

Com teor semelhante, a proposta de nº 4804/20, de autoria da deputada Lêda Borges, apensada ao projeto de lei nº 4109/20, do deputado Virmondes Cruvinel (Cidadania), versa sobre a criação dos programas “Criança consciente” e “Adolescente consciente”, com fins de informação e prevenção a violências e abusos sofridos por crianças e adolescentes. 

Na mesma linha, o deputado Humberto Aidar (MDB) apresentou o projeto de nº 5027/21, que trata sobre a capacitação escolar de crianças e adolescentes para identificação e prevenção de situações de violência intrafamiliar e abuso sexual. O objetivo é capacitar crianças e adolescentes em escolas públicas, por meio de conteúdo que permita o treino para a identificação, detecção e prevenção de situações de violência intrafamiliar e abuso sexual.

Pandemia

Com a chegada de pandemia da covid-19, onde houve a necessidade do isolamento social, as crianças se tornaram ainda mais vulneráveis. De acordo com o especialista no Direito da Criança e do Adolescente, ex-presidente dos Conselhos Tutelares de Goiânia e ex-conselheiro tutelar da região Norte, Rondinelly-Ná Barbosa, houve uma grande crescente nas questões do abandono de incapaz e abuso sexual, o que contribui para que negligências fiquem à deriva.

“É um número alarmante que vem assustando a nossa população. Devemos ficar de olho e atentos à proteção dessas crianças que estão sofrendo, principalmente, abuso e abandono”, frisa Rondinelly. 

Segundo a presidente da Comissão da Criança e Adolescente, deputada Lêda Borges, o momento deixou as vulnerabilidades infantis ainda mais exacerbadas. Por esse motivo, são necessárias políticas públicas que visam proteger e amparar este público. “Nosso trabalho enquanto parlamentar é justamente no sentido de dirimir essa dura realidade, prestando todo tipo de apoio às nossas crianças, além de fiscalizar ações e cobrar do Poder Executivo estadual políticas públicas sérias, que possibilitem condições dignas às crianças”, enfatiza.

Nesse sentido, os deputados Lêda Borges e Wilde Cambão (PSD) tiveram a iniciativa de propor, por meio dos projetos apensados de nº 5551/21 e 5426/21, a instituição do programa “Órfãos da covid-19”. As proposituras, apensadas, visam criar políticas públicas que minimizem os prejuízos financeiros e psicológicos sofridos por crianças e adolescentes que perderam os pais ou responsáveis para a covid-19.

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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