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Mato Grosso do Sul: clima seco e quente dificulta combate a incêndios

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A baixa umidade relativa do ar e as temperaturas elevadas vêm favorecendo o surgimento de focos de incêndios em diferentes regiões do Mato Grosso do Sul, incluindo o Pantanal sul-mato-grossense.

Só nos últimos dias, bombeiros militares, brigadistas e voluntários foram mobilizados para tentar apagar as chamas que se espalham por diferentes áreas de cinco cidades: Água Clara, Bela Vista, Brasilândia, Corumbá e Porto Murtinho.

Segundo o Corpo de Bombeiros, das cinco principais frentes de combate ao fogo, a situação mais crítica é a de Porto Murtinho, onde as chamas já atingiram a terra indígena Kadiwéu e ameaçam avançar sobre propriedades rurais. Na região, os bombeiros se dividiram em quatro frentes para tentar debelar as chamas.

“Tivemos sucesso na região da Ingazeira, onde o fogo está praticamente controlado. Porém, surgiu mais um foco de grandes proporções mais ao sul deste”, informou, hoje (24), o comandante da Operação Portal do Pantanal, dos Bombeiros, o tenente-coronel Fernando Carminatti. “A situação também estava praticamente controlada na região mais ao norte [de Porto Murtinho], entretanto, esta madrugada, o fogo evoluiu e, agora, um grande foco está sendo combatido com a ajuda de proprietários rurais.”

Na semana passada, ao menos oito pontes de madeira foram incineradas entre Porto Murtinho e a cidade vizinha, Corumbá, município sul-mato-grossense com a maior porção territorial de bioma Pantanal e onde, segundo o próprio governo estadual, foram registrados 502 focos de calor entre 1º de janeiro e 25 de julho (contra 2.595 ocorrências registradas no mesmo período de 2020, o maior número registrado desde 2017).

Na quinta-feira (19), o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, disse haver indícios de que os incêndios foram criminosos. “Isso está nas mãos da Polícia de Mato Grosso do Sul. Vamos investigar e buscar os responsáveis. Não estamos falando apenas do patrimônio público, mas também sobre o direito das pessoas de ir e de vir, afinal, não podemos deixar as comunidades isoladas”, disse o secretário.

Diretor da organização não governamental (ONG) Instituto Homem Pantaneiro, gestora de áreas protegidas no pantanal sul-mato-grossense, Angelo Rabelo disse à Agência Brasil que, em algumas regiões do Pantanal menos atingidas pelas queimadas do ano passado, o acúmulo de material orgânico favorece o surgimento de incêndios de grandes proporções.

“Este ano, a situação do Pantanal se apresenta mais crítica em função das condições climáticas ainda mais adversas. Principalmente em regiões como Porto Murtinho, Nabileque [ao sul de Corumbá] e da Serra da Bodoquena, que não foram tão atingidas em 2020, o fogo vem alcançando grande escala”, comentou Rabelo.

Na região do Paraguai Mirim, próxima a Corumbá, equipes estão desde ontem fazendo o rescaldo de parte da área atingida por um grande incêndio que neste domingo começou a ser controlado. Já em Brasilândia, na região Leste do estado, o fogo segue consumindo parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cisalpina, na divisa com o estado de São Paulo. As chamas surgiram na unidade de conservação de responsabilidade da Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp) na última terça-feira (17).

De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde o início da atual temporada de incêndios no estado, mais de 445 bombeiros militares foram mobilizados para enfrentar as chamas, além de brigadistas, voluntários, 162 viaturas e 12 aeronaves. “Diariamente são feitas avaliações para traçar as melhores estratégias de combate e ações a serem executadas a fim de preservar o Meio Ambiente”, explica a corporação, em nota.

Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), é possível que, a partir da próxima quarta-feira (25), uma frente fria supere a massa de ar quente e seco, provocando chuvas, refrescando a temperatura e favorecendo, ao menos temporariamente, o trabalho de combate às chamas em parte do estado.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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