Distrito Federal

Mães da assistência social. Quando amar supera todos os limites

Publicado

em


“Nossas mãos ainda encaixam certo. Peço um anjo que me acompanhe. Em tudo eu via a voz de minha mãe. Em tudo eu via nóis”. Esse é um trecho da música Mãe, na qual o cantor Emicida narra momentos com Dona Jacira, sua própria mãe. A canção poderia relatar facilmente o cotidiano na vida de muitas mulheres acompanhadas pela Política de Assistência Social no Distrito Federal.

Um dos programas que caracteriza isso é o Mãe Social. Elas atuam profissionalmente fazendo o papel de mãe para crianças e adolescentes, incluindo o aleitamento materno, quando é o caso de crianças recém-nascidas.

“É difícil considerar isso como um trabalho. Eu moro aqui e vivo cada minuto aqui. Não sinto qualquer diferença entre os filhos sociais e os biológicos. O amor é o mesmo”, conta emocionada Maria Aurise, uma das mães sociais que atua na Casa de Acolhimento Lar de Eurípedes, em Brazlândia.

A Política de Assistência Social é voltada para o fortalecimento de laços da família e o empoderamento e autonomia feminina | Imagem: Divulgação/Sedes

No Lar de Eurípedes, há três residências, comandadas por mulheres à frente, onde são atendidas até dez crianças em cada uma. Em todo o DF, são mais de 100 trabalhadoras que atuam em alguma das 27 unidades ofertantes desse serviço.

“É a capacidade de amar para cuidar e, maior ainda, para saber que a partida vai ser boa para eles” Vânia Campos, participante do programa Família Acolhedora

Partida com alegria

Outra iniciativa muito importante é a Família Acolhedora. Nesse caso, por alguma necessidade de resguardar e preservar os laços afetivos, o menor passa a ficar em um lar temporário.

“É a capacidade de amar para cuidar e, maior ainda, para saber que a partida vai ser boa para eles”, destaca Vânia Campos, participante do programa com cinco crianças já acolhidas desde o ano passado. “Tive um casal de filhos, e um deles faleceu há alguns anos. Faço isso por ele. Ele quem me dá forças para continuar”, complementa a moradora de Vicente Pires ao projetar um sexto acolhimento.

No Família Acolhedora, as famílias voluntárias são selecionadas, capacitadas, cadastradas e acompanhadas pela equipe técnica do Serviço de Acolhimento da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), em parceria com o Instituto Aconchego.

Elas vão oferecer e garantir, temporariamente, cuidados individualizados em ambiente familiar e afetuoso para crianças de 0 a 6 anos de idade que estão afastados do convívio familiar, por conta de medida protetiva. Ao todo, 57 crianças passaram por alguma das 37 famílias aptas no DF. Nove foram adotadas.

As mulheres são o ponto focal da Política de Assistência Social, pois são as chefes de famílias e as responsáveis por declararem as informações para o Cadastro ÚnicoMayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social

Em busca de autonomia

As casas de passagem de Brasília, vinculadas ao programa Acolhimento Institucional, também promovem a autonomia de mães que, por algum motivo, atravessam um período complicado da vida.

“Quero arrumar um emprego para poder seguir minha vida com meus filhos. Um dia, eles vão olhar para mim e dizer: ‘Tenho muito orgulho da minha mãe’. É só o que eu quero”, sonha Madalena Almeida, acolhida na unidade para família do Guará II, juntamente com o filho mais novo. Os outros três estão em locais destinados a sua faixa etária ou em outras famílias acolhedoras.

São 13 residências com 520 vagas. Trata-se de um lar temporário e transitório para pessoas em situações de rua ou de vulnerabilidade, onde são atendidas por equipe multidisciplinar, com assistentes sociais, pedagogos, psicólogos e educadores, por exemplo.

Para a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, são programas voltados para o fortalecimento de laços da família e para o empoderamento e autonomia feminina. De acordo com a dirigente da pasta, as mulheres são o ponto focal da Política de Assistência Social, pois são as chefes de famílias e as responsáveis por declararem as informações para o Cadastro Único.

Gestora pública e mãe, Mayara se sensibiliza com todas essas mulheres que precisam ir além para dar o melhor aos filhos. “Eu poderia estar acompanhando todo o desenvolvimento do meu Mateus: os primeiros passos e as primeiras palavras. Mas decidi lutar de forma que outras mães alcancem a autonomia necessária para dar as mesmas oportunidades a seus filhos”, destaca a secretária.

Exemplo de superação

Marisângela Melo, moradora de Águas Claras, é mãe do estudante Gustavo. Ela nunca precisou da assistência social, mas há oito anos se viu em uma situação em que precisou se reinventar como mãe e mulher.

Era um fim de semana quando o marido, Rafael, foi vítima de um trágico acidente na via que segue para Brazlândia. “Semanas antes do Rafilds [apelido de Rafael] partir, eu só cuidava da casa. Quando me vi sozinha com um filho pequeno e várias contas chegando, percebi que não podia parar”, conta a hoje microempresária, dona de uma lanchonete especializada em cachorros-quentes na cidade, que leva o apelido do marido, e da qual ela tira o sustento da família.

Pela Política de Assistência Social, mesmo com todas essas diferentes formas da maternidade, o ser mãe é único. É quem entrega o coração para dar carinho, amor, orientação, passar valores e princípios para seus filhos. É quem acompanha e apoia o desenvolvimento deles para que se tornem adultos independentes e responsáveis no futuro.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social

Fonte: Governo DF

Comentários do Facebook
Continue lendo
Propaganda
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Distrito Federal

Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

Publicados

em


No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA