Saúde

Fase Emergencial: taxa de isolamento em SP continua abaixo do esperado

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O primeiro dia de funcionamento da Fase Emergencial em São Paulo não significou aumento considerável na taxa de isolamento do estado. Ontem (15), a taxa de isolamento em todo o estado foi de 43% – apenas um ponto percentual acima da segunda-feira anterior (8). Os dados de hoje (16) ainda não foram divulgados.

Apenas uma entre as 645 cidades do estado atingiu taxa satisfatória de isolamento: São Joaquim da Barra, com 64%. Foi a única cidade do estado a ultrapassar a marca dos 60%, média que o governo paulista considera satisfatória para reduzir a propagação do novo coronavírus. Em seguida aparecem as cidades de Mococa (57%), Batatais (56%), São José do Rio Pardo (55%) e São Sebastião (55%). Somente 14 das 645 cidades do estado tiveram taxa de isolamento igual ou superior aos 50%.

O governo de São Paulo considera que a taxa ideal de isolamento é de 70% – o que, na avaliação do estado, é suficiente para ajudar a diminuir a transmissão do novo coronavírus. Esta meta, no entanto, nunca foi atingida.

Níveis de isolamento entre 55% e 60% – como foram registrados entre março e maio de 2020 -, apesar de inferiores à meta estabelecida, são considerados satisfatórios pelos critérios estabelecidos. 

Durante o primeiro trimestre de 2021, a taxa de isolamento social no estado se manteve abaixo desses valores e chegou a 50% – o mais alto já obtido. A taxa, porém, foi atingida apenas durante três dias: em 3 de janeiro (50%), em 7 de março (51%) e no último domingo (14), novamente com 50%. Os dias de domingo apresentam, historicamente, taxas maiores de isolamento em relação aos outros dias da semana.

Plano São Paulo

O Plano São Paulo é um plano de retomada econômica que divide o estado em etapas. Essas fases vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).

Desde que entrou em funcionamento no estado, no início de junho do ano passado, as taxas de isolamento começaram a cair.

No início da pandemia, em março do ano passado, quando o governo de São Paulo decretou o início da quarentena, as taxas de isolamento chegaram a alcançar o índice de 59%. Mas no último final de semana de maio – um dia antes do início da implantação do Plano São Paulo – a taxa já havia caído para 53%. Desde então, a taxa nunca mais voltou a alcançar esse nível, nem mesmo em um domingo. No mês de novembro de 2020, ela alcançou o menor patamar histórico, em torno de 45% [aos domingos].

Do final de novembro para cá, o governo de São Paulo registra crescimento nos casos de coronavírus, situação que se intensificou a partir de fevereiro deste ano. Há três semanas o estado registra recordes de pessoas internadas. Atualmente, há mais de 10 mil pessoas em leitos de unidades de terapia intensiva (UTI).

Com o excesso de internações e recordes de mortes e de casos, o governo paulista decidiu colocar todo o estado na Fase Vermelha do Plano São Paulo desde o dia 6 de março, onde só serviços considerados essenciais podem funcionar. Mas isso não significou aumento considerável na taxa de isolamento. Na segunda-feira anterior a esse decreto (1o), a taxa média de isolamento no estado era de 39%. Na segunda-feira seguinte (8), ela chegou a 42% – números distantes dos considerados satisfatórios.

O governo, então, decidiu aumentar as restrições da Fase Vermelha com a chamada Fase Emergencial, iniciada ontem (15). Com isso, foram suspensas as aulas na rede pública – que permite que escolas fiquem abertas apenas para a alimentação da população vulnerável.

Cultos e celebrações religiosas coletivas foram proibidos nessa etapa. Jogos de futebol e demais atividades esportivas também foram paralisados. 

Apesar dos esforços, o reflexo no isolamento foi de apenas um ponto percentual em relação à segunda-feira anterior, e de apenas 4% em relação ao dia 1o de março, antes da decretação da Fase Vermelha.

Números da capital

Na capital, a taxa de isolamento somou 42% ontem, um ponto percentual acima dos 41% registrados no dia 8 de março, quando teve início a Fase Vermelha, e 4% acima dos 38% registrados no dia 1o de março.

A taxa ainda é baixa, mas já vem demonstrando efeitos no trânsito. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a média de lentidão no trânsito ontem foi de 13 km, com a circulação de quatro mil veículos. Na segunda-feira anterior (8), a lentidão foi maior, de 28 km, com 5,6 milhões de veículos circulando pela cidade.

Já os ônibus da capital transportaram ontem 1,5 milhão de pessoas, segundo a SPTrans, que administra o sistema. Há uma semana, os ônibus da capital transportaram mais gente: 1,69 milhão.

De acordo com a SPTrans, a demanda de passageiros atingiu 52% na semana passada. Nesta semana, com o início da Fase Emergencial, ela caiu para 46% de demanda.

Para evitar as aglomerações no transporte público, o governo paulista chegou a sugerir um escalonamento no horário de trabalho dos serviços essenciais que ainda são permitidos durante a  Fase Emergencial. Os horários indicados são das 5h às 7h para profissionais da indústria, 7h às 9h para os de serviços e 9h às 11h para os do comércio. A medida, no entanto, é apenas uma recomendação e ainda não tem sido cumprida.

A Agência Brasil buscou obter também os balanços da movimentação no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) após o decreto da fase emergencial, mas não obteve retorno até este momento.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Fonte: EBC Saúde

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Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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