Política

Abaixo o preconceito!

Publicado

em

Viver ainda é um ato de resistência para a comunidade negra do país, e o Dia da Consciência Negra, que é celebrado em 20 de novembro, foi criado em referência à morte de Zumbi, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, em Pernambuco. Ele ficou conhecido como símbolo de resistência à escravidão no Brasil e foi morto em 1695.

Os movimentos sociais que atuam em prol da igualdade racial, que formam o movimento negro, desempenha papel fundamental para a consolidação dessa data, que tem o intuito de conscientizar a população negra e a sociedade sobre a força, a resistência e o sofrimento que o povo negro viveu e vive no país desde a colonização.

Escravizado que virou símbolo da luta do povo negro contra a escravidão, Zumbi dos Palmares, que nasceu na então Capitania de Pernambuco, região que atualmente pertence ao município de União dos Palmares, em Alagoas, foi morto em batalha contra a Coroa Portuguesa, e teve a cabeça cortada, salgada e exposta pelas autoridades no Pátio do Carmo, em Recife. O objetivo da exposição foi desmentir a misticidade da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.

Legislação

O Brasil foi o país que por mais tempo manteve a escravidão de negros como mão de obra. Esse fato resume um fator que leva milhares de vidas negras a terem menos acessos básicos, respeito aos seus direito humanos e discriminações e violências de diversos gêneros. Tanto nas instituições quanta na estrutura de um país racista. Mas, apesar do retrocesso podemos destacar leis que nos leva a acreditar em mais dignidade para a população negra, indígena, quilombola, cigana entre outros povos tradicionais brasileiros.

Instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra remete ao dia em que Zumbi foi morto aos 40 anos de idade. A data é, portanto, fruto da reivindicação de valorização de um símbolo histórico nacional, Zumbi, mas também serve a profundas reflexões sobre a discriminação e o racismo estrutural enfrentados pela população negra no Brasil.

Ciente da discussão em sala de aula, em 2003 foi sancionada a Lei 10.639/03 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da presença da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”. A assinatura ocorre graças aos anos de lutas dos movimentos sociais, em especial do Movimento Negro.

Outro destaque é a Lei 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo, que pune todo tipo de discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade. Em seu artigo 3º, a lei prevê como conduta ilícita o ato de impedir ou dificultar que alguém tenha acesso a cargo público ou seja promovido, tendo como motivação o preconceito ou discriminação. Por exemplo, não deixar que uma pessoa assuma determinado cargo por conta de raça ou gênero. A pena prevista é de dois a cinco anos de prisão. A lei, também, proíbe que instituição privada negue emprego por razão de preconceito. Esse crime está previsto no artigo 4º da mesma lei, e com mesma previsão de pena.

Atuação parlamentar

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o porcentual de brasileiros que se autodeclaram pretos ou pardos atualmente é o maior já registrado, sendo de 46,3% e 9,1%, respectivamente. Sendo assim, mais da metade da população, aproximadamente 55,4%, se reconhece como negra. Considerando esse público, que ainda sofre com as desigualdades, a Assembleia Legislativa de Goiás tem pautado e aprovado projetos destinados a essa parcela da população.

Os parlamentares buscam, por meio dos projetos de lei, combater a discriminação em Goiás. É sobre isso que o projeto nº 1231/20, de autoria da deputada Delegada Adriana Accorsi (PT), trata. A proposta está em fase de votação final e prevê punição a todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado em Goiás por qualquer pessoa, jurídica ou física, inclusive a que exerça função pública.

De autoria do presidente da Casa, deputado Lissauer Vieira (PSD), a matéria de nº 1345/20 chama a atenção para atos discriminatórios contra o cabelo crespo, uma discussão oriunda de pesquisa acadêmica desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Tendo como objeto de pesquisa o cabelo crespo, a transição capilar, o racismo e entidade negra, foi possível perceber, em discussões junto ao Coletivo Rosa Parks, que é um grupo de extensão em Estudos e Pesquisas sobre Raça, Etnia, Gênero, Sexualidade e Interseccionalidades ligado à UFG, a necessidade de uma legislação eficiente com relação à proteção da população negra e de sua liberdade de expressão estética e identitária”, justifica o projeto.

Em Goiás, a Lei nº 21.076, de 31 de agosto de 2021 prevê multar torcedores e clubes de futebol em casos de racismo nos estádios ou localidades relacionadas à torcida. O objetivo é lidar com o tema de forma preventiva, através da conscientização e a expansão do poder punitivo com multa para os torcedores e os times de futebol. Os infratores poderão ser penalizados, sempre garantindo a prévia e ampla defesa, com as seguintes sanções: advertência; multa ao torcedor de R$ 1,1 mil a R$ 5,5 mil; em caso de reincidência é R$ 1,1 mil, podendo dobrar se houver reincidência sucessiva. Já o clube infrator pode receber multa de R$ 22 mil a R$ 33 mil, e R$ 66 mil em caso de reincidência, dobrando o valor se houver reincidência sucessiva também. 

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

Comentários do Facebook
Continue lendo
Propaganda
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

Publicados

em

Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA