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FAO: integridade do ecossistema garantirá água, alimentos e energia

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Água, energia e alimentos estão diretamente correlacionados. Nesse sentido, eventos que afetam qualquer um dos três elementos refletem também nos demais. A busca pelo equilíbrio entre esses elementos essenciais para o planeta e para a vida é premissa fundamental que deve ser levada em conta por todos.

Esta foi a síntese da apresentação feita nesta terça-feira (14) pelo diretor de Terra e Água das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Jippe Hoogeveen, durante o primeiro Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, em Foz do Iguaçu, no Paraná.

O encontro reúne, até esta quarta-feira (15), autoridades de diversos setores e países e representantes da sociedade civil e do setor privado, além de especialistas em água, energia, ecossistemas terrestres e mudanças climáticas.

Beber, usar e comer

Hoogeveen iniciou a palestra apresentando algumas referências sobre o consumo humano diário de água. “Consideramos ‘essencial’ que cada pessoa beba 2 litros de água por dia. E consideramos ‘abundante’ quando esse consumo é de 4 litros. Já para uso doméstico em geral, o essencial é o consumo de 40 litros diários por pessoa, enquanto o abundante é de 400 litros”, disse o diretor da FAO.

“Já o consumo essencial de água diário por pessoa para alimentar-se varia de mil a 5 mil litros [variação entre o que é considerado essencial e abundante], se considerarmos a evapotranspiração [perda de água causada pela evaporação a partir do solo e pela transpiração das plantas] necessária [até que o alimento chegue à mesa]”, acrescentou.

Irrigação

Segundo o diretor da FAO, boa parte da água usada para a produção de alimentos não vem de chuvas, mas de irrigação. “Há 340 milhões de hectares de terras irrigadas, o que corresponde a 20% das áreas cultivadas [do planeta]. Desse total, 40% são usados para produção agrícola e 60% para produção de grãos”, disse.

“Claro que irrigação é fundamental para colheitas em regiões onde há pouca incidência de chuvas, uma vez que possibilita dobrar ou triplicar colheitas em regiões onde as chuvas só possibilitariam uma colheita por ano. Além disso, intensifica a produção em terrenos de menor dimensão”, acrescentou Hoogeveen.

Dessa forma, a irrigação acaba por reduzir riscos e incertezas decorrentes das variações climáticas e, consequentemente, possibilita investimentos em outras demandas dos produtores, como sementes, fertilizantes e proteções para a colheita, além de possibilitar colheitas com maior valor agregado, acrescentou ele ao lembrar que fertilizantes e pesticidas representam gastos relevantes para os produtores.

Energia solar

Na palestra, Hoogeveen destacou que, por ser mais barato, o custo da energia elétrica, ou obtida por meio de combustíveis fósseis, acabou por inibir a adoção da energia solar para extração de água e, consequentemente, evitou maior exploração excessiva de lençóis freáticos.

Como viver bem?

“Do total da energia usada na agricultura, 30% são voltados para a produção de alimentos e a cadeia de suprimentos”, detalhou o dirigente da FAO, ao lançar uma reflexão à plateia sobre “como viver bem com água, alimentos e energia”.

Ele próprio tentou responder. “Não há apenas uma perspectiva predominante. Há que considerar a correlação [entre esses três elementos]. Precisamos equilibrar diferentes interesses e objetivos de uso dessas fontes. Para tanto, uma coisa é certa: é fundamental mantermos a integridade do ecossistema.”

*O repórter viajou a convite da Itaipu Binacional.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Geral

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Educação

Em função da calamidade no Rio Grande do Sul, Governo adia Concurso Público Nacional Unificado

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A nova data será anunciada quando houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional

Em razão da situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será adiado em todo o país. A nova data vai ser anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 3 de maio, pela ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck.

A decisão foi tomada de forma coletiva, após análise das condições no Rio Grande do Sul, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Procuradoria-geral do Estado do Rio Grande do Sul, além do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A oficialização da medida foi efetivada a partir de um Termo de Acordo (confira em anexo).

“Essa decisão de adiamento busca garantir a integridade dos participantes, inclusive sua integridade física nas regiões onde seria impossível o deslocamento. Mas é uma integridade em todas as dimensões, preservando a vida das pessoas e também conferindo segurança jurídica ao concurso, que é algo essencial para todo mundo que está prestando concurso”, afirmou Esther Dweck.

A ministra assegurou que nos próximos dias, após a resolução das questões logísticas envolvidas, será anunciada a nova data. “Não temos uma nova data. Eu quero deixar claro que podemos, nas próximas semanas, divulgar a nova data. Nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite dar uma nova data com segurança. A gente imagina que algumas semanas, ou até menos, a gente consiga divulgar a nova data”, enfatizou.

A ministra Esther Dweck enfatizou que a solução é a mais segura para todos em todo o país, ao garantir as mesmas chances para todos os candidatos em todos os lugares. “O adiamento reforça o compromisso do governo com a construção de um país melhor, um país mais inclusivo, com respeito ao próximo e a construção de uma democracia com a cara do Brasil. Por isso a gente não pode deixar ninguém de fora”, declarou Dweck.

O governo ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária” Paulo Pimenta, ministro da Secom

EMERGÊNCIA – Para o ministro Paulo Pimenta, a decisão, além de garantir isonomia a todos os candidatos, permite ao Governo Federal focar ainda mais os esforços na ajuda humanitária necessária ao Rio Grande do Sul. “O governo federal ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento da prova em todo Brasil. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária”, disse.

O ministro afirmou que o foco do Governo Federal está no resgate das vítimas e restabelecimento das condições básicas de infraestrutura, como desobstrução de vias e restabelecimento de serviços essenciais, como energia elétrica e comunicações. Ele destacou que, devido à continuidade das chuvas, ainda não é possível calcular o alcance total dos danos. “Isso é aquilo que chamamos de segunda etapa: trabalho de reconstrução. E esse levantamento dos valores se dará a partir do plano de trabalho apresentado por cada município e pelo estado, mediante homologação da defesa civil”.

Pimenta disse que não há um valor acordado, mas assegurou que o Governo Federal não estabelecerá um limite para os recursos e irá prover o suporte financeiro necessário para a reconstrução das cidades. “O que o presidente Lula afirmou ontem é que não há limite definido. Vamos disponibilizar o recurso necessário para que, nas questões de responsabilidade do Governo Federal, todos os pleitos de reconstrução sejam atendidos”, declarou. Pimenta e o ministro da Integração de do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, voltam neste sábado para o Rio Grande do Sul para instalar um escritório de governo no estado.

ENEM DOS CONCURSOS – Conhecido como Enem dos Concursos por sua abrangência, o Concurso unificado tem mais de 2,14 milhões de inscritos de todas as regiões do país. Eles vão concorrer a 6.640 vagas em 21 órgãos da Administração Pública Federal. Quando remarcadas, as provas devem ocorrer em 228 municípios de todos os estados e no Distrito Federal.

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