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Covid-19: Fiocruz recebe bancos de células e vírus para produzir IFA

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O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) recebeu hoje (2), no Rio de Janeiro, um banco de células e outro de vírus para iniciar a produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina contra a covid-19. A fabricação do insumo tornará o país autossuficiente na produção da vacina Oxford/AstraZeneca na Fiocruz, substituindo o IFA importado da China.

Ao receber os bancos, a presidente da fundação, Nísia Trindade, comemorou a produção do IFA como uma forma de dar autonomia à produção da vacina e fortalecer o complexo econômico e industrial da Fiocruz. 

“Esperamos dar, de uma forma significativa, mais essa contribuição ao nosso país e apoiar o esforço global de controle dessa pandemia e de superação desse grave quadro de crise”, disse.

Os bancos de células e vírus são a base para a produção do IFA e chegaram ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro às 8h03, vindos dos Estados Unidos. O banco de células foi enviado em nitrogênio líquido, mantido a uma temperatura de aproximadamente -150ºC, e o banco de vírus em gelo seco, a cerca de -80ºC.

Descongelamento

O descongelamento do material será a primeira etapa do trabalho, que passará por uma série de passos de produção e controle de qualidade que duram cerca de 45 dias. A vacina Oxford/AstraZeneca utiliza adenovírus de chimpanzé modificados geneticamente para carregar informações genéticas do coronavírus e despertar a resposta imune do corpo humano. 

Esses vírus precisam ser multiplicados em biorreatores, em ambiente controlado, e filtrados para a produção de um concentrado viral puro que é novamente congelado para aguardar a formulação da vacina, quando é diluído em outras substâncias como termoestabilizadores capazes de fazer com que a vacina resista em refrigeradores comuns.

Bio-Manguinhos produzirá dois lotes de pré-validação e três de validação do IFA, que precisarão ser verificados pela AstraZeneca em um teste de comparabilidade que será feito no exterior.

Além disso, a Fiocruz vai abrir um novo processo de submissão contínua para alterar o registro da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência reguladora precisa autorizar a mudança no local de fabricação do IFA para que as doses possam começar a ser entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que está previsto para outubro. 

Até o momento, Bio-Manguinhos já recebeu os certificados de Boas Práticas de Fabricação (cBPF) e de condições técnico-operacionais (CTO), que permitem o início da produção, mas não são o suficiente para autorizar a aplicação das doses na população.

O diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, estima que a capacidade de produção de IFA na Fiocruz poderá permitir a fabricação de 15 milhões de doses por mês. O instituto vai iniciar a produção em grande escala antes da aprovação da Anvisa, para já ter um estoque de doses prontas quando a agência autorizar o uso. 

Plataforma revolucionária

O vice-presidente de produção e inovação da Fiocruz, Marco Krieger, ressaltou que o Brasil começará a produzir IFA nacional de uma plataforma tecnológica revolucionária.

“Estamos vendo uma revolução no mundo nesse campo das vacinas. A ciência deu uma resposta muito rápida e temos aqui a satisfação de, no primeiro ano em que essas tecnologias estão sendo utilizadas no enfrentamento da emergência sanitária, temos a oportunidade de fazer a produção 100% nacional”, disse ele. 

Acrescentou que “a gente precisa pensar em usar as novas tecnologias para os novos desafios, mas também para os velhos problemas. Receber a tecnologia tem um duplo significado para a gente usar essa tecnologia em vários cenários associados à saúde pública”.

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: EBC Saúde

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Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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