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Como nasceu a educação pública no Distrito Federal

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Publicação revela boa parte da história da instalação das escolas em Brasília | Publicação

A Secretaria de Educação (SEE) elaborou um amplo estudo das escolas públicas existentes na capital federal quando dos primeiros anos da cidade. O resultado está nas 250 páginas do documento A Instalação das Escolas no Distrito Federal – Década de 1960. Lá se encontra parte da história da educação do DF, vista como prioridade na capital do país, antes mesmo dos anos 1960.

Por meio de pesquisas e dos levantamentos feitos pela Subsecretaria de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação, o estudo apresenta as primeiras escolas de Brasília como pertencentes a Goiás. Antes da transferência da capital federal para o Planalto Central, essas instituições de ensino, situadas em acampamentos das construtoras que trabalhavam no desenvolvimento da nova cidade, passaram a ser incorporadas ao Distrito Federal. Ficavam, então, em Planaltina e Brazlândia.

As escolas que ficavam em Planaltina e Brazlândia foram incorporadas ao DF quando a capital foi transferida para o Planalto Central, em 1960

“O estudo conta um pedaço importante da história da educação pública no DF”, resume o secretário de Educação, Leandro Cruz. “Conta como foi o começo, [fala sobre] as condições daquela época. Pretendemos transformá-lo num livro, numa publicação oficial da Secretaria de Educação para ser legada à cidade.”

A publicação apresenta um sumário bem detalhado de 218 unidades educacionais do DF – entre essas, escolas que iniciaram as atividades até 1960, no período de 1961 a 1969 e após essa data. O subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação, Ernany Almeida, também reforça a importância do estudo: “É de muita valia para toda a Secretaria de Educação. Além de sua funcionalidade administrativa, que ajudará o trabalho de nossas equipes, entendemos que toda história e memória afetiva que fazem parte da construção dessa grande rede devem ser preservadas e divulgadas”.

O trabalho dá continuidade à pesquisa Escolas pioneiras de Brasília: A instalação das primeiras instituições educacionais até a inauguração da nova capital, publicada na Edição nº 1 da Revista ComCenso. O texto também traz um breve histórico das escolas que existiam até a data da inauguração de Brasília, com informações da época e mais atuais. A proposta foi esclarecer as alterações existentes na denominação de cada uma das escolas, para fins de adequação às mudanças do sistema de ensino.

Criação das escolas

Para chegar à publicação de A Instalação das Escolas no Distrito Federal – Década de 1960, foram pesquisadas 218 unidades de ensino existentes à época. Desse total, 12 delas (5,50%) foram criadas e iniciaram suas atividades antes desse período.

O Grupo Escolar nº 1, fundado em 18 de outubro de 1957, na Candangolâdia, foi a primeira escola da rede pública de ensino do DF

Ao todo, oito escolas foram criadas nos anos 1960 e iniciaram suas atividades posteriormente, e outras seis começaram a funcionar no decorrer dos anos, mas foram fundadas na década seguinte; e a maioria delas – 192 (88,07%) – foi inaugurada e iniciou atividades na própria década.

A pesquisa também mostrou que, atualmente, 142 dessas instituições estão ativas, 66 inativas e dez foram incorporadas ou transformadas. Do total de escolas investigadas, 182 eram urbanas; e, das 36 escolas rurais identificadas, nove foram criadas dessa maneira e atualmente são consideradas como urbanas, enquanto as outras 27 permanecem como unidades do campo.

Pioneirismo

No DF, a primeira escola da rede pública de ensino foi criada em 18 de outubro de 1957, na Candangolândia. Era o Grupo Escolar nº 1 (GE-1), posteriormente conhecido como Escola Júlia Kubitschek em homenagem à mãe do presidente Juscelino Kubitscheck, que também era professora. As 480 crianças da unidade estudavam em turno integral, com três horas extras de atividades sociais. O projeto arquitetônico, de Oscar Niemeyer, foi executado em 20 dias. Posteriormente, a escola foi extinta.

Wilma Péres Tredicci foi a primeira gestora da Escola Classe 06, de Taguatinga, em 1963. Ela lembra com carinho dos tempos da fundação do local e dos momentos vividos como professora e na direção da unidade educacional.

“Tenho saudade da época em que estava nessa escola”, conta ela, que atualmente tem 94 anos. “Era uma equipe muito bacana, com professoras amigas. Batalhamos muito para deixar tudo organizado para as crianças, mas devagarzinho tudo foi ficando bom. Eu me lembro muito bem de cada aluno que passou por lá.”

A EC 06 de Taguatinga permanece ativa até hoje. A unidade educacional conta com cerca de 470 estudantes de 6 a 11 anos, distribuídos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental.

Tradição familiar

Neta de Wilma Péres Tredicci, a atual assessora da Coordenação Regional de Ensino de Samambaia, Paula Tredicci, conta que cresceu vendo a paixão da avó pela educação. “Acompanhei várias vezes o encontro dela com professores que trabalharam juntos e ex-alunos da escola”, lembra. “Então, percebi que ela deixou um legado. Sempre foi apaixonada pelo que fazia, e foi nesse sentido que despertou em mim o desejo de seguir os passos dela”.

“Batalhamos muito para deixar tudo organizado para as crianças, mas devagarzinho tudo foi ficando bom”Wilma Péres Tredicci, primeira diretora da EC 06 de Taguatinga

Paula destaca que a história da avó foi sua base propulsora para amar a profissão escolhida: professora. “Eu amo ser protagonista na mudança de vida dos estudantes, e para mim foi muito gratificante ver a história da minha avó documentada numa publicação de estudo da Secretaria de Educação”, diz. “E melhor ainda foi ver o jeitinho feliz com que ela recebeu a notícia de estar fazendo parte da educação de Brasília”.

As histórias de várias escolas da rede pública do DF se misturam à vida da professora Iêda Maria Costa. Ela fundou diversas unidades, como as escolas classes 45 e 50 de Ceilândia, 108 e 312 de Samambaia e o Centro Educacional 1 de Samambaia. Foram 24 anos de carreira dedicados à educação pública em Sobradinho, Planaltina, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Brazlândia. Atualmente com 72 anos, a professora atua como revisora de livros e artigos acadêmicos.

“Eu acreditava e acredito muito na educação pública”, afirma Iêda. “Com educação é que você constrói saúde, transporte, lazer, tudo na sociedade. Eu sou uma educadora e tenho muita responsabilidade nesse papel. Passei anos da minha vida como diretora de escola fazendo o meu melhor. As lembranças que tenho da minha época na Secretaria são de trabalhar duro com professores com muita ética e compromisso.”

“Com educação é que você constrói saúde, transporte, lazer, tudo na sociedade” Iêda Maria Costa, professora pioneira

Muitas dessas escolas surgiram em regiões que ainda estavam começando, junto à capital do país. Não havia asfalto no acesso ao local e os recursos ainda eram escassos. Foram tempos de muita luta e união nas equipes, lembra Iêda.  “Eu tenho contato e mantenho relação com vários amigos feitos na época em que estava na Secretaria”, relata. “Eu choro de emoção quando reencontro meus alunos e vejo que deixei uma marca na vida deles. Eles me dão depoimentos que eu nem esperava”.

A Caseb

Entre os muitos fatos históricos descritos no estudo A Instalação das Escolas no Distrito Federal – Década de 1960, destaca-se a instituição, em 1959, da Comissão de Administração do Sistema Educacional de Brasília (Caseb), vinculada ao Ministério da Educação.

O grupo ficou responsável pela administração do sistema educacional do Distrito Federal, até então exercida pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). A Caseb, nessa época, passou a cuidar do levantamento da situação educacional na região e das condições para construções de novas escolas.

Fundação Educacional

Em 17 de junho de 1960, foi criada a Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF), com a finalidade de executar a política educacional, de modo a assegurar a eficácia do sistema de ensino oficial. A instituição passou a supervisionar os ensinos primários e médios da capital.

O estudo aborda a dinâmica educacional na década de 1960, na perspectiva de apresentar a cronologia a partir da instalação da Caseb, a criação da Fundação Educacional do Distrito Federal e a instituição da Secretaria de Educação e Cultura.

A Fundação Educacional do DF foi vinculada à Superintendência Geral de Educação e Cultura da Prefeitura do Distrito Federal até 1964, quando passou a ser ligada à Secretaria de Educação e Cultura por força de reforma administrativa.

Em 1999, a extinção da Fundação foi autorizada e as competências e atribuições foram transferidas para a Secretaria de Educação do Distrito Federal, que assumiu a execução plena das políticas públicas na área educacional da capital.

Acesse a íntegra do estudo.

*Com informações da Secretaria de Educação

Fonte: Governo DF

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Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

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No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

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