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Caravana do Patrimônio Cultural percorre cidades do interior

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Espécie de circo cultural, o projeto Caravana do Patrimônio Cultural Brasileiro faz sua estreia no próximo dia 20, na cidade de Pindaré Mirim, no Maranhão, onde será montado no histórico Engenho Central de São Pedro, edifício tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Pensado para ser desenvolvido em cidades do interior, o projeto percorrerá ainda os municípios maranhenses de Alto Alegre do Pindaré, Buriticupu e Açailândia. Em seguida, a caravana vai para Bom Jesus do Tocantins, Marabá, Parauapebas e Ourilândia do Norte, no Pará, somando sete meses de atividades. Todas as atrações oferecidas são gratuitas.

O idealizador e curador da caravana, Luiz Prado, disse que o objetivo do evento é apresentar, de forma mais criativa e dinâmica, a diversidade do patrimônio cultural brasileiro para o público, em especial, o público infanto-juvenil. “A exposição não é para você olhar quadros, fotos. É para você experimentar”, define.

“O público é convidado a dançar as danças típicas do Brasil e vai conhecer quais são os ofícios que fazem parte da cultura brasileira. Depois, ele vai em uma viagem de balão para conhecer os 16 patrimônios culturais que a Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] reconheceu no Brasil”, explica Prado.

Segundo o curador, a “viagem” de balão é feita por meio de uma projeção mapeada imersiva em 360 graus. “As crianças e os adultos poderão ver as cidades de cima com suas ruas e os patrimônios – desde o conjunto urbano de São Luís, no Maranhão, até as ruínas de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. Vai do Nordeste ao Sul, literalmente”.

Há ainda uma área de produção de conteúdo, em que o visitante vai poder pintar, escrever, desenhar, fazer xilogravuras. Também há a simulação de uma caverna onde será possível descobrir conteúdo arqueológico. Em outra área, o visitante poderá experimentar o som imersivo para entender a sonoridade, os sons que fazem parte do patrimônio. “É uma jornada mesmo, que dura entre 40 e 50 minutos, em que ele consegue ter essa visão do que é o patrimônio cultural brasileiro”, completa o curador.

Quem participar da caravana descobrirá quais são os bens materiais do patrimônio brasileiro, como documentos históricos e bens tombados; os bens imateriais, que são as celebrações, os saberes, as formas de expressão; e os bens arqueológicos, relacionados aos povos originais. A caravana aborda também os patrimônios mundiais, como cidades ou bens reconhecidos pela Unesco em todo o Brasil.

Equipe

O projeto permanece de 12 a 15 dias em cada cidade e as atrações são abertas diariamente. Para essa empreitada, uma equipe de 15 pessoas percorre os municípios com dois caminhões repletos de material. Em cada local, a caravana monta um espaço de 520 metros quadrados, com capacidade para receber até 400 pessoas diariamente

“Possibilitando que centenas de crianças e jovens, a partir de 5 anos de idade, alunos da educação básica, tenham a oportunidade de conhecer, interagir e vivenciar diferentes experiências sensoriais sobre o patrimônio cultural, objetivando o despertar das novas gerações para a importância do reconhecimento e da preservação desses bens”, analisa Prado.

Ao longo do seu trajeto, a caravana também convidará outras manifestações culturais locais, envolvendo a comunidade para participar dessas experiências e mostrando ao público que elas também integram o patrimônio cultural nacional.

O lançamento em Pindaré Mirim, por exemplo, vai contar com apresentação do grupo Bumba Meu Boi Capricho de São João.

“Muitas das manifestações culturais acontecem nos interiores e as pessoas não têm dimensão da importância disso para os brasileiros”, observa Prado.

Escolas

Está prevista ainda a realização de um workshop de capacitação de 100 professores e educadores em cada cidade. O objetivo é apresentar formas dinâmicas de introduzir o tema que possam ser potencializadas depois em atividades nas salas de aula ou até mesmo extracurriculares.

“As escolas participantes serão, assim, uma espécie de base central de difusão de conhecimento para outras instituições de ensino da cidade e dos municípios vizinhos.” 

Ao longo desses sete meses de projeto, a caravana pretende alcançar 40 mil pessoas diretamente, abrangendo mais de 120 escolas.

Em algumas cidades, a caravana será montada em quadras poliesportivas de escolas, aproveitando para reforçar que escola também é um lugar de cultura.

Em todas as atrações, haverá monitores para acompanhar o público.

Diariamente, serão disponibilizados ônibus gratuitos para o transporte de ida e volta dos estudantes, com capacidade média para 40 pessoas.

O projeto também promove condições de acessibilidade, com disponibilização de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), produção de conteúdo em Braille (sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão) e espaços para cadeirantes.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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