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Voos em atraso começaram se normalizar durante a manhã desta segunda

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A greve dos pilotos e comissários de voo, entre as 6h e as 8h da manhã de hoje (19), provocou atrasos em cinco voos no Aeroporto Santos Dumont, na região central do Rio de Janeiro. Para reduzir os problemas causados pela greve aos passageiros, foi montado um esquema para facilitar a movimentação, e logo que estes chegavam no local, eram encaminhados para a sala de embarque.

O diretor de Assuntos Previdenciários do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Leonardo Souza, disse que não se trata de uma paralisação, mas de um movimento grevista com a intenção de atrasar os voos em duas horas, por tempo indeterminado. “A ideia é que a gente faça o atraso dos voos entre 6 e 8 da manhã. É um movimento dinâmico que a gente avalia ao longo do dia e pode mudar e aumentar o horário, conforme a adesão e o impacto”, informou.

Segundo Souza, há dois meses e meio, a categoria vinha negociando com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), mas as propostas apresentadas pelos patrões foram rejeitadas em votações com participação alta, de forma on line em que só o aeronauta sócio participa. Souza afirmou que as votações têm conseguido a participação de até 8 mil com até 80% de rejeição.

Reivindicações

A categoria quer a recomposição salarial do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) com aumento real de 5% acima desse indicador e, principalmente, que aw estabeleça de alguma forma, em convenção coletiva, um limite para o respeito às escalas, as folgas planejadas.

“As empresas têm obtido resultados financeiros melhores do que no período pré-pandemia, as passagens nos dois últimos anos tiveram cerca de 82% de aumento. Nós tivemos 70% de redução salarial em mais de 18 meses e, no entanto, as empresas já recuperaram seus caixas, inclusive cobrando por bagagens despachadas, e nós, mal remunerados, exaustos pelas jornadas. As empresas estão usando a gente no limite das jornadas diárias e também com a questão de treinamento, muitos on line tendo que ler uma série de manuais em dias de folga”, comentou.

De acordo com Leonardo Souza, a última proposta do Snea foi apresentada no sábado (17), por intermédio do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e inclui apenas recomposição do INPC com 0,5% acima da inflação de aumento real. A proposta inclui ainda a venda de folgas. “A gente está exausto, querendo que se cumpram as folgas, e as empresas querendo comprar as folgas.”

O movimento é por prazo indeterminado, mas, a qualquer momento, dependendo de apresentação de nova proposta das empresas, a categoria que já está em mediação com o TST, pode colocar em votação da categoria e avaliar qual é o próximo passo.

Passageiros

O mineiro Pablo Dorleto enfrentou dificuldades no Santos Dumont. Com voo marcado para voltar para Belo Horizonte, teve que aguardar duas horas para saber como tudo seria solucionado. A situação ficou mais grave porque estava na companhia do pai, que é obeso e tem hipertensão. “Ele tem dificuldade de andar e pressão alta. Acabou que a gente sofreu o transtorno de ter que remanejar e, para ele, que tem essa dificuldade, é bem mais complicado”, afirmou.

O aviso de problemas no voo, segundo Pablo, foi feito em cima da hora. “Eles falaram que o avião estava estragado e que iam arrumar outro avião. A gente ficou esperando umas duas horas e teve um remanejamento. Agora, a gente vai pegar um avião para outro estado e depois ir para o nosso estado para poder chegar em casa.”

Pablo Dorleto disse que os dois estavam de férias, e o voo não seria para cumprir algum compromisso agendado, mas ressaltou que, ainda assim, foi ruim enfrentar o transtorno por causa da condição do pai. “A gente estava de férias e compromisso a gente não tinha, mas é pela dificuldade do meu pai, que ele não dá conta de fazer estas trajetórias grandes. Tudo foi planejado, muito bem calculado. A gente pagou mais caro para não ter nenhum tipo de problema, acabou que a gente teve”, afirmou.

Tom Jobim

No RioGaleão- Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, houve atrasos em três voos da companhia aérea Gol para Recife, Fortaleza e Porto Seguro.

A assessoria de imprensa informou que a situação já foi normalizada.

Confins

As operações já se normalizaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana da capital mineira. Segundo a assessoria de imprensa do terminal, em consequência de atrasos no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, dois voos não saíram de Belo Horizonte nos horários previstos.

Greve

O movimento dos pilotos e comissários de voo tem a previsão de fazer uma parada diária, das 6h às 8h, nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. Na sexta-feira passada (16), a ministra Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou que, enquanto permanecer a greve, a categoria deve garantir a manutenção de 90% dos aeronautas em serviço. A decisão foi proferida em tutela cautelar antecedente ajuizada pelo Snea contra o Sindicato Nacional dos Aeronautas.

De acordo com o Snea, o TST avisou que não seriam tolerados descumprimentos da decisão judicial e advertiu sobre a possibilidade de responsabilização civil e criminal por atos praticados ao longo da greve. A multa pelo descumprimento é de R$ 200 mil por dia.

O sindicato patronal informou que, ao longo do fim de semana, o TST apresentou uma proposta, que foi aceita pelas empresas aéreas, mas rejeitada pelos aeronautas. “O sindicato acredita que as categorias profissionais podem defender seus interesses por todos os meios legítimos, desde que esgotada a via negocial e observada a legalidade”, diz nota publicada no site da entidade.

*Colaborou Cristiane Ribeiro, repórter do Radiojornalismo

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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