Minas Gerais

Seca nas regiões Sul e Sudoeste pode comprometer a produção mineira de café em 2021

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As medidas emergenciais de socorro aos cafeicultores das regiões Sul e Sudoeste de Minas Gerais, que foram castigados por uma severa seca na primavera deste ano e, em muitos casos, perderam até 100% de suas lavouras, foram tema de uma audiência pública da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A reunião, nessa segunda-feira (14/12). contou com a participação da secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Maria Valentini, por meio de videoconferência.

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Na oportunidade, Ana Valentini, explicou que, nesse momento, é para essas famílias que o Estado precisa olhar agora. Segundo a secretária, já era esperada para 2021 uma redução de cerca de 35% na safra do café, em decorrência da bienalidade negativa. “Mas, infelizmente, para alguns produtores a perda vai ultrapassar esse percentual, chegando a 100% da produção”, observou.

Ela ressaltou, também, que o Conselho Monetário Nacional (CMN) já aprovou a ampliação dos recursos do Funcafé, passando de R$ 10 para R$ 160 milhões a quantia disponibilizada aos produtores afetados por intempéries climáticas.

“Com estes recursos será possível atender até 50 mil hectares de café irrigado e, agora, o Funcafé conseguiu elevar de R$ 3 mil para R$ 8 mil o limite por hectare. Como esse recurso tem que ser acessado diretamente pelo produtor, a produção de relatórios e laudos realizada pela nossa vinculada Emater-MG é muito importante para que o cafeicultor esteja de posse desses documentos quando procurar o seu agente financeiro”, afirmou Ana Valentini.

Como produtora rural, a secretária disse que conhece os desafios que precisão ser enfrentados pelos cafeicultores. “Sou produtora rural, a vida toda minha família viveu da renda do que produz. Quando somos vítimas de uma seca severa, não temos outra opção de recursos. Por isso, precisamos nos preocupar não apenas com os contratos futuros e com a prorrogação de dívidas, mas, também, em garantir recursos para manutenção dessas famílias”, enfatizou a secretária.

Situação

Um dos requerentes da audiência, o deputado estadual Antônio Carlos Arantes destacou que essa pode ser uma das secas mais intensas dos últimos 100 anos. “Nunca se viu uma seca tão grande e com altas temperaturas como esta.Temos lavouras de café que terão perda de 100%, lavouras que produziriam 50, 60 sacas por hectare”, disse o parlamentar. Na sequência, foi exibido vídeo que mostrou a situação devastadora em dezenas de propriedades da região.

Ainda segundo Arantes, o clima afetará a produção não só nestas regiões, mas em todo o estado. “Quando falamos de 300 mil hectares em Minas, e metade disso está comprometida, nós precisamos contar com o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que é para isso mesmo: atender o produtor no momento mais difícil que ele está passando. E é agora”, disse o deputado.

Prévia das perdas

Marcílio de Sousa Guimarães, superintendente federal em Minas Gerais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou que uma prévia do levantamento das perdas na safra mineira de café, produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deverá ser apresentado ao Mapa já na quinta-feira (17/12).

“Isso dará um norteamento maior para tomarmos outras medidas. O Mapa está atento, temos ouvido as entidades ligadas ao café e vamos, com certeza, achar uma solução. Mas é importante dizer que não podemos obrigar os agentes financeiros a tomarem estes recursos. Portanto, precisamos sensibilizá-los e acho que isso acontecerá com a demanda. Quanto mais demanda chegar, mais eles irão se interessar em pegar esse recurso para poder emprestar”, complementou.

Ainda conforme Guimarães, os R$ 160 milhões disponibilizados pelo Funcafé terão juros de 5,25% ao ano e seis anos para pagamento, com dois anos de carência. “Evidente que isso minimiza a situação, mas não resolve a questão das entregas que já estão compromissadas para o ano que vem. Tanto a linha de crédito quanto o seguro rural conseguem manter o produtor na atividade, mas não eliminam o problema da descapitalização e da perda dos recursos para que ele possa honrar com seus compromissos”, pontuou.

O vice-presidente de finanças do Sistema Faemg, Breno Pereira de Mesquita, lembrou que o Funcafé pode, após reunião do conselho, buscar mais recursos para o socorro aos cafeicultores, mas isso apenas se a demanda estiver aquecida. “O que nós estamos vendo hoje é que não há interesse do agente financeiro em trabalhar com essa linha. Peço a todos os senhores deputados, aos agentes financeiros que estão participando e, principalmente aos produtores, que nos ajudem a difundir essa linha que, se não resolve, minimiza bastante o problema do cafeicultor de Minas e do Brasil”, solicitou.

Presenças

Também participaram da audiência o deputado federal Vilson da Fetaemg; o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Gustavo Laterza; Arnaldo Botrel, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sul de Minas (Assul); Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé; José Vicente da Silva, presidente da Coopercitrus; Armando Matiello presidente da Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal); Marco Valério Araújo Brito, diretor-presidente da Cocatrel; e representantes do Banco do Brasil e do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

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Minas Gerais

Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

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Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

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