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Reflexão sobre a mobilidade

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Poluição sonora e do ar, lixo, desmatamento, congestionamentos e violência no trânsito foram problemas que motivaram a criação do Dia Mundial sem Carro, por um grupo de ativistas franceses em 1997. A data de mobilização, que é celebrada em 22 de setembro, objetiva valorizar alternativas de transporte que podem ser adotadas todos os dias do ano, sendo mais benéficas para o espaço urbano e as pessoas que vivem nele.

No ano 2000, o movimento já atuava em mais 740 cidades europeias e foi ganhando corpo mundialmente, sendo que no Brasil registrou suas primeiras atividades em 2001, com a adesão de entusiastas da mobilidade urbana das seguintes cidades: São Paulo, Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Piracicaba, Vitória, Belém, Cuiabá, Goiânia, Belo Horizonte, Joinville e São Luís. A capital paulista criou e ampliou suas atividades para a Semana da Mobilidade, que ocorre entre 18 e 25 de setembro, com eventos culturais, de conscientização e oferecimento de serviços a pedestres e ciclistas. Foi a primeira iniciativa de institucionalização da data, que depois passou a ser adotada por prefeituras e secretarias municipais de todo o Brasil.

A Semana da Mobilidade é uma denominação alternativa e mais abrangente da Semana Nacional do Trânsito, que foi instituída pelo artigo 326 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997) e tem sido comemorada com eventos, geralmente educativos, tanto pela sociedade civil quanto pelo poder público.

Mesmo com os esforços para diminuição do uso do automóvel nos centros urbanos, como o investimento na melhoria, modernização do transporte coletivo e construção de ciclovias, o Brasil registra este 59.242.869 carros, segundo dados, com base nos licenciamentos, da Secretaria Nacional de Trânsito do Ministério da Infraestrutura, disponíveis no site do IBGE.

Realidade local

Ao abordar a realidade mais próxima, constatamos que Goiânia tem a 6ª maior frota de carros do Brasil e é a 3ª capital com mais veículos em relação à população no território nacional, com 80 veículos a cada 100 habitantes, atrás apenas de Belo Horizonte e Curitiba, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). São números que refletem a estressante lentidão do trânsito na Capital, em razão também da predominância de vias de baixa velocidade.

Entre 2013 e 2015, o estado de Goiás estava apostando na construção e implementação do sistema do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), divulgando um orçamento de R$ 1,315 bilhão e lançando o edital de licitação, contudo, o projeto para otimizar o trânsito na região metropolitana não saiu do papel.

Atualmente, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) aprovou uma propositura que transforma a concessão da Metrobus para a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), com o intuito de facilitar a modernização da estrutura já existente de ônibus ou, como voltou a ser cogitado por autoridades e especialistas do Transporte, desengavetar o projeto do VLT. Outra alternativa, que parece ser a preferida do Palácio das Esmeraldas, é a implantação do Veículo Leve Sobre Pneus (VLP). Caso seja batido o martelo para esta proposta, ocorrerá a eletrificação da frota do Eixo Anhanguera. 

Já sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (UB), a Lei Complementar nº 171, de 31 de março de 2022, permite que a Metrobus tenha seu capital societário transferido para a CMTC. Essa movimentação está prevista na reestruturação da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) da região Metropolitana de Goiânia, constante da nova legislação complementar, e já se encontra e deve ser concluída ainda no atual exercício. 

Outras legislações recentes 

Na atual Legislatura, passou a vigorar a Lei nº 20.657, de 18 de dezembro de 2019, que autoriza o Poder Executivo a regulamentar o Serviço de Transporte Público Alternativo Intermunicipal de passageiros e encomendas, em Goiás, por meio de veículos do tipo “van” e similares, que se regerá pelas normas pertinentes à matéria dos transportes em geral e, no particular, pelas disposições desta nova legislação. O objetivo é incentivar os novos modelos de transporte no Estado, assegurando a livre concorrência e transparência dos serviços, garantindo a segurança e a confiabilidade, conforme o que aponta a Lei federal de nº 12.587, de 2012, que institui as diretrizes da Política Nacional da Mobilidade Urbana. A legislação é oriunda do Poder Legislativo, por iniciativa do deputado Paulo Cezar (PL).

Outra legislação que busca contribuir para a melhoria da mobilidade urbana institui o certificado de qualidade ambiental denominado “Selo de Sustentabilidade em Mobilidade Urbana”. Será outorgado a empresários, entes e órgãos públicos e privados que adotem medidas de incentivo ao uso de bicicletas. Trata-se da Lei nº 20.087, de 16 de maio de 2018, sancionada pelo então governador José Eliton (PSDB).

Propositura

Um projeto de lei que contempla a fluidez do transporte nos centros urbanos tem boa chance de lograr êxito na Alego e seguir para a sanção do governador do Estado. Assinado pelo deputado Virmondes Cruvinel (UB), o processo nº 7109/2019, concede desoneração tributária para aquisição de bicicleta, scooter, skate, monociclo, patinete ou similar com propulsão elétrica como medida de fomento da diminuição da poluição e de educação e segurança no trânsito, nos termos dos incisos VI e XII do art. 23 da Constituição Federal. A matéria se encontra com o parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação e aguarda a deliberação da Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento. 

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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