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Quatro barragens da Vale em Minas deixam situação de emergência

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Quatro barragens estão deixando a lista de estruturas da Vale que estão em situação de emergência no estado de Minas Gerais. Segundo informou hoje (5) a mineradora, foram obtidas novas declarações atestando a condição de estabilidade de cada uma delas. 

Com a emissão do documento por uma consultoria independente, as barragens B5/MAC, em Nova Lima; Marés II, em Belo Vale; Santana, em Itabira; e Paracatu, em Catas Altas não são mais consideradas críticas. Ainda restam 25 estruturas da mineradora em situação de emergência.

Segundo nota divulgada pela Vale, a melhora na situação dessas estruturas é uma boa notícia para a população antes do período chuvoso, quando os riscos aumentam. Nas primeiras semanas desse ano, por exemplo, tempestades em Minas Gerais colocaram em alerta moradores de áreas próximas a barragens consideradas críticas. Diferentes minas tiveram suas operações paralisadas como medida de segurança e um dique de responsabilidade da empresa francesa Vallourec transbordou em Nova Lima, interditando a rodovia federal BR-04.

“As principais barragens da Vale são monitoradas 24 horas por dia e sete dias por semana pelos Centros de Monitoramento Geotécnico da empresa, além de receberem inspeções regulares de equipes internas e externas, que agem prontamente quando são necessárias ações preventivas ou corretivas. Além disso, com objetivo de desenvolver e fortalecer a cultura de prevenção nas comunidades onde atua, a Vale, em parceria e alinhamento com as Defesas Civis Municipais, cumpre um cronograma de testes de sirenes e exercícios simulados para orientar a população em caso de emergências envolvendo barragens”, acrescenta a nota.

Das 25 estruturas da Vale que ainda ainda geram preocupação, três delas se encontram atualmente no nível 3, que significa risco iminente de ruptura: B3/B4 em Nova Lima; Sul Superior, em Barão de Cocais; e Forquilha III, em Ouro Preto. Com o avanço dos trabalhos, a promessa da mineradora é de que as barragens deixarão a mais alta classificação de emergência até 2025.

Segurança

Além de melhorar as condições de segurança das estruturas consideradas críticas, a Vale deve descaracterizar todas aquelas erguidas por alteamento a montante. Trata-se do mesmo método usado nas estruturas que se romperam nas cidades de Brumadinho, em 2019, e de Mariana, em 2015, gerando tragédias de grandes proporções. A Lei Estadual 23.291/2019 chegou a fixar um prazo que se expirou neste ano.

Diante do descumprimento, a Vale firmou acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), concordando em pagar indenização de R$ 236 milhões.

O atual cronograma prevê a conclusão de todos os processos até 2035. De 30 estruturas listadas originalmente pela mineradora, 12 já foram 100% descaracterizadas. Em cinco delas, os trabalhos foram concluídos neste ano, sendo três na semana passada, entre eles um dique auxiliar da barragem B5/MAC, o que contribuiu para a melhoria das suas condições de segurança.

Pente-fino

O número de barragens em situação de emergência em Minas Gerais cresceu a partir de 2019, após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que causou 270 mortes e gerou destruição na bacia do Rio Paraopeba. Em resposta à tragédia, um pente-fino foi impulsionado por órgãos de fiscalização como a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Ministério Público. Diversas barragens perderam suas declarações de estabilidade, o que exige a paralisação e o acionamento automático do nível 1 de emergência.

Nos casos mais graves, classificados pelo nível 2 ou 3, as mineradoras foram obrigadas a organizar a evacuação de todo o perímetro que seria alagado em eventual tragédia e reparar a população. Em muitos locais, moradores atingidos ainda brigam judicialmente por reparação.

A Vale assumiu um compromisso de adequar até 2025 todas as suas barragens ao Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM, em inglês), que estabelece requisitos para a gestão segura de estruturas de disposição de rejeitos e tem o objetivo de evitar qualquer dano às pessoas e ao meio ambiente. Segundo a mineradora, as melhoras na situação das quatro barragens já é um passo nessa direção.

“São resultado de uma profunda transformação na gestão das estruturas de disposição de rejeitos da Vale, direcionada pelos aprendizados com o rompimento da barragem em Brumadinho e pelas melhores e mais rigorosas práticas internacionais do GISTM”, disse a mineradora.

A condição de estabilidade das quatro estruturas foi atestada após intervenções variadas. As barragens B5/MAC e Paracatu se mostraram mais seguras após ações relacionadas com os trabalhos de descaracterização. Já na barragem Santana, foram feitas obras de reforço, enquanto na barragem Marés II foram instalados novos instrumentos e realizadas intervenções geofísicas consideradas fundamentais.

Edição: Maria Claudia

Fonte: EBC Geral

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Educação

Em função da calamidade no Rio Grande do Sul, Governo adia Concurso Público Nacional Unificado

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A nova data será anunciada quando houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional

Em razão da situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será adiado em todo o país. A nova data vai ser anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 3 de maio, pela ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck.

A decisão foi tomada de forma coletiva, após análise das condições no Rio Grande do Sul, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Procuradoria-geral do Estado do Rio Grande do Sul, além do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A oficialização da medida foi efetivada a partir de um Termo de Acordo (confira em anexo).

“Essa decisão de adiamento busca garantir a integridade dos participantes, inclusive sua integridade física nas regiões onde seria impossível o deslocamento. Mas é uma integridade em todas as dimensões, preservando a vida das pessoas e também conferindo segurança jurídica ao concurso, que é algo essencial para todo mundo que está prestando concurso”, afirmou Esther Dweck.

A ministra assegurou que nos próximos dias, após a resolução das questões logísticas envolvidas, será anunciada a nova data. “Não temos uma nova data. Eu quero deixar claro que podemos, nas próximas semanas, divulgar a nova data. Nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite dar uma nova data com segurança. A gente imagina que algumas semanas, ou até menos, a gente consiga divulgar a nova data”, enfatizou.

A ministra Esther Dweck enfatizou que a solução é a mais segura para todos em todo o país, ao garantir as mesmas chances para todos os candidatos em todos os lugares. “O adiamento reforça o compromisso do governo com a construção de um país melhor, um país mais inclusivo, com respeito ao próximo e a construção de uma democracia com a cara do Brasil. Por isso a gente não pode deixar ninguém de fora”, declarou Dweck.

O governo ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária” Paulo Pimenta, ministro da Secom

EMERGÊNCIA – Para o ministro Paulo Pimenta, a decisão, além de garantir isonomia a todos os candidatos, permite ao Governo Federal focar ainda mais os esforços na ajuda humanitária necessária ao Rio Grande do Sul. “O governo federal ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento da prova em todo Brasil. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária”, disse.

O ministro afirmou que o foco do Governo Federal está no resgate das vítimas e restabelecimento das condições básicas de infraestrutura, como desobstrução de vias e restabelecimento de serviços essenciais, como energia elétrica e comunicações. Ele destacou que, devido à continuidade das chuvas, ainda não é possível calcular o alcance total dos danos. “Isso é aquilo que chamamos de segunda etapa: trabalho de reconstrução. E esse levantamento dos valores se dará a partir do plano de trabalho apresentado por cada município e pelo estado, mediante homologação da defesa civil”.

Pimenta disse que não há um valor acordado, mas assegurou que o Governo Federal não estabelecerá um limite para os recursos e irá prover o suporte financeiro necessário para a reconstrução das cidades. “O que o presidente Lula afirmou ontem é que não há limite definido. Vamos disponibilizar o recurso necessário para que, nas questões de responsabilidade do Governo Federal, todos os pleitos de reconstrução sejam atendidos”, declarou. Pimenta e o ministro da Integração de do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, voltam neste sábado para o Rio Grande do Sul para instalar um escritório de governo no estado.

ENEM DOS CONCURSOS – Conhecido como Enem dos Concursos por sua abrangência, o Concurso unificado tem mais de 2,14 milhões de inscritos de todas as regiões do país. Eles vão concorrer a 6.640 vagas em 21 órgãos da Administração Pública Federal. Quando remarcadas, as provas devem ocorrer em 228 municípios de todos os estados e no Distrito Federal.

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