Minas Gerais

Projeto capacita mulheres e combate a violência doméstica

Publicado

em


 “Eu quase perdi a minha casa e os meus filhos. Foi o Mediação de Conflitos que me acolheu, me ajudou a sair de uma situação de violência e segue me dando suporte para seguir outra vida”. O depoimento é de Raquel Maria da Silva, moradora do bairro Jardim Leblon, que sofreu com a violência doméstica e, agora, está se profissionalizando por meio do curso de Auxiliar Administrativo, com ênfase em Personal Organizer, iniciado nesta semana.
 
Raquel está entre as cem mulheres de baixa renda, vítimas de violência doméstica, que são atendidas pelo Programa Mediação de Conflitos (PMC), na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e estão tendo a chance de mudar de vida por meio do projeto TransformAction. Os cursos são promovidos pela Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade (Supec), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), e financiados pela Embaixada Americana (U$ 22,4 mil dólares da Embaixada Americana, com origem em edital da instituição).
 
Os cursos
 
Nesta semana (7 a 11/6), começaram as primeiras aulas de todos os quatro cursos disponibilizados. Cerca de 20 mulheres têm frequentado a capacitação, das 13h às 17h, na Associação Mineira de Educação Continuada (Asmec), na capital. 
 
O encerramento desta primeira etapa está previsto para 18/6 e, logo em seguida, no dia 21/6, será o momento das aulas de costura criativa, também com duas semanas de duração. Nas outras semanas serão ministrados os cursos de culinária com ênfase em pizza e snacks e, por último, cabelereiro e maquiagem. A previsão é encerrar as capacitações em 13/8.
 
A escolha do nome, TransformAction, remete ao objetivo do projeto: transformar por meio da ação e fazer dessas mulheres agentes de mudança de suas próprias vidas. A intenção é dar oportunidade para que tenham uma profissão ou o próprio negócio, criando suas fontes de renda.
 
Abrangência
 
Os cursos foram escolhidos pelas próprias mulheres, a partir de uma pesquisa realizada pelo PMC com as vítimas de violência doméstica atendidas pelo programa. As participantes vêm do acolhimento nas Unidades de Prevenção à Criminalidade (UPCs) das comunidades Serra, Santa Lúcia, Cabana, Morro das Pedras, Pedreira Padro Lopes, Taquaril, Jardim Felicidade, Ribeiro de Abreu, Jardim Leblon, Vila Cemig e Vila Pinho.
 
“É uma grande oportunidade para cem mulheres que vivem essa situação de vulnerabilidade. Quanto mais autônomas as mulheres são, menores são os riscos de elas sofrerem violência. Então, escolhemos cursos profissionalizantes pela necessidade de elas se qualificarem e gerarem renda, sendo então um fator emancipador na situação em que vivem”, explica a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sejusp, Andreza Gomes.

As inscritas recebem kit de material didático para acompanhar as aulas e vale transporte diário. Ao final da formação, elas receberão um kit básico com equipamentos e produtos, de acordo com o curso escolhido, para que possam iniciar o próprio negócio. Alunas do curso de maquiagem, por exemplo, terão os produtos para começar a trabalhar assim que concluírem a formação.
 
Para a cônsul dos Estados Unidos em Belo Horizonte, Katherine Ordoñez, o apoio a iniciativas como essa faz parte do legado de união entre as nações. “O Escritório dos EUA em Belo Horizonte busca realizar projetos que trabalhem com valores e interesses compartilhados entre nossos países, e que possuam um impacto positivo na sociedade”, destaca. 
 
A cônsul afirma ainda que os Estados Unidos e o Brasil compartilham o compromisso de remover barreiras a oportunidades econômica, de educação, saúde e justiça para grupos historicamente marginalizados, incluindo mulheres e meninas. “Vimos a importância de apoiar esse projeto de combate à violência de gênero. Acreditamos que a capacitação e o empoderamento econômico dessas mulheres é essencial para que elas possam sair da situação de agressão”, reforça.

Formação humana
 
Além da formação profissional, as mulheres também terão acesso a aulas como Direito das mulheres e Comunicação não-violenta, Ensinando mulheres sobre a vida profissional, A importância de ser feliz com você mesma (saúde e autoestima) e Ensinando mulheres sobre educação financeira.
 
“Não é somente profissionalizante. O projeto também tem uma parte voltada para a mulher enquanto mulher da sua vida, criando nelas o sentimento de equipe, mostrando seus direitos, preparando para o mercado de trabalho, e outros aprendizados que podem auxiliá-las a ter mais qualificação, mais autonomia, mais renda”, complementa a subsecretária Andreza Gomes.

As disciplinas teóricas e de formação humana têm sido as preferidas das mulheres. O ambiente da sala de aula é de grande descontração e surpresa, pois elas percebem que podem se abrir e dividir umas com as outras seus próprios dilemas. “Foi muito mais do que eu imaginava”, diz Alexsandra Eugênia Paulo Dias, 26 anos, moradora do Alto das Antenas. “Achei que ia chegar aqui e pegar uma apostila, olhar um slide e apenas escrever e ouvir. Pelo contrário: estou me sentindo abraçada, compreendida. O curso nos deu a oportunidade de falar também”, conta.

Jussara Borges da Silva, 39 anos, moradora do Morro Papagaio, conhece o PMC há mais de três anos e, juntamente com o programa, já ajudou muitas mulheres a sair de situações de violência. “Eu passei por isso, consegui vencer e me sinto privilegiada em fazer parte do grupo e poder ajudar outras mulheres. Estar aqui compartilhando e ouvindo experiências é bem maior e melhor do que eu esperava. Quando a gente pensa em curso administrativo, pensa só na parte financeira. O trabalho está mexendo com a gente de dentro pra fora. É bem mais do que só administração”, destaca.

Comentários do Facebook

Minas Gerais

Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

Publicados

em


Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA