Minas Gerais

Programa Mediação de Conflitos completa 15 anos com redução da violência em 190 territórios vulneráveis

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Fazer uma escuta qualificada, orientar os moradores no acesso a direitos, promover o diálogo e fortalecer a comunidade. Assim funciona o Programa de Mediação de Conflitos (PMC), há 15 anos, como parte da política estadual de prevenção à criminalidade.

 As quatro primeiras equipes que deram início aos trabalhos em Belo Horizonte, em 2005, se expandiram para 26 e, hoje, o programa já atua em cerca de 190 territórios de vulnerabilidade social de Minas Gerais, tendo realizado mais de 285 mil atendimentos neste período de atuação. Entre os resultados dessa trajetória, compartilhada dia após dia com os moradores, está, por exemplo, a redução de 43% dos homicídios, desde 2012, nas áreas em que está implantado, juntamente com o programa Fica Vivo!.

Para celebrar a data, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) promove, nesta quinta e sexta-feira (21 e 22/1), o webnário “Programa Mediação de Conflitos: 15 anos de uma história construída com a comunidade”. Mais de 300 pessoas, entre moradores, equipes e instituições parceiras, se inscreveram para participar do seminário on-line, que está sendo transmitido ao vivo pela página da Sejusp no YouTube. O evento busca, além da comemoração, criar um espaço de aproximação, diálogo e desenvolvimento conjunto entre Estado e comunidades atendidas.

Depoimentos

“Todas as ações vão evoluindo com o tempo; para durar mais de 15 anos tem que ser uma política consistente, bem amadurecida e que demonstre resultado. A prevenção à criminalidade é um dos eixos mais importantes do nosso trabalho e o Mediação faz com que tanto o Estado quanto a sociedade atuem de forma concatenada, como se fosse uma engrenagem, fazendo com que os conflitos sejam repensados”, destaca o secretário Executivo de Segurança Pública, Alexandre Leão.

A subsecretaria de Prevenção à Criminalidade da Sejusp, Andreza Gomes, recorda o início de sua trajetória profissional na área, há 12 anos. “O Mediação de Conflitos foi a primeira experiência transformadora que tive. Com o programa, aprendi que o trabalho conjunto é muito mais efetivo que o trabalho individual, e que o saber não está com a gente – está na comunidade, com os moradores, com as lideranças, com os atendidos”, ressalta. “A mediação é uma oferta de possibilidade de resoluções pacíficas existentes, sobre os conflitos que podem ser resolvidos por meio do diálogo, promovendo o desenvolvimento da qualidade de vida dos moradores”, completa.

História

O Programa Mediação de Conflitos nasceu dentro da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como parte do projeto de extensão Polos de Cidadania. Em 2005, o programa foi incorporado pelo Governo do Estado, por meio da Coordenadoria Especial de Prevenção à Criminalidade, que pertencia à então Secretaria de Estado de Defesa Social (hoje, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). O trabalho foi se expandindo ao longo dos anos e, em 2019, o programa se tornou parte da política estadual de prevenção social à criminalidade.

Nesses 15 anos de história, o PMC realizou um total de 285.796 atendimentos dos mais diversos tipos nos dez municípios onde atua. São 26 equipes distribuídas nas Unidades de Prevenção à Criminalidade (UPCs) de territórios vulneráveis de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Vespasiano, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros e Uberlândia.

Uma das primeiras moradoras atendidas, em 2006, hoje é referência comunitária em seu bairro, o Morro Alto, em Vespasiano. “Costumo dizer que o Mediação é tipo uma mãe, já que mãe é aquela pessoa que sempre ajuda os filhos. Aqui no Morro Alto o programa é muito necessário. A vinda dele para cá fez o bairro renascer”, conta Maria Eleonora.

Os atendimentos

Somente em 2020, 85,7% dos casos atendidos foram concluídos, proporcionando soluções pacíficas para os conflitos apresentados pelas comunidades. A maior parte dos atendimentos está relacionada a casos de violência contra a mulher, com 52% dos registros no ano passado. Em segundo lugar aparece a violência contra a criança e o adolescente, com 11% dos casos, seguida pela violência contra idosos, com 10%.

Responsável pelo programa na Sejusp, a diretora de Prevenção Comunitária e Proteção à Mulher, Tatiane Carvalho Maia, conta que a demanda por atendimento às vítimas de violência doméstica surgiu das próprias comunidades. “O programa atende demandas de todos os moradores, mas por uma questão social, as mulheres são as que mais procuram, e o PMC foi se especializando neste tipo de atendimento”, explica.

Tatiane se recorda de um atendimento que marcou sua história, de uma mulher que sofria violências extremas por parte do marido. “Ela era refém de uma situação de violência física, psicológica, verbal, de todos os tipos. Com uma escuta qualificada da equipe, fizemos um movimento junto com ela de fortalecimento, reconhecimento, e ela conseguiu um emprego e saiu de casa. Foi um caso em que efetivamente o Mediação conseguiu caminhar junto com a mulher e suas duas filhas, que também presenciavam resquícios dessa violência”, conta.

Dentre os moradores que buscam os serviços do PMC, as mulheres de fato lideram, representando 72% do público atendido. Pessoas que se declaram pardas e pretas correspondem a 63% dos atendimentos. A maioria do público assistido, 30%, possui renda de até um salário mínimo.

Com seis anos de atuação no PMC, a psicóloga e analista social Déborah Cavalcante relata já ter lidado com os mais diversos tipos de atendimentos, alguns bastante desafiadores. Dentre os mais recentes está a história de uma família que buscou o programa para resolver um adversidade com um imóvel, mas acabou tendo muitos problemas solucionados. “O que estava por trás era muito maior do que isso, eles estavam vivenciando diversos tipos de violência intrafamiliar, além da falta de assistência médica e social. Conseguimos trabalhar com cada membro e, ao final, a família criou um vínculo com o programa. Eles confiam em nós e nos procuram quando necessitam”, conta.

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Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

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Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

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