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Petas de projeto social vão para as cestas básicas dos candangos

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12 mil unidades das Petas do Frei chegam toda semana a Brasília

Um projeto social que nasceu dentro de uma igreja vai integrar as cestas básicas distribuídas pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O anúncio foi feito na noite desta quarta-feira (15), por determinação do próprio governador Ibaneis Rocha, durante o lançamento das Petas do Frei, pacote de biscoitos de polvilho que, durante a pandemia, se tornou o ganha-pão de muitas famílias que passavam por situação de vulnerabilidade social.

Tudo começou em agosto de 2020, quando, segundo o idealizador do projeto, frei Rogério Soares, muitas pessoas chegavam à Igreja Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na Asa Sul, pedindo ajuda. “Pediam de tudo, do alimento ao gás, mas, mesmo que conseguíssemos dar isso tudo para as pessoas, uma hora iria acabar, e elas precisariam de mais. Então, pensei em uma forma de geração de renda para que pudessem tirar o sustento a partir dali”, explica o religioso.

E assim nasceu a marca Petas do Frei. Fabricados em Anápolis (GO), os biscoitos são ensacados em Brasília, ganham adesivos e, então, são entregues a dezenas de pessoas desempregadas que vendem os produtos nas ruas da cidade. Os produtos são levados em consignação e, com o dinheiro gerado pelas vendas, paga-se o custo, enquanto o restante – o lucro-  fica para o vendedor.

Um reforço

“A qualidade é muito boa, e estamos apostando no sucesso do produto”Mário Habka, empresário

“Eu agradeço muito a oportunidade porque foi uma luz quando fiquei desempregada durante a pandemia. Acreditei no produto e saí para vender. Ofereço as petas até nos sinais [semáforos] e vendo bastante; está dando para pagar as contas”, contou Maria do Socorro Lima, a primeira vendedora das Petas do Frei. De agosto para cá, ela não só consegue o sustento da família por meio do projeto, como também já tem um CNPJ como Microempreendedor Individual (MEI).

Os biscoitos são fabricados em Anápolis (GO), ensacados em Brasília, ganham adesivo e, então, são entregues a dezenas de pessoas desempregadas que vendem os produtos nas ruas da cidade

Juntamente com os cerca de 30 vendedores dos biscoitos, a marca cresceu. Com ajuda da fábrica goiana, ganhou embalagem personalizada e agora, está nas prateleiras de uma grande rede de supermercados do Distrito Federal, onde o produto passará a ser vendido. Atualmente, 12 mil unidades chegam semanalmente à capital federal  – somando com o supermercado e os vendedores individuais. “A qualidade é muito boa, e estamos apostando no sucesso do produto”, garantiu o empresário Mário Habka.

Com a garantia de obter uma renda que varia entre R$ 100 e R$ 150 por dia, os vendedores do biscoito participam, todas as quintas-feiras pela manhã, de cursos gratuitos de formação empreendedora oferecidos pelo frei Rogério. Lá, aprendem educação financeira, técnicas de venda e empreendedorismo. “São matérias essenciais para desenvolvimento deles”, enfatizou o criador do projeto, que incentiva a formalização para que os vendedores possam ter acesso à seguridade social, de saúde e aposentadoria.

Redução do ICMS

“É uma experiência que deveria ser seguida no Brasil inteiro; e, entendendo o valor desse projeto, o governador Ibaneis Rocha anunciou que os biscoitos, a partir de agora, estarão nas cestas básicas, diminuindo o ICMS do produto, o que vai garantir maior produção e gerar renda”, explicou o vice-governador Paco Britto.

De acordo com Paco, a situação de vulnerabilidade precisa ser passageira. “Este governo apoia qualquer iniciativa que ajude a reinserir pessoas de volta à sociedade, como trabalhadores capazes de colocar o alimento dentro de suas casas”, frisou. Ele elencou, ainda, iniciativas criadas pelo GDF para ajudar a população mais carente e prejudicada pelos efeitos da pandemia da covid-19.

“O governador lançou o cartão Vale-Gás, oferece os cartões para compra de material escolar, cestas básicas e atendimento nos centros de referência de assistência social [unidades do Cras], mas não deixou, nesse tempo, que as obras parassem. Para se ter uma ideia, isso gerou cerca de 50 mil empregos diretos em meio à crise econômica e de desemprego causadas pela pandemia”, completou o vice.

Fonte: Governo DF

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Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino

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Nova etapa de execução é concretizada via convênio entre MDS e Consórcio Nordeste, no valor de R$ 311 milhões. Na área rural de Juazeiro (BA), os moradores estão otimistas com as novas possibilidades trazidas pelo acesso à água

No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.

Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural

A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.

O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.

Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.

“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.

A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.

PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.

“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.

A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.

Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.

CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.

Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.

“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.

O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.

“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.

AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.

As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.

 

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