Saúde

Pesquisa: reforço de estrutura nos postos pode acelerar vacinação

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Pesquisa realizada no início deste mês em 5.569 municípios brasileiros pelo Movimento Unidos Pela Vacina com o Instituto Locomotiva apontou que o reforço na infraestrutura de postos de vacinação no Brasil pode acelerar a imunização da população contra a covid-19. Esta foi a primeira vez que um levantamento do gênero entrevistou os secretários municipais de Saúde de 99,99% das 5.570 cidades do país, com o objetivo de identificar os desafios encontrados pelos gestores para vacinar a população contra a doença provocada pelo novo coronavírus. A falta de maior quantidade de imunizante foi indicada por 47% dos secretários municipais como o principal desafio para acelerar o ritmo da vacinação.

“Essas são as duas grandes demandas que aparecem na pesquisa”, comentou hoje (22), em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles. Segundo expôs, a pesquisa fornece o diagnóstico bastante preciso de como a iniciativa privada pode contribuir para o Sistema Único de Saúde (SUS), que está presente no Brasil inteiro. “A ideia não é a iniciativa privada substituir (o SUS) , mas contribuir sob a liderança do SUS”, explicou Meirelles. Disse que essa base de dados vai conectar os doadores direto com as secretarias municipais de Saúde. “Então, o doador sabe o que cada cidade precisa e faz esse tipo de doação direto para a cidade”.

Reforço

Os promotores da pesquisa confirmaram que o SUS é um dos maiores e mais potentes sistemas públicos de saúde pública no mundo, o que pode ser comprovado pelo fato de que todos os municípios que responderam à pesquisa têm sala de vacinação. No entanto, os secretários ouvidos enfatizaram a necessidade de reforço e melhoria dessa estrutura, para enfrentar os desafios específicos da pandemia do novo coronavírus. “É nesse reforço, seja de equipamentos, itens ou serviços, que colocamos o foco do Movimento Unidos pela Vacina, de maneira que o país seja capaz de vacinar rapidamente a população à medida em que as doses cheguem”, disse Maria Fernanda Teixeira, membro da coordenação nacional do Movimento Unidos Pela Vacina.

Um total de 40% dos municípios pesquisados não tem geladeira com medição de temperatura e alarme em boas condições. Esse equipamento é considerado fundamental para armazenar o imunizante e mitigar o risco de perda de doses.  O levantamento mostra que 35% das cidades precisam de adequações na sala de vacinação; em 19% dos postos, não há internet para o registro de imunização; 12% dos postos não possuem computador; em 15%, há necessidade de equipar as salas com itens básicos, como pia com água, sabonete e papel toalha, caixa coletora de perfurocortantes, entre outras melhorias. “São coisas básicas, que deveriam estar em todos os postos”, afirmou Renato Meirelles. Avaliou que essas são questões muito importantes para garantir o processo de vacinação.

Internet

O presidente do Instituto Locomotiva reiterou que 19% dos municípios, ou o correspondente a 1.058 cidades brasileiras, não têm internet em todos os postos para fazer o cadastramento dos vacinados. “Isso impacta muito nos números de primeira dose, segunda dose, no controle, na distribuição (de vacinas)”.

A boa notícia, segundo o presidente do Instituto Locomotiva, é que praticamente todas as cidades (99%) previram a vacinação em domicílio e 67% organizaram postos volantes ou sistema do tipo drive-thru , no qual o vacinado não precisa sair do carro. Em contrapartida, somente 48% contam com unidades abertas sábados e domingos, o que significa que a imunização aos fins de semana precisa melhorar. O Movimento Unidos Pela Vacina está em contato com os municípios, procurando parceiros para ampliar essa cobertura.

Renato Meirelles disse que os resultados da pesquisa estão à disposição da sociedade como um todo. “E servem de suporte para os doadores para conseguirem fazer as doações.A ideia é que a pesquisa seja uma contribuição efetiva que una o Brasil pela vacina”, esclareceu.

Protocolos

Em relação às medidas de prevenção à doença, a pesquisa revela que 98% dos municípios tornaram o uso de máscara obrigatório, 97% realizam campanhas educativas sobre o distanciamento social e outras formas de se evitar o contágio e 86% adotam restrições para o horário de funcionamento de estabelecimentos e de serviços não essenciais. Apesar disso, 54% dos municípios defendem a realização de campanhas de incentivo para adesão às medidas adotadas porque, nessas localidades, metade ou menos da população está seguindo as recomendações.

União pela vacina

O Movimento Unidos Pela Vacina foi criado a partir da iniciativa de Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil. Trata-se de um movimento apartidário que objetiva viabilizar a vacinação de todos os brasileiros contra a covid-19 até setembro deste ano. Com essa meta, mais de 3.000 pessoas e instituições de todos os segmentos se uniram à executiva e suas 85 mil voluntárias em esforço para mobilizar governos, empresários e sociedade civil para levar a vacinação o mais rápido possível para todos os cantos do Brasil.

O Instituto Locomotiva foi fundado em 2016 e visa transformar dados em estratégias e ações para que empresas, instituições públicas e organizações do terceiro setor dialoguem com uma população cada vez mais informada e exigente. O instituto desenvolve pesquisas e estudos com variadas metodologias, colocando-se ao lado dos cidadãos e consumidores como porta-voz de suas demandas.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde não respondeu até o fechamento da matéria.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Saúde

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Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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