O Dia do Nutricionista é comemorado nesta quarta-feira, 31. Em 1939, a profissão nascia no Brasil com a criação do primeiro curso de nutrição no Instituto de Higiene de São Paulo, atual Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e, desde então, é notável o desenvolvimento da área como ciência, bem como do reconhecimento da importância da profissão, em meio à atuação interdisciplinar.

Tanto na prevenção como no tratamento de doença, os hábitos alimentares são reconhecidos em todo o mundo como um dos principais fatores determinantes da saúde. É o nutricionista quem tem habilitação para promoção, manutenção e recuperação da saúde por meio da alimentação, a partir da atuação em diversas áreas, como: clínica, saúde pública, esportiva, unidades de alimentação e segurança alimentar, consultoria, cozinhas experimentais, educação nutricional, ensino e pesquisa.

Para o médico e presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, deputado Gustavo Sebba (PSDB), o trabalho dos profissionais nutricionistas tem conquistado espaço e vem sendo mais valorizado a cada dia com razão. “A população tem percebido os benefícios de um acompanhamento nutricional para a sua saúde e bem-estar. Porém, nem todos têm condições de receber esse acompanhamento qualificado, mas a atuação do nutricionista não pode ser resumida a esse expediente. Nutricionistas são importantes nos bastidores de restaurantes, hospitais, grandes indústrias, escolas e espaços em que a presença do nutricionista garante mais segurança alimentar à coletividade”, sustentou.

O médico destacou também que o nutricionista tem papel fundamental para educar, de forma muito pedagógica, a população, levando informação para os meios de comunicação e redes sociais, ajudando a construir um ambiente de maior esclarecimento acerca da importância de uma alimentação saudável.
“Em decorrência da pandemia e da inflação, muitos brasileiros têm enfrentado a fome e a insegurança alimentar. Em razão disso, é fundamental que o Estado, em todas as suas esferas, fomente políticas públicas para melhorar essa situação, sendo de imensa importância a participação dos nutricionistas no desenho de tais políticas”, acrescentou Sebba.
O deputado enfatizou, ainda, que seja na esfera privada ou pública, os nutricionistas merecem nosso respeito e valorização como agentes da saúde e do bem estar social.

O papel do nutricionista na prevenção de doenças

A nutricionista funcional Amanda Honorato destaca que a profissão tem obtido destaque não apenas pela busca do emagrecimento e hipertrofia, mas também para a prevenção de doenças. “O segredo está na prevenção e nossa alimentação tem total influência com doenças. Quanto mais estamos de olho na prevenção mais conseguimos ter um futuro com qualidade de vida. Hoje, as pessoas não buscam mais um nutricionista visando apenas o emagrecimento, afinal, as doenças autoimunes, crônicas e degenerativas precisam de um olhar da nutrição”, explica.

Ela destaca que, no Brasil, há ainda uma cultura alimentar muito baseada em alimentos processados e industrializados, o que impede as pessoas de conseguir uma prevenção efetiva de doenças e abaixa a energia e disposição para no dia a dia.

A orientação dos nutricionistas é fazer as pessoas entenderem que precisam se alimentar de comidas ricas de verdade: alimentos vindos da natureza como frutas, verduras, carnes e cereais que são a base da alimentação saudável. “Toda pessoa deve se preocupar em conhecer mais sobre hábitos saudáveis, não apenas quem está doente, mas quem tem um autocuidado com sua saúde, seja uma criança ou um idoso. Quanto mais trabalhamos uma alimentação anti-inflamatória e nutritiva, mais conseguimos ter de bem-estar e qualidade de vida”, destaca Amanda.

A nutricionista explica que uma boa alimentação influencia na saúde hormonal, na hipergenética e, também, na saúde mental. “Atualmente, há pessoas que buscam nutricionista para aumentar a resposta cognitiva sobre o dia a dia. Alimentação é um dos pilares mais importantes da nossa vida. Ela está veiculada com nossas escolhas”, finaliza.

Fator peso

No Brasil, de acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan), em 2020 a prevalência de excesso de peso (sobrepeso mais obesidade) foi de 15,9%, 31,7%, 31,8%, 66,4% entre crianças menores de 5 anos, crianças de 5 a 9 anos, adolescentes e adultos, respectivamente. Isso demonstra um aumento progressivo entre as faixas etárias. 

Em Goiás, os resultados de excesso de peso seguem a tendência nacional, e quando avaliada a obesidade, observa-se prevalência de 7,4%, 17,7%, 14,4% e 31,6% entre crianças menores de 5 anos, de 5 a 9 anos, adolescentes e adultos, respectivamente. Entre idosos do estado, a prevalência de sobrepeso é de 48,4%.

O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição, tem lançado materiais técnico-informativos e estratégias para o enfrentamento do excesso de peso e da obesidade no Brasil, como instrutivos de abordagem coletiva para o manejo da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS), instrutivo de cuidado de crianças e adolescentes na atenção primária à saúde (APS). Outro material importante é o Manual de Atenção às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade na APS, com orientações práticas para o planejamento de ações e atendimento dos indivíduos com excesso de peso usuários do SUS.

É lei

Foi publicada no Diário Oficial do Estado a sanção do governador a Lei Estadual nº 21.354 (originalmente projeto de lei nº 1522/19), de autoria do deputado Bruno Peixoto (UB). A matéria propõe a instituição da semana estadual de conscientização da alimentação saudável, a ser realizada, anualmente, nas proximidades do dia 16 de outubro, data em que é celebrado o Dia Mundial da Alimentação.

“Todos os nossos órgãos e tecidos precisam de nutrição adequada para terem um bom funcionamento. Assim como o cálcio para os ossos e o ferro para o sangue, cada parte do nosso organismo demanda nutrientes específicos que só são adquiridos pelo que comemos. Sem uma boa nutrição seu corpo fica sujeito à fadiga, além de infecções e outras doenças”, pontua o autor, na justificativa da matéria.

Segundo o texto sancionado, durante a semana de que trata esta lei serão desenvolvidas pelo poder público estadual ações que contribuam para o esclarecimento da população goiana sobre a alimentação saudável, seus benefícios e no que contribuem para a saúde da população. “A sociedade civil e o poder público poderão promover eventos incluindo, entre outras atividades, promoção de palestras, debates e divulgação educativa.”

Nutrição em debate no Legislativo

Na Casa de Leis, há diversas discussões sobre a promoção da saúde e nutrição em prol da população goiana. Um deles é do deputado Amauri Ribeiro (UB) que tramita sob o n° 8805/21. A matéria obriga os estabelecimentos comerciais do ramo alimentício a informar a substituição de queijo e outros lácteos por produtos análogos.

A intenção é alterar a Lei nº 20.948, de 30 de dezembro de 2020, que dispõe sobre a obrigatoriedade de os estabelecimentos comerciais do ramo alimentício informarem a substituição de queijo e/ou outros lácteos por produtos análogos, no estado de Goiás. Em sua justificativa, Ribeiro coloca que o seu objetivo é o de garantir a aplicação da norma de forma efetiva pelos órgãos de proteção ao consumidor, bem como uma aplicabilidade igualitária a todos os locais que possuem atividade econômica ligada ao ramo alimentício. Ele anota que será de grande valia aos consumidores, principalmente priorizando a saúde e conhecimento deles com relação aos produtos que estão sendo ofertados.

Outra matéria é a de número 3976/19,  na qual o deputado Álvaro Guimarães (UB) defende a inserção do peixe na alimentação das escolas da rede estadual de ensino. “A inclusão do peixe na alimentação escolar representa atenção e cuidado com a qualidade de vida e saúde dos estudantes, tendo em vista as qualidades nutricionais do peixe, que possibilitam um bom desenvolvimento físico e mental dos alunos”, detalha Álvaro na justificativa do projeto.

Não especificamente sobre alimento e nutrição, mas tendo muito a ver, a prática de atividades físicas como vetor para uma vida saudável também é objeto de vários projetos de lei. No processo 1965/20, o deputado Delegado Eduardo Prado (PL) pretende que seja reconhecida a essencialidade da atividade física e do exercício físico.

E o projeto 4004/20, de autoria do deputado Wagner Neto (PRTB), propõe instituir em Goiás a Semana Estadual da Atividade Física. O parlamentar esclarece que, por meio de palestras e eventos, a data tem como objetivo “incentivar a prática de atividades físicas, bem como a reeducação alimentar, incluindo profissionais da saúde e da educação”.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO