Política

Participação das mulheres na política é foco de debate realizado na Alego com apoio da deputada Adriana Accorsi

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“Diálogos democráticos: quem tem medo das mulheres na política”. Esse foi o tema do debate realizado na tarde desta quinta-feira, 18, no auditório dois da Alego. Iniciativa do Coletivo Pretas de Angola, o evento contou com o apoio da deputada Adriana Accorsi (PT) e do Fundo Brasil de Direitos Humanos.

Segundo os organizadores, dentre os quais também se inclui o Instituto Cajueiro (Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude), a ação visa ampliar as vozes das mulheres nos espaços institucionais, garantir os direitos delas à participação política e inserir demandas específicas da população feminina na agenda pública do estado. Com mediação feita por Lucilene Kalunga – representante quilombola e liderança do movimento negro em Goiás, o debate reuniu outras expoentes do feminismo goiano. 

Presidente do Conselho da Mulher do Estado de Goiás, a geógrafa Ana Rita de Castro abriu a discussão. Favorável à política de cotas para mulheres nos parlamentos, ela lamentou o cenário de subrepresentação feminina vivenciado no país e no estado e aproveitou para levantar bandeira em prol da aprovação da medida, que se destaca hoje como uma das principais demandas do movimento feminista a nível nacional. “Países onde as mulheres têm maior participação na vida política, atuando ativamente nos espaços de poder e decisão, são justamente aqueles onde há essa garantia na legislação”, salientou. 

Coordenadora Nacional da Comissão de enfrentamento à Violência Doméstica, a promotora Rubian Coutinho deu sequência à discussão. Ela aproveitou o gancho para lembrar conquistas referentes às cotas eleitorais para candidaturas femininas e clamar por novos avanços. “Ainda vivemos um cenário de luta, por isso, precisamos estar sempre atentas, criando oportunidade de diálogo com a sociedade e pondo em pauta nossas reivindicações”.

Na sequência, a advogada eleitoralista Nara Bueno assumiu o microfone e respondeu a pergunta tema da audiência. Representando o projeto Goianas nas Urnas, ela afirmou que grupos identitários que têm ocupado histórica e publicamente o centro das decisões são os que mais temem, hoje, a ascensão política das mulheres, assim como de outras minorias sociais. “Eles têm medo porque a nossa entrada implica num deslocamento de poder, de prioridades, de pautas e de políticas públicas, que passam a ter mais a nossa cara”. 

Por fim, a professora Lúcia Rincón, especialista no assunto, encerrou o debate, trazendo dados de pesquisas sobre o tema. Em sua fala, destacou a necessidade de diversificação e amplificação das vozes em disputa no cenário. “Não é qualquer mulher que vai nos representar. A entrada das mulheres é importante, sobretudo na medida em que promove uma ruptura moral com a política tradicional e traz para essa agenda temas que são prioridade das mulheres”, enfatizou. 

Em entrevista, a professora Janira Sodré, uma das responsáveis pelo evento, também respondeu à pergunta tema da audiência, destacando, inclusive, o perfil das pessoas  que se beneficiam com a ausência das mulheres na política. “São os detentores tradicionais do poder político – homens brancos de mais idade – que exercem uma participação hegemônica nos poderes Executivo e Legislativo por meio do pleito eleitoral”.

Janira destacou, ainda, pesquisa que aponta a vontade de mudança do eleitorado quanto a esse perfil de representação. “Hoje, em média, 65% dos brasileiros estão interessados no avanço dessa representatividade dos setores excluídos. A nossa expectativa é que essa demanda se torne voto, e que possa beneficiar também as mulheres”, finalizou.    

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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Política

“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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