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Organização Meteorológica alerta para riscos climáticos na AL e Caribe

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Alarmante. Assim a Organização Meteorológica Mundial (WMO, do inglês World Meteorological Organization) classificou a conclusão de especialistas que apontam que a tendência de aquecimento em toda a América Latina e Caribe se manteve ao longo do ano de 2021.

Em um relatório sobre as condições climáticas regionais que divulgou hoje (22), a organização sustenta que a temperatura subiu, em média, 0,2% entre 1991 e 2001, ao passo que, anteriormente, a taxa média de 0,1% de aumento por década se manteve por quase quarenta anos (1961/1990).

O relatório também documenta “as mais altas taxas de desmatamento” verificadas na América Latina e Caribe desde 2009. Ele aponta as consequências destas mudanças para os ecossistemas, a segurança alimentar e hídrica, a saúde humana e para as economias locais, como megassecas, chuvas extremas, ondas de calor, derretimentos de geleiras e a consequente elevação do nível do mar – eventos climáticos extremos com prejuízos ambientais, sociais e econômicos.

De acordo com os especialistas da WMO, as geleiras dos Andes tropicais perderam 30% ou mais de sua área desde a década de 1980, com uma tendência de balanço de massa de água negativo equivalente a -0,97 metros entre 1990-2020. Fato que aumenta o risco de escassez de água para a população e os ecossistemas andinos. Só no Peru, algumas geleiras perderam mais de metade de sua área original.

A publicação alerta que a elevação do nível do mar ameaça um grande número de pessoas concentradas em áreas costeiras, seja com inundações ou com a erosão costeira, seja pela potencial contaminação de aquíferos de água doce e formação de tempestades. E estima que o desmatamento na floresta amazônica brasileira atingiu, em 2021, o nível mais alto desde 2009, com a destruição de uma área florestal 22% superior à de 2020.

O documento ainda destaca que algumas áreas estão passando por mudanças na frequência e gravidade de extremos climáticos, como chuvas fortes, em consequência das variações climáticas registradas na América Latina e Caribe. Os oceanos Pacífico e Atlântico, por exemplo, estão se aquecendo e se tornando mais ácidos como resultado da maior concentração de dióxido de carbono – fenômeno que coloca em risco o abastecimento de alimentos.

Para os especialistas, o continente sul-americano está entre as regiões do mundo com maior necessidade documentada de fortalecimento dos sistemas de alerta precoce de múltiplos perigos e os Andes, o nordeste brasileiro e o norte da América Central, algumas partes do México e até mesmo a Amazônia são áreas sensíveis às mudanças climáticas em curso e que, por isso mesmo, exigem maior atenção.

A fim de reduzir os potenciais impactos adversos, os especialistas defendem investimentos feitos de forma mais “adequada” no fortalecimento dos serviços climáticos e em seus componentes – incluindo sistemas de observação e de informações climáticas e de gerenciamento de dados – além dos já citados sistemas de alerta.

Lançado durante o painel de alto nível organizado pela OWM, pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Uneclac) e pelo Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres (Undr), o relatório Situação do Clima na América Latina e no Caribe em 2021 é o segundo de uma série anual e pode ser acessado na página da organização, na internet.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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Lula segue para o Rio Grande do Sul, acompanhado de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário

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Estado registra 329 municípios atingidos e 686.482 pessoas afetadas. A frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguiu para o Rio Grande do Sul na manhã deste domingo, 5 de maio, acompanhado por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário. O grupo se une aos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que já estão no estado e acompanham de perto as ações de socorro e assistência do Governo Federal à população gaúcha.

Embarcaram com o presidente a primeira-dama, Janja Lula, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também seguem para o Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

Neste domingo, durante o Regina Caeli (uma das peças da liturgia católica, denominadas “antífonas marianas”), o Papa Francisco manifestou solidariedade e dirigiu suas orações aos povos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afetados pelas fortes chuvas e enchentes.

Atualizações nas ações de socorro e assistência ao Rio Grande do Sul

Ministério da Defesa
Resgate de pessoas isoladas em Lajeado, Encantado, Taquari, Estrela, Nova Santa Rita, Montenegro, Sinimbu, Canoas, Bento Gonçalves, Campo Bom e São Sebastião do Caí. Em São Gabriel, Bagé, Alegrete e Cristal, também foram realizadas operações de apoio à reestruturação de imóveis destruídos e realocação de pessoas desabrigadas. Em Candelária e São Valentim do Sul, o contingente ainda realizou a desobstrução de vias. Em Restinga Seca, atuaram para o lançamento de uma ponte e restituição dos acessos. Em Porto Alegre e Cachoeira do Sul, atuaram no apoio à organização e distribuição de doações e aos abrigos de desabrigados. Foram realizados 9.749 resgates nos últimos dias, sendo 402 aéreos, 2.340 fluviais e 7.007 terrestres – 69 pessoas demandaram um trabalho de evacuação aeromédica. São 647 militares das Forças Armadas envolvidos nas operações, sendo 426 do Exército, 155 da Marinha e 66 da Força Aérea.

Força Aérea Brasileira (FAB)
Nesta madrugada, a aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC). Decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ) com destino à Base Aérea de Canoas, transportando geradores, banheiros químicos, barracas operacionais, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que vão prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção da assistência à população gaúcha. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares do GALC, que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas. A atuação desse efetivo tem a finalidade de apoiar logisticamente as operações na calamidade pública.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
No balanço da manhã, a PRF apontou a previsão de reforço de 75 agentes no efetivo envolvido nas operações. Até o momento, estão destacados 99. A força relatou extrema dificuldade de movimentação do efetivo em razão dos pontos bloqueados. Estão empregadas na operação 20 viaturas e três aeronaves. Cento e cinquenta resgates terrestres já foram realizados e 54 pessoas (e três animais) demandaram resgate aéreo.

BALANÇO — De acordo com a última atualização do governo estadual, são 329 municípios atingidos e já são 686.482 pessoas afetadas. O estado contabiliza 79.253 desalojadas e outras 14.447 pessoas em abrigos, com 72 mortes, 150 feridos e 103 desaparecidas.

PREVISÃO DO TEMPO — De acordo com os órgãos de monitoramento e previsão hidrometeorológica — Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) — a frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná.

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