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Museu de Arte do Rio recebe mostra de fotógrafo francês

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Foi aberta ontem (3) no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, a exposição Margens, do fotógrafo francês Ludovic Carème. São 68 fotografias em preto e branco que retratam a realidade de comunidades pobres do Brasil, com populações ribeirinhas da Amazônia e favelas do Rio de Janeiro e São Paulo.

O fotógrafo morou no Brasil por mais de 10 anos, nos anos 2000, e já fotografou refugiados de guerra da Bósnia, imigrantes do Mali na França e haitianos na República Dominicana, na década de 1990, sempre com seu estilo sensível e contemporâneo.

Retratista de estrelas internacionais como John Malkovich, David Lynch, Woody Allen, e no Brasil, Milton Nascimento, Ruth de Souza e Oscar Niemeyer, Ludovic explica que, ao chegar no Brasil, mergulhou na fotografia documental.

“Quando cheguei na cidade de São Paulo, com sua efervescência urbana característica, senti a expressão de uma diversidade do mundo tal como ele é, sem hipocrisia. Não são aqueles que escrevem ou fazem história que me preocupam, mas aqueles que estão sujeitos a ela. Quando faço um retrato, não olho para o meu modelo como um estranho ou o outro, mas como o meu contemporâneo”, explicou.

A mostra é dividida em três séries. Em Favela Água Branca, a ocupação urbana na margem do Rio Tietê, em São Paulo, o fotógrafo evidencia o cotidiano de uma comunidade condenada a desaparecer diante da especulação imobiliária, além da transformação de espaços abandonados na maior megalópole da América do Sul em refúgios para pessoas em situação de rua.

A série seguinte, Na beira do Rio Jurupari e Rio Envira, no Acre, Carème traz uma floresta poderosa e destruída com seus moradores. Para o fotógrafo, ambos ambientes se conectam por sua origem em comum: “Tal como os habitantes de São Paulo que eu fotografei, os do Acre são descendentes de escravos do Nordeste e estes vestígios, infelizmente, ainda estão presentes”.

Na última série, Retratos e Mar, Carème fotografou jovens moradores das Favelas da Maré e do Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro, com base na pergunta “o que você gostaria para o seu futuro? ”. Os retratos são contrapostos ao mar carioca, fazendo um paralelo entre a esperança dos jovens e a vastidão do oceano.

A diretora executiva do MAR, Sandra Sérgio, explica que o trabalho testemunha a injustiça e a fragilidade humana através das lentes.

“A partir de uma coletânea de 68 fotos, que serão doadas pelo fotógrafo para o nosso acervo, apresentamos o Brasil por uma perspectiva mais inclusiva e mais plural, retratando desde o cotidiano das populações indígenas da Amazônia até a esperança no olhar dos jovens cariocas”.

A curadoria da mostra é de Christian Caujolle. A mostra é uma parceria da Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI), instituição gestora do MAR desde dezembro de 2020, com a Embaixada da França no Brasil. A exposição pode ser vista até o dia 26 de março.

*Colaborou Cristiane Ribeiro, repórter do Radiojornalismo EBC

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

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Em função da calamidade no Rio Grande do Sul, Governo adia Concurso Público Nacional Unificado

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A nova data será anunciada quando houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional

Em razão da situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será adiado em todo o país. A nova data vai ser anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 3 de maio, pela ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck.

A decisão foi tomada de forma coletiva, após análise das condições no Rio Grande do Sul, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Procuradoria-geral do Estado do Rio Grande do Sul, além do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A oficialização da medida foi efetivada a partir de um Termo de Acordo (confira em anexo).

“Essa decisão de adiamento busca garantir a integridade dos participantes, inclusive sua integridade física nas regiões onde seria impossível o deslocamento. Mas é uma integridade em todas as dimensões, preservando a vida das pessoas e também conferindo segurança jurídica ao concurso, que é algo essencial para todo mundo que está prestando concurso”, afirmou Esther Dweck.

A ministra assegurou que nos próximos dias, após a resolução das questões logísticas envolvidas, será anunciada a nova data. “Não temos uma nova data. Eu quero deixar claro que podemos, nas próximas semanas, divulgar a nova data. Nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite dar uma nova data com segurança. A gente imagina que algumas semanas, ou até menos, a gente consiga divulgar a nova data”, enfatizou.

A ministra Esther Dweck enfatizou que a solução é a mais segura para todos em todo o país, ao garantir as mesmas chances para todos os candidatos em todos os lugares. “O adiamento reforça o compromisso do governo com a construção de um país melhor, um país mais inclusivo, com respeito ao próximo e a construção de uma democracia com a cara do Brasil. Por isso a gente não pode deixar ninguém de fora”, declarou Dweck.

O governo ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária” Paulo Pimenta, ministro da Secom

EMERGÊNCIA – Para o ministro Paulo Pimenta, a decisão, além de garantir isonomia a todos os candidatos, permite ao Governo Federal focar ainda mais os esforços na ajuda humanitária necessária ao Rio Grande do Sul. “O governo federal ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento da prova em todo Brasil. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária”, disse.

O ministro afirmou que o foco do Governo Federal está no resgate das vítimas e restabelecimento das condições básicas de infraestrutura, como desobstrução de vias e restabelecimento de serviços essenciais, como energia elétrica e comunicações. Ele destacou que, devido à continuidade das chuvas, ainda não é possível calcular o alcance total dos danos. “Isso é aquilo que chamamos de segunda etapa: trabalho de reconstrução. E esse levantamento dos valores se dará a partir do plano de trabalho apresentado por cada município e pelo estado, mediante homologação da defesa civil”.

Pimenta disse que não há um valor acordado, mas assegurou que o Governo Federal não estabelecerá um limite para os recursos e irá prover o suporte financeiro necessário para a reconstrução das cidades. “O que o presidente Lula afirmou ontem é que não há limite definido. Vamos disponibilizar o recurso necessário para que, nas questões de responsabilidade do Governo Federal, todos os pleitos de reconstrução sejam atendidos”, declarou. Pimenta e o ministro da Integração de do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, voltam neste sábado para o Rio Grande do Sul para instalar um escritório de governo no estado.

ENEM DOS CONCURSOS – Conhecido como Enem dos Concursos por sua abrangência, o Concurso unificado tem mais de 2,14 milhões de inscritos de todas as regiões do país. Eles vão concorrer a 6.640 vagas em 21 órgãos da Administração Pública Federal. Quando remarcadas, as provas devem ocorrer em 228 municípios de todos os estados e no Distrito Federal.

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