Nacional

Museu da Língua Portuguesa tem oficina infantil inspirada em Saramago

Publicado

em

A instalação O Conto da Ilha Desconhecida, inspirada em livro de mesmo nome do escritor português José Saramago, está em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, na estação da Luz, em São Paulo, até o dia 24. As crianças que forem visitar o local podem participar ainda do projeto Estação Férias – Lugares para Mirar, que promove uma série de oficinas e atividades socioeducativas. A visita à instalação e a participação nas oficinas são gratuitas e não precisam de agendamento: basta se dirigir ao Saguão B do Museu da Língua Portuguesa.

Oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa. Oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa.

Oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa., por Rovena Rosa/Agência Brasil

“É uma programação especial de férias, de terça-feira a domingo, e temos atividades inspiradas em O Conto da Ilha Desconhecida, do José Saramago, porque o Museu da Língua Portuguesa integra as instituições que celebram o centenário do Saramago”, explicou Marília Bonas, diretora-técnica do Museu da Língua Portuguesa. “Saramago tem essa fama de ser um autor difícil. Mas ele tem uma produção muito extensa e uma produção, inclusive, de literatura infantil e infanto-juvenil. O Conto da Ilha Desconhecida é um livro para todas as idades e a gente o escolheu porque ele consegue trazer e se conectar intergeracionalmente. E esse é um compromisso do museu: ampliar os horizontes quando estamos falando de literatura”, acrescentou.

O Conto da Ilha Desconhecida fala da possibilidade de se realizar sonhos. Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que ela é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas. Há várias interpretações possíveis para o livro, mas o que o museu busca com as atividades é proporcionar uma experiência lúdica ao público.

Oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa. Oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa.

Oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa., por Rovena Rosa/Agência Brasil

A começar pela instalação que foi criada pela companhia teatral Pia Fraus e que consiste em uma barca inflável de sete metros de comprimento. Dentro da barca se encontram os personagens do livro: uma série de bonecos feitos dos mais diferentes materiais. A barca pode ser visitada diariamente. E, aos domingos, às 10h30, ainda há contação de histórias no local.

Ao lado da barca, foram instaladas mesas para as atividades e oficinas de férias. Ali, há espaço para escrita, leitura de livros, confecção de materiais e as crianças podem se sentar próximo a uma máquina de escrever para registrar seus pedidos ao rei. Foi o que os primos João Augusto e Matheus fizeram.

“Pedi um outro barco ao rei para poder colocar mais pessoas na tripulação”, contou Matheus, 11 anos. Já o primo João Augusto, 13 anos, fez um pedido mais pessoal. “Eu pedi ao rei para ser jogador”, falou ele.

João e Matheus participaram das atividades após terem visitado o museu. Matheus gostou muito do que encontrou por lá. “O Museu conta a história da língua [portuguesa], das pessoas. É muito legal. Bem divertido. A parte que eu mais gostei foram os totens, onde tem pessoas falando em outras línguas. Dá para você conhecer um pouco da outra língua”, contou. “Vim aqui passear com minha tia-prima, minha mãe e meu primo. Foi a primeira vez que vim e achei sensacional. Gostei de tudo”, falou João Augusto.

Crianças participam de oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa. Crianças participam de oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa.

Crianças participam de oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa. – Rovena Rosa/Agência Brasil

A dona de casa Erinalva Gomes da Rocha, mãe de João Augusto, contou ter aproveitado o período de férias para levar o filho e o primo ao museu. “Acho ótimo [ter uma atividade para as crianças nas férias] porque assim tiramos eles do celular e da tecnologia. Distrai a cabeça, aprende”, falou ela à reportagem.

A administradora Silvana Watanabe também aproveitou uma visita que fez ao museu com as duas filhas e a sobrinha para conhecer o espaço  em homenagem a Saramago. “Nós viemos ao museu e acabamos vendo essa exposição. Aqui elas descobriram a máquina de escrever e acharam muito legal. Gostaram do carimbo também”, disse ela à Agência Brasil.

Silvana diz ter o hábito de sempre levar as filhas a museus. “A cultura é muito importante para as crianças. Conhecer pessoalmente e tocar é muito mais lúdico para elas do que só estudar nas escolas”, falou ela.

Fernanda Wotombe, 8 anos, participa de oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa. Fernanda Wotombe, 8 anos, participa de oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa.

Fernanda Wotombe, 8 anos, participa de oficina da mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa. – Rovena Rosa/Agência Brasil

“A ação educativa está com o ateliê aberto, onde as pessoas podem entrar em contato de forma poética com o conto. E, diariamente, estamos oferecendo oficinas. Uma delas é a Objetos de Mirar, onde a ideia é que as crianças possam construir objetos ópticos como monóculos e lunetas, com a ideia de ver com mais poesia o cotidiano. E também temos a oficina Embarcar, em que as crianças aprendem a construir embarcações com folhas, com páginas dos livros, já suscitando a ideia de que a própria leitura é uma viagem”, disse Rochele Beatriz, supervisora das oficinas promovidas pelo museu.

A Estação Férias ocorre de terça a domingo, das 10h as 17h, com as oficinas acontecendo às 10h30 e às 14h. Mais informações sobre a programação de férias do Museu da Língua Portuguesa podem ser obtidas aqui.

Edição: Paula Laboissière

Fonte: EBC Geral

Comentários do Facebook

Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

Publicados

em

Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA