Minas Gerais

Maioria das internações por covid-19 no SUS/MG foi feita em unidades da Fhemig

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Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) – maior rede hospitalar pública do país – respondeu por 5,4% do total de internações por covid-19 no estado (51.713), considerando-se os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no primeiro ano de pandemia. Os dados são da Diretoria de Contratualizações e Gestão da Informação (DCGI), que verificou o acolhimento de pacientes suspeitos e confirmados para coronavírus, a partir dos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e dos sistemas internos da fundação.

Os resultados da Fhemig correspondem ao período de março de 2020 a fevereiro de 2021. Em conjunto, as unidades da rede estadual não apenas demonstraram planejamento e estabilidade gerencial, mas também dedicação, entrosamento entre diretorias e agilidade na assistência hospitalar.

“A integração nas unidades entre diretores e suas equipes se fortaleceu, em um prazo muito curto, e nosso potencial para dar respostas mais rápidas sedimentou a compreensão de que somos macrorregionais, e capazes de expandir nossas forças”, ressalta a diretora assistencial da Fhemig, Lucineia Carvalhais. “Também percebemos que podemos reduzir nossos tempos nos processos de aquisição, sem perda de qualidade e segurança. Nosso papel é ser  ágil, flexível e responder conforme a necessidade da rede pública, além de nos qualificarmos cada vez mais para a alta complexidade”, avalia.

Números

A Fhemig destinou, no período, 171 leitos de unidade de terapia intensiva (141 adultos, 26 pediátricos e 4 neonatais) ao tratamento da covid-19, sendo 131 leitos na capital (40 adultos no Hospital Eduardo de Menezes – HEM; 59 adultos no Hospital Júlia Kubitschek – HJK; 16 pediátricos no Hospital Infantil João Paulo II; 12 adultos e 4 pediátricos no Hospital João XXIII), e 40 leitos no interior (21 adultos, 4 pediátricos e 4 neonatais no Hospital Regional João Penido, em Juiz de Fora; 9 adultos no Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas).

Fhemig / Divulgação

Também foram disponibilizados 15 leitos semi-intensivos no HEM. Em relação aos leitos de enfermaria (adultos e pediátricos), foram 318 designados somente para o atendimento a pacientes suspeitos e confirmados da covid-19, sendo 265 leitos na capital (49 adultos no Hospital Eduardo de Menezes; 164 adultos no Hospital Júlia Kubitschek; 28 pediátricos no Hospital Infantil João Paulo II e 24 adultos no Hospital João XXIII) e 53 leitos no interior (40 adultos e 4 pediátricos no Hospital Regional João Penido; 9 adultos no Hospital Regional Antônio Dias).

A Fhemig admitiu, em suas unidades, de março do ano passado a 24 de abril de 2021, quase 13 mil casos suspeitos de covid-19, sendo que 4.020 foram atendidos no HEM e 3.020 no HJK. Destes casos, 5.426 foram confirmados, sendo 1.921 no HEM e 1.679 no HJK.

Os leitos de terapia intensiva da Fhemig receberam, no total, 3.339 pacientes suspeitos de covid-19. Entre os 2.119 confirmados, 65,8% precisaram de ventilação mecânica. Somente a UTI do HEM atendeu 1.102 pacientes suspeitos, sendo 712 confirmados. Já a UTI covid-19 do HJK atendeu 900 casos suspeitos, sendo 648 confirmados.

Mobilização

Desde o começo da pandemia, as equipes da Fhemig, em especial os infectologistas, monitoraram o comportamento do SARS-CoV-2 e, observando o cenário que se desenvolvia na Europa, foi possível fazer uma projeção do impacto local e traçar o planejamento das ações, em discussões com a Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

“Em fevereiro de 2020, já começamos a desenhar a capacidade máxima de respostas que poderíamos dar, descritas pela Fhemig no Plano de Capacidade Plena Hospitalar (PCPH) de enfrentamento à covid-19. O documento foi imediatamente disponibilizado ao público, com toda a transparência que a situação demandava”, conta Lucineia. Ela destaca também o envolvimento de todos diretores, das equipes assistenciais e da presidência na elaboração do PCPH.

As unidades hospitalares precisaram se reorganizar para continuar oferecendo a melhor assistência possível e atender à alta demanda frente ao desafio. A Fhemig destinou, desde 25 de março de 2020, 100% dos leitos do Hospital Eduardo de Menezes (HEM) para o atendimento a pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19. A unidade já era referência estadual no atendimento a doenças infectocontagiosas. Em 20 de março de 2021, o Hospital Júlia Kubitschek (HJK) também passou a realizar o atendimento integral a esses casos.

Em pouco tempo, toda a Fundação se envolveu com a convocação emergencial de servidores, aquisição de insumos, projeção de consumo de material médico e medicamentos, desenvolvimento de rotinas, fluxos e protocolos, treinamentos on-line e aquisição de equipamentos. Além disso, foi criado protocolo assistencial de atendimento, com diretrizes para todas as atividades que funcionam nos hospitais da Fhemig, desde a chegada do paciente até a alta ou o óbito.

“O documento contém todas as orientações assistenciais na atenção à covid-19, como o acolhimento da família, o manejo do atendimento on-line, e os procedimentos com os pacientes críticos. O protocolo é constantemente atualizado, e usado como base para consulta em diversos municípios do estado”, explica Lucineia.

Neste processo, algumas dificuldades também foram superadas com o apoio das equipes assistenciais em todos os níveis gerenciais. “Quando o mercado enfrentou escassez de equipamentos de proteção individual (EPIs), tínhamos estoque para as unidades. Já a contratação de profissionais é algo difícil até hoje, principalmente de médicos, mas tivemos resposta humanitária de muitos profissionais, que trabalharam em esforço máximo de adesão aos plantões estratégicos, para não haver redução de leitos”, afirma.

Obras

Para o funcionamento adequado do Plano de Capacidade Hospitalar Plena, alguns hospitais tiveram a necessidade de passar por obras e adequações emergenciais. Os investimentos, feitos com recursos de acordos celebrados entre a Vale e o Governo do Estado, ultrapassaram R$ 102 milhões nos orçamentos estimados para os projetos e obras de infraestrutura das unidades hospitalares da Rede Fhemig nos próximos três anos.

Segundo o gerente de Infraestrutura Predial da Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças da Fhemig, Henrique Coelho, a gestão priorizou as unidades que estão na linha de frente no atendimento aos casos de covid-19. “Foram tomadas decisões imediatas para adequar espaços físicos nos ambientes dos hospitais para atendimento a estes pacientes”, afirma.

São exemplos dessas intervenções as obras no HEM e no HJK, iniciadas no começo de abril de 2020 e executadas pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG). Elas foram consideradas prioritárias por estarem integralmente direcionadas ao atendimento a pacientes com a covid-19.

A obra no HEM foi dividida em duas etapas. A primeira, já finalizada, abrangeu a reforma da Ala “D” e a ampliação da capacidade de carga da subestação em cumprimento à decisão do Comitê Extraordinário Covid-19, resultando no aumento e adequação de leitos para atendimento aos pacientes da pandemia. A segunda etapa, ainda em andamento, contempla, entre outras ações, obras para a instalação de equipamentos e adequação dos leitos de isolamento respiratório.

O HJK também cumpre importante papel no Plano de Capacidade Hospitalar Plena. Depois de quase um ano como retaguarda do HEM, a unidade passou a se dedicar exclusivamente ao atendimento à covid-19. Além disso, a maternidade do hospital é, preferencialmente, a unidade dedicada ao atendimento às gestantes, parturientes e puérperas com suspeita ou diagnóstico positivo para covid-19.

Em janeiro de 2021, foram inaugurados o novo CTI e sistema de climatização da unidade, instalados os principais ramais de nova rede de gases medicinais (oxigênio e ar comprimido), o novo sistema de distribuição de energia elétrica e de novos Grupos Moto Geradores (GMG’s) de Energia. Recentemente, foi iniciada a execução da obra de reforma do bloco cirúrgico.

Contratações emergenciais

Com o objetivo de suprir a demanda de profissionais nas unidades da Fhemig, em decorrência da pandemia e a consequente abertura de leitos, foram realizados, até o momento, 110 chamamentos públicos emergenciais nas unidades da Fhemig.

No total, foram ocupadas 750 vagas por diferentes profissionais, sendo 342 técnicos de enfermagem, 148 médicos, 73 enfermeiros e 81 fisioterapeutas respiratórios, além de psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, dentre outros.

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Minas Gerais

Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

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Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

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