Minas Gerais

Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico tem atendimentos quase quatro vezes maiores que determinação do governo federal

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Diretrizes do Ministério da Saúde estabelecem que o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Barbacena – Jorge Vaz, na região Central do estado, deve prestar pelo menos um atendimento de saúde e psicossocial por dia para cada paciente. Em fevereiro, a instituição conseguiu ir muito além: foram quase quatro vezes mais atendimentos para os atuais 146 pacientes, dos quais 127 são homens e 19 mulheres, totalizando 15.565.

O Jorge Vaz é uma unidade de saúde mental vinculada ao Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), que está inserido na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Ele passa por fiscalizações frequentes de conselhos de classe, como o de Medicina e o de Enfermagem, além de outros órgãos como Vigilância Sanitária, Ministério Público e Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Contratações

Para o diretor do hospital, Felipe Esteves, o resultado é reflexo de várias ações que o Depen-MG e os servidores da unidade vêm trabalhando desde setembro de 2019, com a identificação das necessidades da instituição e dos pacientes. Ele explica ainda que, em outubro de 2020, foi possível concretizar o projeto de reestruturação da equipe de atendimento com a contratação de médicos clínicos e psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, dentista, terapeuta ocupacional, fisioterapia e serviço social.

“Esta nova equipe participa do plano de ação no atendimento que foi apresentado ao Depen-MG. Houve uma redivisão de pacientes e criação de equipes específicas para cada perfil de saúde mental, dosando as forças de segurança e saúde. O resultado foi o número expressivo de atendimentos, sem alterações de carga horária de trabalho, sempre de acordo com as legislações específicas”, detalha o diretor.

Hoje o quadro da equipe de saúde e psicossocial é composto por quatro médicos clínicos, cinco médicos psiquiatras, quatro psicólogos, três assistentes sociais, uma farmacêutica, sete enfermeiros, oito técnicos de enfermagem, um dentista, dois auxiliares de consultório odontológico, um terapeuta ocupacional, um fisioterapeuta, uma pedagoga e um gerente de produção. Destes profissionais de saúde, 70% são de recrutamento amplo, com as cargas horárias regularizadas que variam de 30 a 40 horas, e para médicos, 24 horas semanais.


Crédito: Sejusp / Divulgação

Internações

Todas as internações no Hospital de Custódia Jorge Vaz são feitas por determinação judicial. São cinco modalidades: a medida de segurança, aplicada a pessoa com transtorno psiquiátrico que, no momento de uma desestabilização ou surto psíquico comete um crime; o exame de sanidade mental; o exame de dependência toxicológica; o tratamento psiquiátrico temporário, para indivíduos privados de liberdade no sistema prisional; e os exames de cessação de periculosidade, cuja finalidade é avaliar o risco de segurança que uma pessoa pode oferecer para a sociedade.

Ainda há incompreensões na sociedade acerca das atividades realizadas pelos profissionais do Jorge Vaz, lembra o diretor Felipe Esteves, apesar de Barbacena ser o epicentro da reforma psiquiátrica nacional.

“Existem profissionais que ainda acham que aqui é o antigo Hospital Colônia de Barbacena. São instituições contemporâneas, mas completamente diferentes em suas atribuições e separadas por uns três quilômetros de distância umas das outras. Sofremos ainda muito preconceito, apesar de optarmos por oferecer um atendimento digno e humanizado”, reforça o diretor, que é cirurgião dentista, com especialização em Estomatologia e Gestão de Saúde no Sistema Prisional. 

Desafio

A atuação do médico psiquiatra perito tem como principal característica a imparcialidade, especialmente quando se trata de avaliar a chamada cessação de periculosidade, ou seja, quando o paciente não representa mais uma ameaça para a comunidade em que vive.

Jamile Rodrigues é uma das médicas da perícia do Jorge Vaz e explica que o ato pericial, embora seja um ato médico, requer também diálogo com a assistência psicossocial. “Os médicos peritos devem atuar conectados ao trabalho da Assistência Social e da Psicologia. Todos os profissionais da instituição estão voltados para a humanização do tratamento”, explica.

São quatro os pilares analisados para, como dizem os pacientes, “passar no laudo” da perícia psiquiátrica: o juízo crítico do paciente acerca do ato que cometeu, o apoio familiar, o funcionamento da rede de atenção psicossocial do município no qual reside o paciente e a estabilização do quadro psíquico.

Segurança

“Para trabalhar no Jorge Vaz, o policial penal precisa desconstruir tudo que aprendeu nas atividades de uma unidade prisional convencional”, afirma o diretor de segurança da unidade, William Carlo. Esta é uma das explicações apontadas por ele para a boa parceria estabelecida entre o setor de segurança e o corpo médico/psicossocial do hospital. “Aqui já foi um porão de loucos, mas hoje é realmente um hospital de custódia. A união da segurança e a saúde tornou possível superarmos exigências da legislação específica para este tipo de instituição. Somos uma única equipe”, ressalta.

No cargo desde 2019, Carlo é policial penal com experiência de cinco anos na direção do Presídio de Conselheiro Lafaiete e, também, bacharel em Enfermagem. Com 20 anos de experiência como enfermeiro de psiquiatria (no próprio Jorge Vaz, de 2007 a 2014, e anteriormente no conhecido Hospital Colônia), ele desmistifica ideias de quem desconhece o trabalho na instituição. “No Jorge Vaz não se consegue nada pela força”, diz. “A gente não vê o crime, vê o sujeito”, observa.

Na unidade, todos os servidores chamam os internados de pacientes, ao invés de preso, detento ou privado de liberdade. O uniforme é verde, como em outras unidades de Saúde. A roupa vermelha é usada apenas em escoltas externas. No trânsito interno, as algemas são utilizadas somente quando há risco de fuga, agressão ou surto.

“É uma unidade que precisa muito de pessoas que compreendam os ‘dois lados da moeda’, tanto da segurança quanto da saúde. Se essa balança pender para um lado só, tudo desmorona”, ressalta o diretor da unidade hospitalar, Felipe Esteves.

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Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

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Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

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