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Hoje é Dia: semana recorda o adeus às cantoras Elis Regina e Maysa

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Duas das maiores cantoras da música brasileira serão lembradas na semana que começa hoje: no dia 19, completam-se 40 anos sem Elis Regina. Já no dia 22, serão 45 anos desde a morte de Maysa.

Elis Regina, nascida em 1945, revolucionou a música e deixou a sua belíssima voz marcada na bossa nova, na MPB e em tantos outros gêneros musicais. Sempre muito política, Elis é intérprete de inúmeros sucessos, entre eles Águas de março, com Tom Jobim, Como nossos pais e O bêbado e o equilibrista.

Elis se inspirou bastante nos cantores de rádio da sua época e começou sua carreira ainda na adolescência. No entanto, foi nos grandes festivais de música dos anos 1960, transmitidos pela televisão, que ela apresentou a extensão de sua voz e a sua dramaticidade enquanto cantava. O seu gestual, enquanto se apresentava, é um traço marcante de suas performances (assista trechos de uma apresentação de Elis Regina no palco do Canecão, da série Antologia MPB, produzida pela TVE em 1988 e recuperado pelo Recordar é TV, da TV Brasil):

Apelidada de Pimentinha, Elis chegou a ter uma projeção internacional: foi comparada a Ella Fitzgerald, a cantora que ficou eternizada pela potência de sua voz. Foram quatro milhões de discos vendidos em 18 anos de carreira. Elis Regina faleceu no auge de sua carreira, no ano de 1982, aos 36 anos, vítima de uma parada cardíaca após consumo de álcool, drogas e medicamentos. Ela deixou três filhos e uma legião de admiradores.

Elis Regina - Arquivo Nacional Elis Regina - Arquivo Nacional

Elis Regina – Arquivo Nacional – Foto: Acervo/Arquivo Nacional

Elis e sua obra estão presentes em vários programas e conteúdos da Empresa Brasil de Comunicação. A começar por esta lista de 17 curiosidades sobre a cantora, elaborada em 2014, quando ela completaria 70 anos. Entre elas, o fato de que “Elis foi reprovada por Tom Jobim, em 1964, durante as audições para o disco Pobre Menina Rica, sob a alegação de que ela ainda era muito provinciana. Exatamente dez anos depois, gravaram juntos o disco Elis & Tom, histórico registro da MPB” (confira a lista completa).

E direto dos arquivos da Rádio Nacional, ouça novamente uma rara entrevista concedida por Elis à emissora, em julho de 1979, comentando faixa a faixa do seu disco Essa mulher. A conversa, com mais de uma hora, foi resgatada do acervo da emissora e publicada em 2013:

E o Na Trilha da História, da Rádio Nacional, dedicou dois episódios à Elis Regina: o primeiro, que foi ao ar em 2017, por ocasião dos 72 anos de nascimento da cantora, entrevistou o biógrafo Julio Maria, autor do livro Nada será como antes. O escritor detalha traços do talento único da gaúcha, seus relacionamentos e seu temperamento explosivo. Ao longo do programa, você ouve Elis interpretando cinco canções: Baby face, Fascinação, Atrás da porta, O bêbado e o equilibrista e Nada será como antes. Ouça:

O segundo, exibido em março de 2021, visita as memórias do produtor musical João Marcello Bôscoli, filho da cantora Elis Regina e autor do livro Elis e eu: 11 anos, 6 meses e 19 dias com minha mãe. Bôscoli dividiu as lembranças que tem de Elis – como quando, por exemplo, descobriu que ela era famosa – e outras recordações infantis da figura icônica que foi sua mãe:

Maysa

Também é momento de relembrar uma outra grande artista da música brasileira. No dia 22 de janeiro de 1977 – há 45 anos -, morreu a cantora Maysa. Ela, que é de 6 de junho de 1936, ficou marcada também pela sua voz e pelo seu olhar inesquecível. Maysa fez sucesso nas décadas de 1950 e 1960, por meio de canções que falavam muitas vezes do amor, mas também da dor.

Maysa é sempre lembrada por sua interpretação de músicas como Meu mundo caiuEu sei que vou te amar, de Vinícius de Moraes, e O barquinho. Além disso, ela viajou aos Estados Unidos para gravar músicas e fazer uma temporada de shows. Entretanto, a cantora também enfrentou muitos problemas de ordem pessoal, inclusive a depressão, o que a levou a se isolar em uma praia de Maricá em um determinado momento de sua vida. Maysa se envolveu em um acidente de carro, e faleceu com apenas 40 anos.

Recordar é TV, da TV Brasil, viajou no tempo para olhar o romantismo sonoro de Maysa. O programa resgatou o Especial Maysa (1974), da antiga TVE. A cantora, aqui, abre o coração junto com os seus companheiros compositores.

Também no dia 22 de janeiro o político e ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, faria 100 anos. Ele faleceu, vítima de um infarto, em junho de 2004, aos 82 anos de idade. Brizola foi deputado estadual, prefeito de Porto Alegre, deputado federal e governador dos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Também foi candidato à presidência em 1989 e 1994, e foi exilado, no período da ditadura militar, por 15 anos.

Brizola sempre foi um defensor do modelo trabalhista, exercendo isso por muitos anos no PTB, por meio dos ideais de Getúlio Vargas, e posteriormente no Partido Democrático Trabalhista, fundado por ele. O programa De Lá Pra Cá, da TV Brasil, contou um pouco a história do político gaúcho, na ocasião dos 90 anos de seu nascimento:

 

Dia do Queijo

Já no dia 20 de janeiro é comemorado o Dia do Queijo. A data foi escolhida para celebrar e homenagear este alimento que está no nosso paladar há mais tempo que podemos imaginar. Estima-se que o queijo, feito a partir da coagulação do leite de mamíferos, já era produzido antes mesmo da ascensão do Império Romano. Com uma origem um pouco incerta, o que importa é que ele está presente na mesa dos brasileiros, com cada vez mais diversificações . No Brasil, a produção de queijos artesanais cresce progressivamente, com atenção para o mercado de Minas Gerais.

Queijo artesanal, queijo Canastra Queijo artesanal, queijo Canastra

Queijo artesanal, queijo Canastra – Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

No Agro Nacional, da TV Brasil, foi mostrado como os queijos artesanais são maturados. Além disso, aproveite para ver como funciona e como pode ser feito o turismo nestas fazendas produtoras:

Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa

No dia 21 de janeiro, é comemorado o Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa. A data foi instituída para promover a união entre todas as crenças. Ademais, o respeito pela religião do outro é algo que esta data vem relembrar, além da liberdade de exercer a fé também. Em 2017, o Caminhos da Reportagem discutiu a intolerância religiosa no país, e trouxe exemplos de sincretismo religioso, presente na cultura no país desde os tempos de colônia. Assista:

Para conhecer algumas das religiões praticadas no país, o TV Brasil Play disponibiliza a série Boto fé, que apresenta as crenças da temporada – candomblé, judaísmo, islamismo, catolicismo, taoísmo, pentecostalismo, Santo Daime, hinduísmo Hare Krishna, protestantismo luterano, umbanda, paganismo wicca, budismo e espiritismo – a partir da experiência pessoal de fiéis, e relatos de representantes religiosos (clique para assistir).

Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

16 a 22 de janeiro de 2022
16

Morte da cantora mineira Cármina Allegretti, a Carminha Mascarenhas (10 anos) – em 1955, foi eleita, juntamente com Silvinha Telles, como cantora revelação do ano, e contratada para fazer parte do elenco da Rádio Nacional, estreando na emissora no programa Nada além de dois minutos

17

Anúncio do primeiro modelo do iPhone por Steve Jobs (15 anos)

18

Nascimento do jurista piauiense Evandro Lins e Silva (110 anos)

Morte do político paulista Celso Daniel (20 anos)

Decreto nº 4.494, de 18 de janeiro de 1922 determina que a pedra fundamental da capital federal seja lançada no planalto de Goyaz (100 anos)

Dia Estadual da Baía de Guanabara – determinado pela Lei nº 3.616/2001, certamente para lembrar a data do vazamento de um tubo submarino, que resultou em uma enorme mancha de óleo

Nascimento do médico, literato, poeta e tradutor brasileiro Carlos Alberto Nunes (125 anos) – traduziu o teatro completo de Shakespeare, a Eneida de Virgílio, a Ilíada e a Odisseia de Homero e todos os diálogos de Platão

19

Morte da cantora gaúcha Elis Regina (40 anos)

20

Dia Nacional da Parteira Tradicional

Dia do Queijo

Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro – feriado municipal

21

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

22

Nascimento do político gaúcho Leonel Brizola (100 anos)

Morte da cantora fluminense Maysa Figueira Monjardim (45 anos)

Nascimento da arquiduquesa austríaca e imperatriz consorte do Império do Brasil, Maria Leopoldina (225 anos)

Lançamento do programa Blim Blem Blom, na Rádio MEC (11 anos) – criado e produzido por Tim Rescala, com a intenção de apresentar a música clássica, seus compositores e elementos ao público infantil

*com supervisão de Nathália Mendes

Edição: Nathália Mendes

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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