Minas Gerais

Funed recebe aranhas para evolução de pesquisas científicas

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A Fundação Ezequiel Dias (Funed) recolhe, continuamente, animais peçonhentos para estudos. Neste ano, coincidentemente, quando houve aparecimento de aranhas-armadeiras (gênero Phoneutria) em casas e apartamentos do bairro Buritis, em Belo Horizonte, aumentou a curiosidade da população em relação ao aracnídeo. 

Até agora, 72 aranhas com origem em várias regiões do estado foram entregues, inclusive pelos Centros de Zoonoses das prefeituras. Do total recebido, 64% são de importância médica e podem provocar acidentes com demanda de atendimento hospitalar especializado.

Luana Varela, bióloga que trabalha no Aracnidário Científico da Funed, explica que o aparecimento desses animais em áreas povoadas ocorre à medida que o crescimento e a expansão urbana avançam para ambientes próximos de matas, que são seus habitats naturais. “Lotes abandonados, com entulhos, lixo e materiais de construção são ambientes propícios para o aparecimento de aranhas. Considerando também que estamos na época de reprodução desses animais, os machos saem à procura das fêmeas para o acasalamento, aumentando a chance de contato com as pessoas”, detalha a especialista.

Divulgação científica

A fim de evitar acidentes, a bióloga conta que a Funed busca conscientizar a população por meio de  programas de popularização da ciência como o Funed na Escola e o Ciência em Movimento. Além disso, divulga o Guia de bolso – animais peçonhentos, publicação que aborda os animais peçonhentos de Minas Gerais. A instituição também disponibiliza materiais de divulgação periodicamente em suas redes sociais, como o Falando em Bicho e o Descomplicada Ciência, prestando informações à população.

Dúvidas sobre a identificação do animal, o tamanho que pode atingir e perguntas sobre o que fazer em caso de encontrar o animal, se eles são perigosos e se são venenosos também são frequentes. “Alguns têm dúvidas sobre o comportamento do aracnídeo. Outros perguntam qual o destino do animal, qual a finalidade de uso do veneno e sobre a importância de existir uma Coleção Científica de Aracnídeos”, conta Luana.

Cuidados 

Thiago Soares, que também trabalha no Aracnidário Científico da Funed, conhece bem a rotina desses animais e recomenda cuidados para o caso de encontrar essa aranha em casa (aranha-armadeira). A primeira é evitar contato direto com o animal. “É importante acionar a equipe de Zoonoses da região, para orientação e possibilidade de captura. E em caso de acidentes, procurar atendimento médico. Em Belo Horizonte, o Hospital João XXIII é referência para atendimentos que envolvem envenenamentos por animais peçonhentos”, orienta.

O biólogo explica que é importante que a pessoa que coletou o animal forneça informações sobre o local de captura (endereço), data de coleta, nome do coletor ou doador. “Esses dados são importantes para determinar as regiões onde esses animais são encontrados, para um melhor direcionamento de estudos científicos específicos e para que sejam adequadamente incorporados nas Coleções Científicas de Aracnídeos da Funed”, detalha.

É importante destacar que, quando os animais estiverem vivos, devem ser armazenados em algum pote com tampa, bem vedado, com pequenos furos para que eles possam respirar e com um chumaço de algodão embebido em água. E devem ser entregues o mais rápido possível na Instituição. Depois de entregues na Fundação, os animais são individualizados e acondicionados em viveiros arejados e com disponibilidade de alimento (insetos) e água. São mantidos em salas com temperatura e iluminação controladas.

Parceiros

Na Funed, as aranhas e outros animais peçonhentos são parceiros fundamentais das pesquisas científicas desenvolvidas pela Instituição. Márcia Helena Borges, pesquisadora do Serviço de Proteômica e Aracnídeos (SPAR), explica que, como a quantidade de veneno obtida nas extrações é muito pequena, é importante manter o plantel de aranhas no Aracnidário Científico, a fim de obter uma produção de veneno satisfatória e possibilitar a continuidade das pesquisas desenvolvidas pela Instituição.

A pesquisadora acrescenta, ainda, que a sobrevida da maioria desses animais no laboratório é pequena, mas que mesmo após a morte, eles ainda são importantes, pois os exemplares são cedidos para as Coleções Científicas de Aracnídeos da Funed, que são utilizadas para o conhecimento da biodiversidade. “Muitos estudos taxonômicos, ecológicos, biogeográficos e genéticos desses animais são realizados devido à existência desses acervos. As Coleções também são usadas nas divulgações científicas voltadas para todo tipo de público e com fins didáticos e educativos”, lembra Márcia.

Uma das linhas é a pesquisa para obtenção de medicamentos. “Temos avançado nos estudos para melhor compreensão do potencial desses compostos derivados de venenos”, afirma a pesquisadora.

Exemplo é o caso da pesquisa com o veneno da aranha-amadeira (Phoneutria nigriventer), uma aranha de importância médica, responsável pelo maior número de casos de acidentes no Brasil. 

Nos laboratórios da Funed, foram identificadas moléculas com ação analgésica, antiarrítmica e potenciadora da função erétil. 

Além da aranha-armadeira, a Funed também realiza pesquisas com venenos de outras espécies de aranhas como as aranhas-caranguejeiras (Lasiodora sp.) e as aranhas-de-jardim (Lycosa sp.). Márcia conta que, apesar dessas duas últimas não serem considerados de importância médica, são animais que possuem veneno e seus componentes também são de interesse para os estudos de bioprospecção, podendo apresentar potencial analgésico, antimicrobiano, antiparasitário e antitumoral.
 

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Minas Gerais

Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

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Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

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