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Ficção é destaque do 34º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

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Setenta por cento dos filmes selecionados para a 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro são ficções vindas de 11 estados brasileiros das cinco regiões. A safra de maioria inédita vai dialogar com o tema “O cinema do futuro e o futuro do cinema”, proposto pela curadoria formada pelo cineasta Sílvio Tendler e pela professora da UnB Tânia Montoro. Nasce com a proposta de refletir sobre a produção nacional depois de quase dois anos de pandemia.

“O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro sempre, em sua natureza, foi um espaço para o diálogo com o que está por vir. Daqui, nasceram linguagens, estéticas e debates políticos que construíram a identidade do novo cinema brasileiro. Essa edição nasce histórica porque vai pautar esse mundo pós-pandemia. Nada será como antes, e essas tendências serão examinadas nos dias de festival”, aponta o secretário Bartolomeu Rodrigues.

A curadoria acredita que a edição de 2021 tem potência ampliada de debates. Silvio Tendler comemora o número de ficções, mostrando um novo fôlego para o cinema nacional.

“No ano passado, os documentários colocaram a edição em pé e foi uma vitória (620 mil espectadores). Neste ano, temos essa reflexão ampliada. Vamos discutir temas como cinema em tempos remotos, linguagem híbrida e relação com plataformas”, conta Silvio Tendler.

“Não tem coisa mais futurista do que revisitar a memória e essa edição fará esses passeios. Teremos uma homenagem a Tânia Quaresma, que foi uma cineasta de discussões planetárias, e a celebração à trajetória de Lauro Montana, nosso ator brasiliense detentor do Kikito”, completa Tânia Montoro.

Realizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) em parceria com a Associação Amigos do Futuro, a 54ª edição do mais longevo festival de cinema do Brasil será realizada, em formato virtual, entre os dias 7 e 14 de dezembro. Os longas da Mostra Competitiva Nacional serão exibidos às 23h30 no Canal Brasil. A Mostra Competitiva de Curtas e toda a programação da Mostra Brasília estarão na plataforma InnSaei.TV.

“Nossa preocupação nessa edição foi ampliar o acesso do público a toda a programação de forma democrática. Assim, cada espectador vai ter 24 horas para assistir às produções”, destaca a diretora executiva e subsecretária de Economia Criativa, Érica Lewis.

Como assistir

O público assiste a todos os filmes do FBCB gratuitamente na plataforma InnSaei.TV e também confere os longas da Mostra Competitiva Nacional no Canal Brasil, às 23h30. Logo na sequência, à 1h30, o mesmo longa estreia na plataforma InnSaei.TV, ficando disponível até as 23h29 do mesmo dia.

Os curtas da Mostra Competitiva, bem como os filmes da Mostra Brasília e mostras paralelas estarão disponíveis exclusivamente pela plataforma InnSaei.TV (horários a consultar no site do festival).

Vale ressaltar que as votações do Júri Popular estarão disponíveis exclusivamente na plataforma InnSaei.TV. O campo de votação aparece como pop-up logo após a exibição do filme na íntegra. Visite a programação no site do festival para ter acesso a exibição de todos os filmes.

Homenagens

Léa Garcia: vida de cinema

Nesta edição, o Festival de Brasília oferece um Candango especial pelo reconhecimento da obra de Léa Garcia, atriz carioca fundamental para o teatro e cinema brasileiros, em seus 88 anos de idade e 70 de carreira. O FBCB também homenageia a memória da professora Lucília Marquez e dos atores Lauro Montana, Luís Gustavo, Tarcísio Meira, Paulo José e Paulo Gustavo.

A seleção

Entre os 985 filmes inscritos, foram selecionados seis longas e 12 curtas para pleitear os cobiçados Candangos na Mostra Competitiva Nacional, além de quatro curtas e oito longas para concorrerem na Mostra Brasília. A comissão de seleção dos longas nacionais foi composta por Lino Meireles, Luiz Carlos Merten, Sandra Kogut, Nicole Puzzi e Pedro Caribé.

Já os curtas nacionais foram selecionados por Adriana Vasconcelos, André Luís da Cunha, Flávia Barbalho, Paula Sacchetta e Paulinho Sacramento. A Mostra Brasília contou com Flavia Guerra, Maíra Carvalho e Marcelo Emanuel dos Santos na comissão de seleção.

Saudade do Futuro

Os filmes

A seleção de longas da Mostra Competitiva traz quatro ficções e dois documentários da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Alice dos Anjos (BA), de Daniel Leite Almeida, leva as fantasias de Alice no País das Maravilhas à paisagem do sertão baiano; Lavra (MG), de Lucas Bambozzi, expõe as feridas da devastação ambiental percorrendo os caminhos da lama tóxica e criminosa que devasta cidades inteiras; Acaso (DF), de Luis Jungmann Girafa, traz o estilo on the road à famosa via W3 de Brasília, celebrando a casualidade das grandes cidades.

“Foram 151 filmes inscritos para escolhermos seis. Testemunhamos todos esses sonhos do fazer e viver cinema nessa amostragem”, comentou Lino Meireles, da Comissão de Seleção de longas da Mostra Nacional.

Ela e Eu (SP), de Gustavo Rosa de Moura, fala sobre a adaptabilidade do ser humano a eventos inesperados, tendo Andrea Beltrão como protagonista; De Onde Viemos, Para Onde Vamos (GO), de Rochane Torres, registra tradição e modernidade no dia-a-dia do povo indígena Iny; e Saudade do Futuro (RJ), de Anna Azevedo, é uma ode à saudade – palavra tão característica da língua portuguesa – filmada entre Brasil, Cabo Verde e Portugal.

Entre os curtas nacionais, figuram cinco obras de São Paulo, dois do Distrito Federal, sendo as demais produções da Paraíba, Amazonas, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco, sendo nove ficções e três documentários. Ocupagem (SP), de Joel Pizzini, retrata o encontro do escritor Julián Funks com as líderes do movimento sem-teto Carmem Silva e Preta Ferreira; Terra Nova (AM) é uma ficção sobre uma atriz de teatro solicitando seu auxílio emergencial; Filhos da Periferia (DF), de Arthur Gonzaga, debate juventude e violência em contextos periféricos.

Chão de Fábrica (SP), de Nika Kopko, é uma produção 100% feminina que retrata o cotidiano de quatro operárias em seu convívio no banheiro feminino; Deus me Livre (PR), de Carlos Henrique de Oliveira e Luis Ansorena, retrata a dura vida de coveiros no cemitério Vila Formosa – que mais enterrou vítimas de covid-19 no Brasil; Adão, Eva e o Fruto Proibido (PB), de R.B. Lima marca o reencontro de uma mulher trans e seu filho adolescente, separados no nascimento.

Como Respirar Fora d’Água (SP), de Júlia Fávero e Victoria Negreiros, reflete sobre conflitos no convívio de uma jovem negra e lésbica com a polícia militar, dentro e fora de casa; Cantareira (SP), de Rodrigo Ribeyro, expõe os paradoxos da metrópole e natureza; Sayonara (SP), de Chris Tex, trata de traumas violentos e vingança; Era uma Vez… Uma Princesa (DF), de Lisiane Cohen, sai em busca de sentidos diante da ausência de vida numa relação familiar; e Da Boca da Noite à Barra do Dia (PE), de Tiago Delácio, documenta a tradição do cavalo marinho na Zona da Mata Pernambucana.

“Nossa missão cinematográfica foi avaliar 743 curtas e escolher 12. Encontramos trabalhos fortes sobre desigualdade e dessa experiência da covid-19”, revela Flávia Guerra, da Comissão de Seleção.

Mestre de Cena

Os títulos da Mostra Brasília revelam uma produção local incessante, com jovens e veteranos realizadores concorrendo. Na abertura da Mostra – e em homenagem a Tânia Quaresma, cineasta que nos deixou em julho deste ano – o público assiste a Caçadores de História (2016), documentário que retrata a realidade das catadoras e catadores de materiais recicláveis do Brasil.

Entre os longas selecionados para a mostra local, estão: o documentário Mestre de Cena, de João Inácio; e as ficções: Acaso, de Luis Jungmann Girafa (selecionado também para a mostra nacional); Noctiluzes, de Jimi Figueiredo e Sérgio Sartório; e Advento de Maria, de Vinícius Machado.

Entre os curtas que competem na Mostra Brasília estão quatro ficções e quatro documentários, sendo eles: Tempo de Derruba, de Gabriela Daldegan; Tinhosa, de Rafael Cardim Bernardes; Filhos da Periferia, de Arthur Gonzaga (selecionado também para a mostra nacional); Cavalo Marinho, de Gustavo Serrate; Benevolentes, de Thiago Nunes; Ele Tem Saudade, de João Campos; A Casa do Caminho, de Renan Montenegro; e Vírus, de Larissa Mauro e Joy Ballard.

“Foram 74 curtas e 17 longas. Buscamos escolher filmes que dialogassem com as premissas do Festival de Cinema como representatividade, justiça social, novas linguagens”, frisa Marcelo Santos.

* Com informações da Secec

Fonte: Governo DF

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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha

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Nos últimos dias, cem kits de medicamentos e insumos, com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês, chegaram ao estado. Programa Nacional de Imunizações enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina ao Rio Grande do Sul

Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.

A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.

Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.

Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.

Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.

Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.

ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.

“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.

NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:

Balanço de atendimentos

  • Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
  • Equipes volantes: 548
  • Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
  • Remoções aéreas: 25
  • Atendimentos psicossociais: 22

Força de trabalho:

  • 134 profissionais em atuação;
  • 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
  • 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
  • 62 profissionais no HCamp;
  • 19 profissionais de gestão;
  • 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)

Recursos aplicados:

  • Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
  • Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
  • Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
  • Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
  • Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.

IMUNOGLOBULINA  — Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.

Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.

“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

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