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Diário Oficial da União completa 160 anos de circulação ininterrupta

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O Diário Oficial da União (DOU) completa neste sábado (1º) 160 anos de circulação ininterrupta, contados a partir de 1862, quando o imperador D. Pedro II decidiu criar o Diario Official, com o objetivo de publicar especificamente os atos oficiais, por deliberação do então ministro da Fazenda, Antônio Francisco de Paula Cavalcanti, Visconde de Albuquerque.

A publicação das decisões governamentais no Brasil remonta, entretanto, a 13 de maio de 1808, quando o então príncipe regente de Portugal, D. João VI, criou a Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional (IN), no Rio de Janeiro, então capital do império português, em razão da transferência da Corte para o Brasil.

“O decreto daquele 13 de maio é claro quanto à missão da Impressão Régia: imprimir com exclusividade todos os atos normativos e administrativos da Corte”, ressalta a direção da Imprensa Nacional.

 Diário Oficial de 1862  Diário Oficial de 1862

Diário Oficial de 1862 – Imprensa Nacional

Naquela data, dia do aniversário do príncipe, a Impressão Régia imprimiu o primeiro livro do Brasil, intitulado Relação dos despachos publicados na Corte, rodado na oficina gráfica instalada na residência do ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, Antônio de Araújo e Azevedo, Conde da Barca, à Rua do Passeio, 44, primeira sede da hoje Imprensa Nacional.

O livreto divulgava os primeiros atos oficiais da Corte portuguesa na colônia brasileira, notadamente a nomeação de militares. Quatro meses depois, em 10 de setembro de 1808, começou a circular a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal editado e impresso no Brasil pela Impressão Régia, que se encarregou de publicar os atos oficiais da Corte.

Com o fim da circulação da Gazeta, em 31 de dezembro de 1822, os atos oficiais passaram a sair em outros jornais do Império, como o Diário do Governo, Diário Fluminense, Correio Oficial e, inclusive, em veículos privados, entre eles, o Jornal do Commercio e o Correio Mercantil. Anos mais tarde, mas ainda no Império, o nome Diario Official se firmou com a então Typographia Nacional, segundo nome que veio a ter a Imprensa Nacional. Com a Proclamação da República, em 1889, a grafia foi atualizada para Diário Oficial. Em 2001, quando começou a disponibilizar as edições eletrônicas completas, na internet, a publicação adotou o nome atual de Diário Oficial da União.

Melhorias

O diretor-geral da Imprensa Nacional, Heldo Fernando de Souza, disse em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que, com a chegada da internet, o serviço de distribuição melhorou muito. “Nós nos adaptamos a essa tecnologia e hoje ele [DOU] está disponível na página da internet logo cedo, para todos. Além disso, há outros meios de informação, como os aplicativos, que podem ser baixados facilmente pelo celular. Estão ali todos os atos daquele dia para o conhecimento das pessoas”.

A história do Diário Oficial se confunde com a história do Brasil, lembra Souza. “Nosso slogan, este ano, é a história do Brasil passa por aqui. E passa mesmo. Nós temos, inclusive, uma linha do tempo logo na nossa entrada, no saguão, que mostra vários fatos históricos que passaram aqui, que o Diário Oficial registrou e continua registrando, seja nas edições normais, seja nas edições extras, que hoje são muito intensas. Praticamente, elas dobram o número das edições normais, dada à agilidade que precisa ter aquela informação para conhecimento para a Nação”.

Seções

O DOU tem três seções. A primeira é reservada para os atos normativos de interesse geral dos poderes da União; a segunda registra os atos relativos aos servidores da administração pública federal; e a terceira se refere aos atos decorrentes das contratações públicas e matérias de empresas privadas e outros órgãos previstos na legislação.

O diretor-geral disse que há uma grande preocupação na Imprensa Nacional para que tudo saia de forma correta, uma vez que o DOU depende da tecnologia da informação. “Ele é muito dependente da tecnologia da informação e, nela, volta e meia, acontece uma coisa e outra. Mas ele está aí há 160 anos ininterruptamente. Esse é o nosso orgulho. Ele nunca deixou de sair”.

Souza assegurou que o DOU não vai parar. “A gente tem um slogan aqui. Como a Imprensa Nacional fez 214 anos este ano, nós temos um olhar no passado, mas uma visão de futuro. Nós temos que nos aperfeiçoar, melhorar os nossos mecanismos de divulgação, fazer outros produtos, nessa busca incessante pela melhoria”.

Ele adiantou que no próximo dia 5 de outubro ocorrerá a solenidade comemorativa dos 214 anos da Imprensa Nacional, com o lançamento de selo dos Correios alusivo à data e palestra do jornalista Alexandre Garcia sobre a história da Imprensa Nacional.

Sistema eletrônico

A partir de 2002, a IN passou a receber os atos por meio de um sistema de envio eletrônico de matérias, acionado por usuário previamente cadastrado e certificado digitalmente, o que garante a autenticidade dos documentos transmitidos. Desde então, o cidadão tem acesso livre e gratuito às publicações do DOU, que passaram a ser certificadas digitalmente em 2009, assegurando, dessa forma, a autenticidade das edições eletrônicas disponibilizadas no portal da Imprensa Nacional.

Com a versão digital cada vez mais confiável e acessível ao público em geral, o DOU deixou de circular em meio impresso em 30 de novembro de 2017. Nesse ano, a publicação passou a ser disponibilizada também em dados abertos.

Como serviço público, o DOU está hospedado em um portal, onde o internauta encontra diversas ferramentas de busca dos atos oficiais. A Coordenação-Geral de Tecnologia aponta 48 milhões de acessos este ano. Dos 12 milhões de usuários, 5 milhões são novos. A duração média do acesso é de 8 minutos, com picos registrados sempre às segundas-feiras.

Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anuncia  o fim da versão impressa do Diário Oficial da União, na sede da Imprensa Nacional. Participam do evento o diretor-geral da empresa  Pedro Bertone, e o ministro do Meio Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anuncia  o fim da versão impressa do Diário Oficial da União, na sede da Imprensa Nacional. Participam do evento o diretor-geral da empresa  Pedro Bertone, e o ministro do Meio

Walter Campanato/Agência Brasil

Destaques

Desde 2009, os assuntos de maior interesse públicos são noticiados na forma de manchete, os chamados Destaques do DOU, medida que facilita o acesso ao conjunto das principais ações de governo publicadas na edição do dia. Para ampliar ainda mais a divulgação dos atos oficiais, em 2021 o órgão lançou a revista Imprensa Nacional – Destaques do DOU, impressa a cada dois meses. O veículo conjuga as manchetes, a íntegra do ato oficial via QR Code e a matéria explicativa do assunto extraída do portal do órgão responsável pela portaria, lei, decreto ou outro ato.

Em 2020, a IN lançou o aplicativo do DOU. Desenvolvido internamente, ele permite acessar atos oficiais a qualquer hora, além de contar com funcionalidades que tornam a pesquisa mais fácil e rápida. Além disso, facilita o compartilhamento de cada ato nas redes sociais e por e-mail. A avaliação dos usuários tem evoluído, tanto no sistema operacional Android (Google Play Store) quanto no sistema iOS (Apple Store). O aplicativo registra 173 mil acessos vindos de 86 mil usuários, dos quais 66 mil são novos, incluídos este ano.

Conteúdo

O conteúdo do DOU é crescente a cada ano. O jornal publica uma média de 500 páginas por dia, preenchidas com 4.200 atos oficiais oriundos dos mais diversos órgãos da administração pública e da iniciativa privada. O relatório de produção de 2021 apontou 128.465 páginas editoradas em 247 edições normais e 450 extras, resultantes de 894.879 atos oficiais publicados.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Educação

Em função da calamidade no Rio Grande do Sul, Governo adia Concurso Público Nacional Unificado

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A nova data será anunciada quando houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional

Em razão da situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será adiado em todo o país. A nova data vai ser anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 3 de maio, pela ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck.

A decisão foi tomada de forma coletiva, após análise das condições no Rio Grande do Sul, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Procuradoria-geral do Estado do Rio Grande do Sul, além do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A oficialização da medida foi efetivada a partir de um Termo de Acordo (confira em anexo).

“Essa decisão de adiamento busca garantir a integridade dos participantes, inclusive sua integridade física nas regiões onde seria impossível o deslocamento. Mas é uma integridade em todas as dimensões, preservando a vida das pessoas e também conferindo segurança jurídica ao concurso, que é algo essencial para todo mundo que está prestando concurso”, afirmou Esther Dweck.

A ministra assegurou que nos próximos dias, após a resolução das questões logísticas envolvidas, será anunciada a nova data. “Não temos uma nova data. Eu quero deixar claro que podemos, nas próximas semanas, divulgar a nova data. Nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite dar uma nova data com segurança. A gente imagina que algumas semanas, ou até menos, a gente consiga divulgar a nova data”, enfatizou.

A ministra Esther Dweck enfatizou que a solução é a mais segura para todos em todo o país, ao garantir as mesmas chances para todos os candidatos em todos os lugares. “O adiamento reforça o compromisso do governo com a construção de um país melhor, um país mais inclusivo, com respeito ao próximo e a construção de uma democracia com a cara do Brasil. Por isso a gente não pode deixar ninguém de fora”, declarou Dweck.

O governo ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária” Paulo Pimenta, ministro da Secom

EMERGÊNCIA – Para o ministro Paulo Pimenta, a decisão, além de garantir isonomia a todos os candidatos, permite ao Governo Federal focar ainda mais os esforços na ajuda humanitária necessária ao Rio Grande do Sul. “O governo federal ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento da prova em todo Brasil. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária”, disse.

O ministro afirmou que o foco do Governo Federal está no resgate das vítimas e restabelecimento das condições básicas de infraestrutura, como desobstrução de vias e restabelecimento de serviços essenciais, como energia elétrica e comunicações. Ele destacou que, devido à continuidade das chuvas, ainda não é possível calcular o alcance total dos danos. “Isso é aquilo que chamamos de segunda etapa: trabalho de reconstrução. E esse levantamento dos valores se dará a partir do plano de trabalho apresentado por cada município e pelo estado, mediante homologação da defesa civil”.

Pimenta disse que não há um valor acordado, mas assegurou que o Governo Federal não estabelecerá um limite para os recursos e irá prover o suporte financeiro necessário para a reconstrução das cidades. “O que o presidente Lula afirmou ontem é que não há limite definido. Vamos disponibilizar o recurso necessário para que, nas questões de responsabilidade do Governo Federal, todos os pleitos de reconstrução sejam atendidos”, declarou. Pimenta e o ministro da Integração de do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, voltam neste sábado para o Rio Grande do Sul para instalar um escritório de governo no estado.

ENEM DOS CONCURSOS – Conhecido como Enem dos Concursos por sua abrangência, o Concurso unificado tem mais de 2,14 milhões de inscritos de todas as regiões do país. Eles vão concorrer a 6.640 vagas em 21 órgãos da Administração Pública Federal. Quando remarcadas, as provas devem ocorrer em 228 municípios de todos os estados e no Distrito Federal.

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