Distrito Federal

Criança de três anos passa por transplante de pele no Hran

Publicado

em


Morador de Flores, município goiano a cerca de 240 km de Brasília, o pequeno A.M.L, 3 anos, sofreu um acidente doméstico e teve 40% do corpo queimado por líquido inflamável – álcool 70% manuseado de forma inadequada. No dia 30 de maio, ele deu entrada na Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte e passou por um transplante de pele, na última quinta-feira (3), e nesta terça-feira (9), tornando-se o paciente mais jovem a realizar o procedimento no hospital.

O enxerto é uma solução temporária para os primeiros dias de tratamento. Depois, vai sendo substituído pelo autoenxerto, que é a pele do próprio paciente | Foto: Breno Esaki/ Agência Saúde

A queimadura atingiu os membros superiores, tórax posterior, ombros, região lombar e membro inferior (coxa esquerda). A cirurgia consiste, primeiro, em retirar a pele morta, que contém uma substância que causa diminuição da imunidade dos pacientes com queimaduras graves (de 2º e 3º graus), como foi o caso da criança, e deixa o paciente suscetível a infecções. Em seguida, é colocada a pele de um doador já falecido para que possa ocorrer a recuperação das áreas atingidas. Todo o processo durou cerca de duas horas.

“Em torno de 10 a 14 dias a pele do doador é perdida. Nesse período, vamos substituindo pelo autoenxerto”Fernando Pontes, cirurgião plástico

Esse enxerto é uma solução temporária para os primeiros dias de tratamento. “Essa pele vai agir como se fosse a dele e chega a se integrar inicialmente. Nesse tempo, conseguimos melhorar o paciente clinicamente, controlar infecções e, assim, realizar o autoenxerto – quando o doador recebe a própria pele, retirada de partes do seu corpo que não sofreram queimadura”, relata o cirurgião plástico, Fernando Pontes, que conduziu a cirurgia. Confira o vídeo:

O médico explica que isso permite que o paciente tenha condições de se recuperar até que possa pouco a pouco receber sua própria pele. “Em torno de 10 a 14 dias a pele do doador é perdida. Nesse período, vamos substituindo pelo autoenxerto”, afirma. Segundo Pontes, o menino começou o autoenxerto nesta quarta-feira (9) e, a cada três dias, deve ser substituído parte do enxerto transplantado por pele própria.

Recuperação

De acordo com o especialista, a meta é fechar 1% de superfície corporal por dia. “Como ele teve 40% do corpo queimado, esperamos que em 40 dias ele esteja todo coberto. Isso dá uma ideia de quanto tempo vai permanecer internado”, estima.

Após esse período, entra na fase de tratamento das sequelas. “Essa parte do tratamento é para reduzir o impacto das funções e não ficar com retrações que impeçam os movimentos e, no caso dele, o desenvolvimento”, aponta o médico, que acrescenta ainda que é indicado ao paciente a fisioterapia e o acompanhamento psicológico. “Os cuidados vão até a fase adulta”, completa.

A pele que ajudou a salvar o paciente veio do banco de pele de Porto Alegre. Foi preciso 1.700 cm² de pele para realizar o transplante| Foto: Breno Esaki/ Agência Saúde

Banco de tecidos

A pele que ajudou a salvar o pequeno A.M.L. veio do banco de pele de Porto Alegre. O caminho, segundo o cirurgião, é solicitar à Central Estadual de Transplantes e eles entram em contato com o banco de pele para verificar a disponibilidade. O material é transportado em voos comerciais ou da Força Aérea Brasileira.

Ao realizar o pedido, é preciso especificar a quantidade necessária. No caso da criança, foi preciso 1.700 cm² de pele para realizar o transplante.

Todo o trâmite segue as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Além do banco de Porto Alegre, existem outros três no Brasil, localizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

De acordo com o chefe da Unidade de Queimados do Hran, Gilberto de Aguiar, existe a expectativa de em breve o Distrito Federal contar com um banco de também. “Estamos na fase de negociações para a implantação de um banco de pele aqui em Brasília”, declarou.

“Estamos na fase de negociações para a implantação de um banco de pele aqui em Brasília”Gilberto de Aguiar, chefe da Unidade de Queimados do Hran

Referência

A Unidade de Queimados do Hran é referência para tratamento de queimaduras e recebe pacientes do Distrito Federal e do Entorno. O hospital é o único que faz transplante de pele e já fez 10 procedimentos do tipo em 2019, 2 em 2020 e outros dois este ano – sendo que o segundo ocorreu no paciente mencionado nesta reportagem.

O local conta com equipe multiprofissional formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, nutricionistas e farmácia clínica para oferecer um tratamento integral aos pacientes.

“O paciente com queimadura é complexo e exige um cuidado multidisciplinar. Aqui temos essa equipe para abranger todas as áreas que demandam atenção no cuidado e recuperação desse paciente”, destaca o chefe da unidade.

A emergência do hospital funciona 24 horas, todos os dias da semana. Além disso, há o ambulatório de portas abertas, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, em que são realizadas trocas de curativos e acompanhamento de pacientes com queimaduras menos graves.

*Com informações da Secretaria de Saúde

Fonte: Governo DF

Comentários do Facebook

Distrito Federal

Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

Publicados

em


No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA