Distrito Federal

Combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes

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Há 48 anos, uma estudante de 8 anos de idade foi para a escola e não voltou para casa. Seu corpo foi encontrado seis dias depois e os criminosos ficaram impunes. A morte da menina Araceli Crespo, no Espírito Santo, inspirou o 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração sexual de crianças e adolescentes.

No episódio desta semana do Podcast EducaDF, conversamos com o professor emérito da UnB Vicente Faleiros cujas pesquisas têm ensinado a prevenir e enfrentar o abuso sexual em suas mais diversas formas, como o tráfico de pessoas para fins sexuais e a exploração sexual de crianças e adolescentes. No bate-papo, ele destaca a importância da escola como espaço privilegiado de escuta e denúncia. Confira o podcast nas plataformas de áudio.

Segundo Vicente Faleiros, “é preciso que as professoras e professores conheçam os sinais do abuso sexual e estimulem o diálogo” | Foto: Luís Tavares/ SEEDF

Para o professor Vicente Faleiros e coautor da obra Escola que Protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes, “o abuso sexual de crianças e adolescentes é uma relação assimétrica de poder, é um crime, uma violação de direitos e uma agressão à identidade e integridade da criança. O abusador é, em geral, um membro da própria família”, explica.

“O abuso sexual de crianças e adolescentes é uma relação assimétrica de poder, é um crime, uma violação de direitos e uma agressão à identidade e integridade da criança. O abusador é, em geral, um membro da própria família”Vicente Faleiros, professor

Importância da escola

Para Vicente, a escola tem um papel relevante no enfrentamento do abuso sexual. “O artigo 245 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fala da obrigação dos professores, dentre outros agentes, denunciarem suspeitas de abuso sexual. É preciso que as professoras e professores conheçam os sinais do abuso sexual e estimulem o diálogo. Também é preciso que haja a interação com a rede de proteção: família, conselhos tutelares, autoridades judiciárias e policiais”, explica.

A Secretaria de Educação do DF (SEEDF), em parceria com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), tem proporcionado a formação Maria da Penha vai à Escola: abordagem técnica das situações de violência sexual. A capacitação é oferecida pela Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape) e o curso já está em sua 3ª edição.

Para Chrístofer Sabino, gerente da Eape, mudanças profundas na sociedade só ocorrem por meio da educação. “Esclarecer essa temática das violências sofridas pelas mulheres aos profissionais da educação e, consequentemente aos estudantes da rede pública, é a melhor maneira de construir futuros cidadãos conscientes. Sabemos que a cada dia sobem mais os índices de casos de violências sofridas pelas mulheres, e essas ações nos permitem ter esperança de um futuro mais igualitário e menos opressor”, assinala.

De acordo com a professora da Eape Lílian Freitas, “o curso oferece ferramentas para a prevenção e identificação de situações de violência sexual no contexto escolar e direciona para o acolhimento e devido encaminhamento”, destaca. Já a servidora da Coordenação Regional de Ensino de Brazlândia Sônia Reis, que participou do curso, enfatiza a importância da iniciativa. “Recomendo o curso porque nos traz conhecimento, nos empodera e tem um material didático muito relevante. Se eu pudesse faria de novo”, diz.

“Esclarecer essa temática das violências sofridas pelas mulheres aos profissionais da educação e, consequentemente aos estudantes da rede pública, é a melhor maneira de construir futuros cidadãos conscientes”Chrístofer Sabino, gerente da Eape

Denunciar é preciso

De acordo com Vicente, a denúncia é uma parte de um processo muito mais complexo ao revelar que o abuso acontece dentro das relações familiares na maior parte dos casos. “É importante abrir espaço para a investigação e para as sanções legais aos abusadores. Não apenas para parar os abusos, mas fortalecer a criança, sua identidade, sua autoestima e cessar um crime”, afirma.
As denúncias de suspeita ou confirmação de abuso sexual podem ser feitas por meio do Disque 100, serviço gratuito nacional, que funciona todos os dias da semana, inclusive feriados e 24 horas por dia. O anonimato do denunciante é garantido. No DF, há também o Disque 125, que encaminha as denúncias ao Conselho Tutelar. Além dos canais telefônicos, as delegacias comuns e de proteção à criança e ao adolescente e os conselhos tutelares também recebem denúncias.

Participe dos eventos da Secretaria de Educação sobre a temática

Aula Aberta sobre Prevenção e Enfrentamento ao abuso sexual infantojuvenil – Dia 18 de maio, às 15h, no canal do Programa Mulheres Inspiradoras, no Youtube

Webinário em parceria com o Programa Maria da Penha vai à Escola sobre a temática Prevenção e Combate à Violência Sexual. –  Dia 20 de maio, às 14h, no canal do EducaDF, no Youtube.

Acesse a obra Escola que protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes

http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/escqprote_eletronico.pdf

*Com informações da Secretaria de Educação

Fonte: Governo DF

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Distrito Federal

Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

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No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

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