Saúde

Coletivos cobram medidas de proteção contra covid-19 nas favelas do RJ

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Coletivos e organizações da sociedade civil fluminense pretendem cobrar da nova administração municipal, que assumirá em janeiro de 2021, propostas específicas para os moradores das favelas, sobretudo que possam reduzir os danos da população que usa transporte público. 

A informação foi divulgada hoje (10) durante a atualização diária do Painel Unificador Covid-19 nas Favelas, de forma virtual. 

“As novas prefeituras e as Câmaras de Vereadores têm que pensar em medidas de proteção à população no transporte público e não apenas na campanha ‘use máscara’, mas dando acesso à água e esgoto”, afirmou Tatiana Lima, do Comunidades Catalisadoras (ComCat).

A líder comunitária lembrou que a prefeitura é responsável pelo primeiro atendimento de saúde à população e pela rede municipal de educação, e deve pensar também na mobilidade para esses trabalhadores que moram em comunidades, que pertencem às classes D e E, mas que “fazem a economia girar”.

O futuro secretário de Planejamento Urbano da equipe do prefeito eleito Eduardo Paes, Washington Fajardo, presente durante a coletiva online, se colocou à disposição de Theresa Williamson, diretora executiva do Comunidades Catalisadoras e criadora do painel, “a partir de janeiro, para buscarmos tanto melhor integração para os dados do Instituto Pereira Passos (IPP), como métodos mais eficientes e sensíveis para os territórios populares”.

Decisões informadas

O Painel Unificador entrou no seu sexto mês de criação e divulgou hoje, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a primeira nota técnica. A vice-coordenadora do Laboratório de Informações em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Renata Gracie, destacou que a iniciativa visava à visibilização dos territórios.

Segundo Renata, a divulgação de dados pode salvar vidas ao fazer um diagnóstico da situação da saúde, “porque ajuda na tomada de decisões mais acertadas”. A coordenadora disse que as populações com mais dificuldade de acesso a dados sobre a covid são os que moram em favelas, além de quilombolas, indígenas e presidiários. Daí a importância de ter um painel que trate da pandemia nesses territórios.

O Painel divulgou hoje um total de 25.800 casos confirmados em 228 favelas da capital e municípios da Baixada Fluminense, com 2.901 óbitos confirmados. O maior número de casos foi encontrado no Complexo da Maré, zona norte da cidade (2.449), enquanto o maior número de óbitos (217) foi registrado na Comunidade Sem Terra, em Itaguaí. O painel representa hoje cerca de 64% dos domicílios das favelas na cidade do Rio.

A doutoranda na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), Amanda Scofano, salientou a expansão da cobertura apresentada pelo painel, que saiu de 122 favelas contempladas com dados, no seu lançamento, em julho passado, para as atuais 228 comunidades. Amanda destacou a favela da Rocinha, a maior do Rio de Janeiro, com 25 mil domicílios, 5ª colocada no ranking de covid-19 no painel, com 917 casos confirmados e 62 óbitos.

A pesquisadora ressaltou a necessidade das comunidades terem registro de rua com Código de Endereçamento Postal (CEP) para agregarem dados ao painel. 

Mais mortes

Mariana Galdino, do LabJaca, grupo da favela do Jacarezinho, salientou a necessidade de continuar unindo forças em 2021, “para que o poder público esteja mais presente na nossa agenda”. 

Andressa Cabral Botelho, do jornal Maré de Notícias, do Complexo da Maré, reforçou que os transportes não voltaram a funcionar como antes da pandemia. Agora, após a quarentena, são mais pessoas aglomeradas em menos meios de transporte operando. “E os números de casos de covid-19 estão crescendo de forma assustadora”. Segundo Andressa, a prefeitura precisa tomar medidas que não deixem essas pessoas tão vulneráveis.

Douglas Heliodoro, do Coletivo Conexões Periféricas, de Rio das Pedras, zona oeste do Rio, espera que o novo governo municipal entre em articulação com os movimentos para fazer de fato a contenção da pandemia. Ele acredita que o Painel Unificador vai ajudar na logística da vacinação nas favelas.

Tânia Alexandre da Silva, da Associação de Mulheres Edson Passos (AMEPA), da Comunidade Cosmorama, em Mesquita, Baixada Fluminense, confessou estar com medo de pegar a doença. Revelou que no posto de saúde da prefeitura situado em Cosmorama, de cada duas mil pessoas que vão fazer o teste da covid, 800 dão positivo. Por semana, em torno de duas pessoas morrem de covid na área. “Estou com muito medo”, afirmou Tânia.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Fonte: EBC Saúde

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Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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