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Carnaval 2023: Série Ouro define ordem de entrada de escolas de samba

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A ordem de entrada das escolas de samba da Série Ouro, antigo grupo de acesso, na Marquês de Sapucaí no carnaval 2023 já foi definida. A Liga-RJ, responsável por organizar os desfiles desse grupo realizou o sorteio das agremiações na noite de ontem (5), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Somente os presidentes, representantes das escolas e convidados puderam participar do encontro. Os desfiles das 15 escolas, que integram a Liga-RJ estão previstos para os dias 17 (sexta-feira) e 18 (sábado) de fevereiro do próximo ano.

Conforme o resultado publicado nas redes sociais da Liga-RJ, o Arranco do Engenho de Dentro vai abrir os desfiles da Série Ouro na sexta-feira. Na sequência entram na Marquês de Sapucaí a Lins Imperial, Acadêmicos de Vigário Geral, Estácio de Sá, Unidos de Padre Miguel, Acadêmicos do Sossego e fechando o primeiro dia de desfiles do grupo a São Clemente, que foi rebaixada do Grupo Especial por ter sido a última colocada no carnaval de 2022.

O presidente da Liga-RJ, Wallace Palhares, disse que este foi o sorteio mais equilibrado dos últimos cinco anos, porque as escolas que atraem mais público ficaram bem distribuídas nos dos dias de desfiles e, assim, reforçaram a sexta-feira. “Geralmente a gente sofre na sexta-feira por um público não tão forte e em 2023 vai ser diferente. Tenho certeza disso. Está bem equilibrado. Me agradou bastante. De uns cinco anos para cá não vejo tanto equilíbrio no sorteio. Sexta-feira vai ser bem interessante”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Em 2022, após a suspensão causada pela pandemia, houve o retorno dos desfiles, mas em abril, com datas fora do comum, uma vez que o carnaval costuma ocorrer em fevereiro ou março. Segundo o presidente, as agremiações já estão envolvidas com o próximo ano desde o fim dos últimos desfiles. “O trabalho não parou. Não teve a pausa de descanso. Estamos já trabalhando a todo vapor e a gente espera que as pessoas que não compareceram em abril, compareçam em massa. A minha expectativa é a melhor possível. Na verdade, o próximo carnaval vai ser o grande retorno”, observou.

A grande expectativa, conforme disse, é de bons resultados com a venda de ingressos que variam de R$ 30, nas arquibancadas populares, até R$ 1,5 mil em frisas com seis lugares. “Acho que vai ser um sucesso como foi o ano de 2020. Volta para fevereiro, período que costuma ter mais turistas. Acredito muito nesse carnaval na data normal, vamos colocar assim, né?”, estimou.

O dirigente não considera elevado o valor dos ingressos, que, em parte, são comprados por pessoas de renda mais baixa, moradoras de comunidades onde as escolas estão localizadas. Palhares informou que depois de muitos anos houve reajuste nos preços em 2022 para poder aliviar os custos das escolas diante da inflação nos materiais usados. “Teve um reajuste para acompanhar até porque esse dinheiro é dividido pelas escolas e tudo aumentou, todos os materiais para confeccionar o carnaval”, contou.

Palhares afirmou que vai determinar às escolas que ampliem as suas equipes que trabalham na concentração e na dispersão da Passarela do Samba. Neste ano, um acidente provocou a morte de Raquel Antunes da Silva, de 11 anos que foi imprensada, na noite do dia 20 de abril, entre uma alegoria da escola Em Cima da Hora e um poste, durante o deslocamento na saída da dispersão do carro em uma rua próxima ao Sambódromo.

“As escolas sempre acompanham seus carros, porque ali na área de dispersão também perde ponto. Só que vai ter um maior rigor tanto na dispersão como na concentração, que ficam na responsabilidade das escolas. Vamos cobrar que dobrem os números de efetivos. O que aconteceu com a Em Cima da Hora é que o carro quebrou na saída, perdeu a tração do motor e um reboque foi guinchar o carro. Ele não prestou atenção no que estava acontecendo ao seu redor, então, a gente vai pedir que possa duplicar a equipe e ter mais atenção, mas a gente conta com o poder público para isolar a área”, revelou.

O presidente acrescentou que vai encaminhar ofícios aos órgãos públicos ligados à segurança e deslocamento das alegorias com pedido de reforço nos esquemas no entorno da Passarela do Samba para evitar tragédias como a que vitimou a menina Raquel. “Vou protocolar em todas secretarias do estado e do município uma maior atenção dos órgãos públicos. Aquilo me abalou muito, foi uma coisa que praticamente acabou com o meu carnaval, se acabou com o meu carnaval, imagine com a para família destroçada pela fatalidade que aconteceu, então a gente vai cobrar do poder público maior segurança não só na área de dispersão, como na concentração também, porque aconteceram muitos assaltos na área da Central [estação ferroviária Central do Brasil]”, adiantou.

Grupo Especial

O Império Serrano vai voltar a desfilar no próximo ano no Grupo Especial, considerado a elite do carnaval carioca. A verde e branca de Madureira, zona norte do Rio, foi a campeã do carnaval deste ano da Série Ouro e com isso conquistou a ascensão. Na segunda-feira (4), durante uma assembleia na sede da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), no centro, os presidentes das agremiações aprovaram a formação de pares que serão a base para o sorteio da ordem de desfiles do Grupo Especial para o carnaval 2023. O sorteio está marcado para a noite da próxima segunda-feira (11), na Cidade do Samba, onde se localizam os barracões das escolas, com a presença de um número restrito de convidados.

Os pares sugeridos pela diretoria da Liesa são Beija-Flor e Mangueira; Portela e Grande Rio; Viradouro e Salgueiro; Unidos da Tijuca e Vila Isabel; e Imperatriz e Mocidade. Com a manutenção do esquema realizado todos os anos, o sorteio será dividido em duas etapas: “na primeira, os representantes das escolas que formam um determinado par, sortearão bolinhas numeradas de 1 a 10. O que conseguir a bolinha de maior número terá o direito de escolher o dia que a sua agremiação desfilará, se no domingo de carnaval, dia 19 de fevereiro ou na segunda-feira, 20. A Escola do perdedor desfilará no dia oposto”, informou a entidade.

De acordo com o presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, a formação de pares busca “o equilíbrio de forças para que os dois dias de espetáculos mantenham o mesmo nível técnico”.

O Império Serrano, escola campeã da Série Ouro em 2022 e Paraíso do Tuiuti, 11ª colocada do Grupo Especial, já têm suas posições definidas pelo regulamento. “O Império abrirá o espetáculo de domingo de carnaval, e a Paraíso do Tuiuti, será a primeira de segunda-feira”, completou a Liesa.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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