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Brasil pode colaborar com Suriname no setor do petróleo, diz ministro

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O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse hoje (13), ao chanceler do Suriname, Albert Ramdin, que o Brasil está disposto a colaborar com o desenvolvimento da exploração de petróleo e gás no país vizinho. França recebeu, nesta sexta-feira, em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Negócios e Cooperação Internacionais do Suriname, país que, nos últimos anos, graças à descoberta de grandes reservas de petróleo e gás em áreas marítimas, vem despertando o interesse das principais empresas petrolíferas globais.

“Falamos sobre as recentes descobertas de petróleo e gás no Suriname e sobre a disposição brasileira em colaborar para o desenvolvimento de indústria local que possa gerar benefícios para o Suriname e para sua população”,disse França, após encontro a portas fechadas com Ramdin. “Comentamos alguns contatos bilaterais nesta área que já foram realizados, e eu afiancei a disposição do Itamaraty em coordenar missões e diálogos entre empresas e agências brasileiras com contrapartes no Suriname.”

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), a antiga colônia holandesa vem despontando como um novo ator petrolífero sul-americano, ampliando, junto com a Guiana, “as expectativas mundiais em relação ao potencial energético e econômico da região”.

No Suriname, os principais blocos marítimos já foram adquiridos por grandes petrolíferas internacionais, como ExxonMobil, Statoil e Hess, por meio de acordos de partilha de produção assinados com a estatal surinamesa Staatsolie.

No fim de julho, a TotalEnergies e a Apache Corporation anunciaram ter encontrado petróleo em mais um poço da costa do Suriname, o Sapakara South-1, no Bloco 58. “Esses resultados positivos repetidos confirmam nossa estratégia, que visa a grandes volumes de recursos [extraídos] a baixos custos de desenvolvimento”, disse (https://totalenergies.com/media/news/press-releases/suriname-totalenergies-announces-another-successful-well-offshore-block) o vice-presidente sênior de exploração da TotalEnergies, Kevin McLachlan.

“As recentes descobertas de reservas de petróleo nas áreas marítimas das nações ao norte da América do Sul têm atraído a atenção das grandes petrolíferas do mundo, contribuindo para modificar a geopolítica da região e fortalecendo, nesse caso, a importância da Guiana e do Suriname como robustos produtores de petróleo”, afirma o instituto, em análise de conjuntura publicada em seu site.

Além dos efeitos geopolíticos, as reservas encontradas no Suriname e na Guiana alimentaram expectativas quanto ao potencial energético das bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão/Barreirinhas e Potiguar, situadas na chamada Margem Equatorial Brasileira. Estudos realizados pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apontam semelhanças geológicas entre as bacias sedimentares brasileiras e as dos dois países vizinhos – fato que, para os especialistas, é um forte indício da presença de petróleo e gás também no lado brasileiro.

“Importante ressaltar que o nosso lado da Margem Equatorial se localiza no mesmo contexto geológico da Guiana e do Suriname e, dentro desse processo, em função das descobertas na Margem Equatorial no lado desses países [Guiana e Suriname], temos grande interesse e urgência em conhecer o potencial do nosso lado”, declarou o diretor da ANP, Raphael Moura, durante seminário virtual realizado no último dia 4.

“A ANP acredita no potencial da Margem Equatorial Brasileira como catalisador do desenvolvimento regional, em especial do Norte e do Nordeste brasileiros. Quem sabe não conseguiremos reproduzir o sucesso dos nossos vizinhos Guiana e Suriname? Para atingir esse objetivo, precisamos de um esforço conjunto e de colaboração da indústria, da academia, do regulador e de políticas de governo. São necessários investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e nossas universidades têm um papel central nesses esforços para que possamos converter o potencial da atividade em prosperidade para a sociedade brasileira”, acrescentou Moura.

Edição: Nádia Franco

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BNDES volta a reduzir juros de linha para exportações brasileiras e torna melhorias permanentes

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Medida do Plano mais Produção do BNDES amplia a competitividade da indústria nacional no mercado externo, principalmente das empresas de micro, pequeno e médio porte. Novas condições passam a ser permanentes para a linha Exim Pré-Embarque, após os resultados obtidos com as reduções temporárias em 2023 e no início de 2024.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveu nova redução de juros no BNDES Exim Pré-Embarque, linha de crédito que financia a produção de bens nacionais voltados à exportação. As melhorias no produto também passam a ser permanentes, já que deixam de existir duas limitações: um orçamento restrito a R$ 2 bilhões para operações com os juros mais baixos e teto de R$ 150 milhões em financiamentos ao ano por cliente.

No caso das micro, pequenas e médias empresas, o spread (remuneração que o cliente paga ao BNDES ao obter um financiamento) de 0,5% ao ano passa a ser fixo. Essa taxa vigorou durante curto período no início deste ano, mas, fora das condições especiais que agora se tornam perenes, essa remuneração do BNDES poderia chegar a até 1,30% a.a.

No caso das grandes empresas, a nova remuneração do Banco fica limitada a 0,8% ao ano, se o financiamento for para exportação de bens de capital (produtos industrializados de maior valor agregado), ou 1,05% a.a., se o produto a ser exportado for bens de consumo. Nas antigas condições do BNDES Exim Pré-Embarque, essas taxas eram de, respectivamente, 1,05% a.a. e R$ 1,30% a.a.

“Mais de 90% do mercado mundial está fora do Brasil, por isso, baratear o custo do financiamento das exportações de empresas brasileiras é fundamental para que a indústria tenha condições de ampliar mercados, ganhar escala e ser mais competitiva. E o resultado é todo em benefício do país, com geração de emprego e de renda, objetivos centrais do governo do presidente Lula”, Aloizio Mercadante.

Mais de 90% do mercado mundial está fora do Brasil, por isso, baratear o custo do financiamento das exportações de empresas brasileiras é fundamental para que a indústria tenha condições de ampliar mercados, ganhar escala e ser mais competitiva. E o resultado é todo em benefício do país, com geração de emprego e de renda, objetivos centrais do governo do presidente Lula” Aloizio Mercadante, presidente do BNDES

O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco, José Luis Gordon, ressaltou ainda que “a ampliação do apoio à exportação é um dos objetivos que compõem a Estratégia de Longo Prazo do BNDES e que a redução do spread nas linhas de pré-embarque compõe um dos eixos do Programa Nova Indústria Brasil, do Governo Federal”.

As novas condições são válidas tanto para operações diretas (realizadas pelo cliente diretamente com o BNDES e que precisam ter um valor mínimo de R$ 20 milhões) quanto para as chamadas operações indiretas (aquelas que não possuem valor mínimo e que são realizadas por meio de um agente financeiro intermediário, a exemplo de bancos comerciais ou de montadoras).

CUSTO FINANCEIRO — Além dos novos spreads do BNDES, o custo financeiro total das operações do produto BNDES Exim Pré-Embarque é composto do custo financeiro (que pode ser TLP, Selic, ou SOFR, por exemplo) mais o spread de risco. No caso das operações indiretas, o spread de risco é substituído por uma taxa de 0,15% ao ano. Para esses casos, há também a remuneração do agente financeiro que é negociada diretamente entre esse e o exportador.

Em termos históricos, o BNDES Exim Pré-embarque já atendeu a mais de 1.500 empresas exportadoras brasileiras, tendo desembolsado mais de US$ 60 bilhões no período. Utilizado pelos produtores nacionais como forma de reduzir o custo de capital de giro para produção, a linha aumenta a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional e é o produto voltado à exportação mais acessado do Banco, tanto em valor desembolsado quanto em número de companhias nacionais apoiadas.

Além da pulverização dos recursos entre mais empresas, o BNDES Exim Pré-embarque também contribui para desenvolver a cadeia produtiva nacional, uma vez que o financiamento fornecido pelo BNDES exige um conteúdo nacional mínimo nos bens a serem comercializados no exterior.

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