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Boias vão garantir melhores condições de navegabilidade no Amazonas

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A Cooperativa de Apoio e Logística aos Práticos da Zona de Praticagem 1 (Unipilot) e o Comando do 4º Distrito Naval assinaram um protocolo que prevê a criação de um sistema de calado dinâmico na barra norte do Rio Amazonas, para aumentar a capacidade de carga transportada pelos navios e, em consequência, elevar a competitividade da região. A Marinha fará o gerenciamento técnico do projeto, enquanto a Unipilot se encarregará do gerenciamento operacional, entrando com a parte física de material e equipamentos.

O gerente da Unipilot, Fernando Câmara, explicou hoje (9) à Agência Brasil que o atual sistema de navegação na barra norte, em que o trecho é raso e lamoso, tem limitação de calado, e para poder transportar mais carga é preciso explorar a variação da maré, entre outros fatores. O calado é a medida da parte submersa do navio, ou seja, que fica embaixo d’água. O sistema que será desenvolvido vai garantir mais informações ao tráfego de embarcações no Rio Amazonas.

Boias

Câmara disse que serão instaladas três boias com sensores de marés, vento e correntes. “Com a leitura dessas três boias, a gente vai conseguir estabelecer com precisão a altura da maré, que varia muito de acordo com a época do ano, e ter conhecimento sobre todas as outras variáveis. A partir daí, vamos criar uma sistemática de informar aos terminais quais os valores de carregamento que eles vão conseguir explorar para conseguir o máximo de transporte de carga”. 

O calado atual alcança 11,70 metros. A expectativa com o novo sistema de informação é chegar aos 13 metros, disse Câmara.

Até o fim deste mês, será instalada a primeira das três boias que vão alimentar o sistema com informações sobre correntes, altura das marés, ventos, densidade da água. O objetivo da Marinha e da Unipilot é garantir uma navegação com mais segurança e maior capacidade de transporte de carga. “O valor transportado fica mais competitivo. Aí há mais movimento, mais recursos, mais geração de empregos e benefícios para a sociedade”, disse Câmara.

A primeira boia ficará em testes durante três meses para verificar a resposta dos equipamentos e sensores e sua ancoragem. Se tudo der certo, a boia será recolhida e feitos os ajustes que se julgarem necessários antes do lançamento da segunda boia. O conjunto das três boias propiciará uma leitura de toda a região com precisão. “Com a leitura de fundo e com a leitura de maré, a gente saberá exatamente onde passar e a que horas passar para obter melhor resultado”, explicou. 

A cooperativa vai iniciar agora testes para calado de 11,90 metros. Câmara disse que com a leitura das marés com mais precisão, poderão atingir calado de 13 metros e mais oportunidades de transporte, com folgas menores.

O Comando do 4º Distrito Naval informou que todas as informações coletadas pelas boias serão compartilhadas via satélite com a Marinha, “responsável por autorizar o calado máximo na região”. 

Em nota, o Comando do 4º Distrito Naval esclareceu que “o desenho hidrodinâmico dos equipamentos foi adaptado para a realidade do maior estuário amazônico, para evitar que saiam da posição. A iniciativa conta com o apoio técnico da Argonáutica, empresa que nasceu na Universidade de São Paulo (USP) e desenvolveu o calado dinâmico no Porto de Santos, e do Laboratório de Dinâmica de Sedimentos Coesivos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)”.

Exportação

O gerente do Unipilot avalia que o projeto vai favorecer a exportação agrícola nacional que usa a hidrovia do Arco Norte, em especial de produtos como soja, milho, minério de ferro e bauxita. Vai auxiliar também a cabotagem de navios que vão entrar por Manaus e que poderão transportar mais contêineres. 

Fernando Câmara informou que, hoje, um navio Panamax, em um calado de 11,70 metros, carrega cerca de 57 mil toneladas, quando o padrão é carregar 68 mil toneladas. “Então, nós estamos pagando pelo mesmo com 10 mil toneladas a menos”. Isso significa, segundo ele, perda de competitividade em comparação com outros terminais que carregam mais. A vantagem é a localização mais próxima das áreas produtoras situadas mais ao norte da região.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Lula segue para o Rio Grande do Sul, acompanhado de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário

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Estado registra 329 municípios atingidos e 686.482 pessoas afetadas. A frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguiu para o Rio Grande do Sul na manhã deste domingo, 5 de maio, acompanhado por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário. O grupo se une aos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que já estão no estado e acompanham de perto as ações de socorro e assistência do Governo Federal à população gaúcha.

Embarcaram com o presidente a primeira-dama, Janja Lula, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também seguem para o Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

Neste domingo, durante o Regina Caeli (uma das peças da liturgia católica, denominadas “antífonas marianas”), o Papa Francisco manifestou solidariedade e dirigiu suas orações aos povos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afetados pelas fortes chuvas e enchentes.

Atualizações nas ações de socorro e assistência ao Rio Grande do Sul

Ministério da Defesa
Resgate de pessoas isoladas em Lajeado, Encantado, Taquari, Estrela, Nova Santa Rita, Montenegro, Sinimbu, Canoas, Bento Gonçalves, Campo Bom e São Sebastião do Caí. Em São Gabriel, Bagé, Alegrete e Cristal, também foram realizadas operações de apoio à reestruturação de imóveis destruídos e realocação de pessoas desabrigadas. Em Candelária e São Valentim do Sul, o contingente ainda realizou a desobstrução de vias. Em Restinga Seca, atuaram para o lançamento de uma ponte e restituição dos acessos. Em Porto Alegre e Cachoeira do Sul, atuaram no apoio à organização e distribuição de doações e aos abrigos de desabrigados. Foram realizados 9.749 resgates nos últimos dias, sendo 402 aéreos, 2.340 fluviais e 7.007 terrestres – 69 pessoas demandaram um trabalho de evacuação aeromédica. São 647 militares das Forças Armadas envolvidos nas operações, sendo 426 do Exército, 155 da Marinha e 66 da Força Aérea.

Força Aérea Brasileira (FAB)
Nesta madrugada, a aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC). Decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ) com destino à Base Aérea de Canoas, transportando geradores, banheiros químicos, barracas operacionais, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que vão prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção da assistência à população gaúcha. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares do GALC, que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas. A atuação desse efetivo tem a finalidade de apoiar logisticamente as operações na calamidade pública.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
No balanço da manhã, a PRF apontou a previsão de reforço de 75 agentes no efetivo envolvido nas operações. Até o momento, estão destacados 99. A força relatou extrema dificuldade de movimentação do efetivo em razão dos pontos bloqueados. Estão empregadas na operação 20 viaturas e três aeronaves. Cento e cinquenta resgates terrestres já foram realizados e 54 pessoas (e três animais) demandaram resgate aéreo.

BALANÇO — De acordo com a última atualização do governo estadual, são 329 municípios atingidos e já são 686.482 pessoas afetadas. O estado contabiliza 79.253 desalojadas e outras 14.447 pessoas em abrigos, com 72 mortes, 150 feridos e 103 desaparecidas.

PREVISÃO DO TEMPO — De acordo com os órgãos de monitoramento e previsão hidrometeorológica — Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) — a frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná.

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