Meio Ambiente

Condições de araras repatriadas do Togo são avaliadas em estação do Mapa em Cananéia

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Aves ficarão em Estação Quarentenária por ao menos 21 dias, para afastar riscos de que possam introduzir patógenos exóticos no Brasil

As 12 araras-azuis-de-lear repatriadas do Togo ao Brasil chegaram à Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) na madrugada de terça-feira (27) e estão sob os cuidados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O papel da EQC é assegurar que as aves que serão internalizadas em território nacional não estejam infectadas com patógenos (vírus, bactérias, parasitas, etc) exóticos, com os quais elas possam ter tido contato durante o período em que estiveram fora do Brasil. A avaliação leva em conta o estresse e as condições irregulares de transporte a que foram submetidas.

As aves e 17 micos-leões-dourados foram resgatados de um veleiro, na cidade de Lomé, capital do Togo, no dia 12 de fevereiro. Os animais foram trazidos de volta ao Brasil por uma força-tarefa que mobilizou a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e autoridades togolesas. Quatro pessoas foram presas.

De acordo com o auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, Newton Tércio Netto, uma vez confirmado que as araras estejam livres de patógenos exóticos, elas serão autorizadas a entrar definitivamente em território nacional. “A partir de então, a responsabilidade pelo transporte, destinação, reabilitação e destinação definitiva dessas araras passa a ser de responsabilidade dos órgãos ambientais e parceiros envolvidos no projeto de conservação da espécie”, explicou ele, que é responsável pela quarentena de aves ornamentais da EQC.

EXAMES LABORATORIAIS

Segundo Newton, as araras chegaram até melhor do que se poderia esperar. “Guardadas as circunstâncias em que foram irregularmente transportadas, até que não estavam em más condições físicas. Algumas delas têm a plumagem mais comprometida, mas não apresentaram sinais de desnutrição. Durante a quarentena elas serão avaliadas de forma mais criteriosa e terão amostras biológicas colhidas para exames laboratoriais”, afirmou o auditor.

Na EQC, as aves foram alojadas em duas gaiolas dentro de um box de quarentena, onde ficarão completamente isoladas do meio exterior, durante um período mínimo de 21 dias. Esse prazo oficial de quarentena poderá ser estendido, caso haja necessidade. A limpeza das gaiolas e a alimentação são realizadas diariamente. “Nesse momento também são realizadas observações da condição física e do comportamento das aves para identificar possíveis lesões ou sinais de doenças, assim como verificar o comportamento alimentar e social”, explicou.

As araras chegaram por volta da 1h da madrugada e o atendimento na EQC ocorreu até as 4h, para que fossem alojadas da melhor maneira possível. Segundo Newton, o local onde elas estão é completamente isolado, com controle de acesso por impressão digital. A EQC conta com seguranças 24 horas por dia, o que ajuda na proteção dos animais.

PARA ENTENDER O CASO

As araras e micos-leões-dourados tinham como destino final a cidade de Benim, na Nigéria. De acordo com nota da Polícia Federal divulgada pela EBC, um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês estavam a bordo da embarcação brasileira que transportava os animais. Eles foram abordados pelas autoridades locais no dia 12, na costa africana, e presos em flagrante pela posse de espécies protegidas por estarem em perigo de extinção.

As duas espécies não podem ser comercializadas conforme previsto pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual os dois países são signatários.

Os animais foram transportados para a Embaixada do Brasil em Lomé, onde receberam cuidados de veterinários do Ibama enviados à África com o objetivo de assegurar a sobrevivência dos exemplares. Ainda de acordo com a EBC, os profissionais que trabalharam na reabilitação avaliaram que os micos-leões estavam desnutridos, com sinais de intoxicação por óleo de motor e as araras aparentavam estresse.

Após o trabalho de recuperação, novos esforços com a participação do Mapa e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) trouxeram os animais ao Brasil no dia 24 de fevereiro.

Os micos cumprirão quarentena em um centro de recuperação de animais e deverão ser identificados por microchips.

Foto: Newton Tercio Neto

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Meio Ambiente

Caiado destaca queda de 18% no desmatamento em Goiás e prevê meta zero até 2030

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Dados foram passados durante encontro de ministros com governadores em Brasília para discutir ações de proteção do Cerrado

O governador Ronaldo Caiado participou de reunião com o Governo Federal nesta quarta-feira (27/03), em Brasília, para discutir maneiras de reduzir o desmatamento no Cerrado brasileiro. Na oportunidade, Caiado apresentou dados que mostram queda de 18% no desmatamento no ano de 2023 no estado, no comparativo com 2022. Ele também reiterou o compromisso do Governo de Goiás de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados em 28 de novembro do ano passado, constatam que Goiás liderou o percentual de queda na supressão de vegetação nativa entre todos os estados que possuem o bioma Cerrado. Com exceção de Mato Grosso (-17%), Minas Gerais (-12%) e Piauí (-5%), todas as outras unidades da federação registraram crescimento nos índices de desmatamento.

“Hoje, Goiás é um exemplo. Nós tivemos uma queda no desmatamento e estamos dentro dos parâmetros de exigência de primeiro mundo”, explicou Caiado ao citar que o estado realiza avaliação de toda a área que está sendo desmatada ilegalmente e exige a recomposição da vegetação suprimida sem autorização. “Além disso, fomos os primeiros no Brasil a fazer um acordo chamado Desmatamento Ilegal Zero em Goiás”, disse ao relembrar o pacto assinado com o setor produtivo em que se comprometeram a unir esforços para acabar com o desflorestamento até o 2030.

Situação preocupante
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que participou do encontro, destacou que a pasta está buscando soluções para combater a supressão ilegal no Cerrado assim como já está sendo feito na Amazônia. “Estamos conseguindo reduzir o desmatamento em mais de 50% na Amazônia, mas, infelizmente, a situação do Cerrado é preocupante. Por isso é fundamental a participação dos governos estaduais nesse processo”, pontuou, enfatizando que é possível fazer com que o desmatamento caia sem prejudicar os interesses econômicos, sociais e ambientais dos estados.

O chefe do Executivo estadual expressou preocupação com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), sistema do governo federal responsável pelo cadastro de todos os imóveis rurais do país, que reúne informações ambientais das propriedades referentes às vegetações nativas, possibilitando o monitoramento do desmatamento no país. De acordo com Caiado, as informações dos imóveis goianos não chegam ao governo, inviabilizando a tomada de ações de prevenção.

A secretária estadual de Meio Ambiente de Goiás, Andrea Vulcanis, revelou que o estado está encerrando uma licitação para a contratação de um sistema próprio de cadastro ambiental rural, que será responsável pela análise dos dados estaduais. “Vamos conseguir manter as propriedades rurais absolutamente regularizadas perante a legislação brasileira”, explicou.

A reunião em Brasília foi presidida pelo Ministro da Casa Civil, Rui Costa, em parceria com os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; do Planejamento, Simone Tebet; e da Agricultura, Carlos Fávaro. Participaram também representantes do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Tocantins.

Fotos: Romullo Carvalho / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

 

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