Minas Gerais

Atendimento humanizado faz a diferença na assistência à saúde

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O conceito de humanização está pautado, principalmente, no cuidado oferecido com empatia, atenção e acolhimento integral, com olhar atento às questões pessoais, subjetividades e singularidades de cada paciente. Esse conjunto de condutas é considerado uma diretriz assistencial na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e, durante a pandemia, tem se mostrado ainda mais importante no atendimento em suas unidades. 

Segundo a coordenadora de Enfermagem e Equipe Multidisciplinar da Diretoria Assistencial (Dirass) da Fhemig, Aline Mendes, o atendimento humanizado é uma estratégia para melhoria na qualidade e na eficiência dos serviços prestados. “Quando o paciente e seus familiares dão entrada em um hospital, não buscam apenas a solução para um problema de saúde, mas também alívio e conforto pessoal, o que exige da equipe assistencial solidariedade, acalento e considerar a existência de outras necessidades”, explica a enfermeira.

Entre os principais benefícios do cuidado humanizado está a relação de confiança estabelecida entre paciente e profissionais de saúde, com ganhos na adesão às propostas de tratamento e, portanto, mais eficácia no cuidado. “Neste momento de pandemia, é importante ressaltar que, diante de tantas normas e exigências sanitárias, a assistência humanizada é um direcionador que tem o objetivo de minimizar impactos e sofrimentos dos usuários e de seus familiares”, completa Aline.

Atendimento multidisciplinar

A assistente social do setor da covid-19 do Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas, Karla Passos de Moura, acredita que o cuidado humanizado tem contribuído para uma melhor evolução dos pacientes e também na compreensão do processo por parte dos familiares. “Ao ser internada, a pessoa se depara com incertezas, quebra da rotina e medo da doença. A assistência oferecida pela equipe multidisciplinar da unidade tem proporcionado, entre outros ganhos, a diminuição das dificuldades enfrentadas no momento do adoecimento”, explica.

O paciente recebe orientações precisas, de forma simples, para melhor entender sua evolução, tratamento e recuperação. A família também é inserida neste processo. Os boletins diários são repassados, por telefone, pelo médico plantonista. “Essa estratégia é essencial para manter a família informada sobre a internação, a evolução do paciente e para tirar dúvidas. Nosso trabalho consiste em oferecer, de forma ética, um atendimento de qualidade. E, com isso, observamos um retorno satisfatório de nossos usuários”, afirma Karla.

A assistente social destaca que, com esse conjunto de ações, é possível observar mais segurança e confiança durante o processo da internação no setor dedicado à covid-19. “Mesmo nos casos em que, infelizmente, perdemos a pessoa para a doença, notamos que a assistência humanizada proporciona melhor entendimento do ocorrido pela família e, até mesmo, gratidão pelo atendimento recebido”.

O trabalho em parceria entre a equipe do serviço social do setor da covid-19 e o Grupo de Trabalho Humanizado (GTH) do HRAD deu origem, ainda, ao certificado de bravura: homenagem entregue aos pacientes após superarem o coronavírus. “A cada alta hospitalar, vibramos juntos com mais uma vitória. É sempre muito emocionante. O certificado é uma lembrança deste momento. Entregamos em nome de toda a equipe para que o paciente se recorde, para sempre, da superação da covid-19”, conta a assistente social.

Manifestação de carinho

O aposentado Arlindo Ferreira, de 76 anos, é mais um vitorioso contra a covid-19. Após dois meses de internação no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), em Belo Horizonte, o momento de sua alta, no dia 2/6, contou com a presença de grande parte das equipes do CTI e da enfermaria da unidade, que festejaram, com música, balões e cartazes, sua saída do hospital. 

Ferreira, que é paciente da oncologia, foi isolado na ala destinada aos casos sintomáticos do hospital, que é referência no tratamento de câncer. Com a dedicação da equipe multidisciplinar da unidade, ele superou todos os percalços da internação e conseguiu se recuperar. Segundo a fisioterapeuta Lívia Paixão, quando a equipe soube de sua alta decidiu realizar uma comemoração. “Convidamos alguns servidores para participar e tocar violão. Cantamos a música que ele mais gosta, que é Menino da Porteira”, conta.

Para a fisioterapeuta, o trabalho de humanização faz o paciente se sentir querido e acolhido. “Por meio dessas ações, eles entendem que não são apenas um número, que os profissionais se importam e vibram com o sucesso do tratamento”, avalia. A filha de Arlindo, Marly Aparecida, ficou feliz e emocionada com a atitude da equipe do HAC. “Choramos de emoção pelo que fizeram no momento da alta. Meu pai amou, ficou muito feliz. Só temos a agradecer ao hospital por todo o carinho”, disse.  

Acolhimento

A pensionista Nilva Maria Moreira, de 52 anos, de Lagoa Formosa, começou a apresentar os primeiros sintomas da covid-19 no dia 13/5. Com o agravamento da doença, precisou ser transferida para o CTI do Hospital Regional Antônio Dias, já com 80% do pulmão comprometido. Ela ressalta que a relação de amizade construída com os profissionais da unidade fez toda a diferença na sua recuperação. “Como ficamos longe da família durante a internação, eles acabam suprindo essa necessidade de afeto. Seja nas conversas diárias, na forma carinhosa de nos tratar ou explicando com paciência todo o tratamento. Esse acolhimento foi muito importante para mim. Não me senti isolada hora alguma. Só tenho a agradecer à equipe do HRAD”, compartilha.

A confeiteira Jaqueline Cristina Moreira, filha de Nilva, também elogia a assistência da unidade. “A vaga saiu muito rápido. O atendimento foi maravilhoso. Todos os profissionais nos trataram muito bem e cuidaram dela de uma forma fantástica e muito atenciosa. Foram 14 dias de internação. No dia 6/6 ela recebeu alta”, conta. “Minha mãe é muito comunicativa. Então, se não fosse esse tratamento tão especial, talvez tivesse ficado mais ansiosa. Ela fez várias amizades e já me pediu até para fazer bolo e mandar às enfermeiras”, finaliza Jaqueline.

Visita virtual

O Hospital Regional Antônio Dias foi o primeiro de Patos de Minas a implantar a visita virtual para pacientes com covid-19 – estratégia de humanização praticada desde julho do ano passado e que tem tido resultados satisfatórios. “A situação de isolamento gera muito sofrimento a todos. Causa muita dor à família, que não poder ver seu ente querido durante a internação. Muitas pessoas nos pediam para que descrevêssemos o paciente, se estava mais magro, se a barba estava feita. Então, comecei a pesquisar ideias para contornar isso e descobri a iniciativa da visita virtual do Hospital Eduardo de Menezes (HEM). Adequei à nossa realidade e deu muito certo”, explica a psicóloga do setor covid-19 do HRAD, Kelly Fabiane de Freitas Miranda.

Nesse processo, os familiares são orientados a não entrar em assuntos delicados, para não prejudicar a recuperação do paciente. Antes da visita, a equipe de psicologia também prepara os membros da família para verem seu ente querido no CTI, que em grande parte das vezes, está intubado. “Temos que ter um olhar muito refinado para que os impactos sejam exclusivamente positivos. E o retorno tem sido excelente. Quando a pessoa está acordando e escuta a voz do familiar, mesmo com sedação, a resposta é diferenciada. É um grande estímulo. O processo de despertar é facilitado, o paciente abre os olhos, tenta gesticular. A família também fica muito grata de poder acompanhar diariamente a evolução”, ressalta Kelly.

Os primeiros dispositivos móveis utilizados nas visitas virtuais foram doações de servidores. Já o celular usado atualmente foi dado pela família de uma paciente, por gratidão à iniciativa do hospital.

A assistente administrativo Fernanda Valéria de Souza foi admitida no HRAD em 10/2, já em estado grave, por conta da covid-19. Foram 27 dias internada em terapia intensiva na unidade. “As chamadas foram muito importantes, pois, apesar de não ver a minha família, eu conseguia ouvi-los. Todos sempre me dando força, me encorajando e orando por mim. À equipe do hospital, eu só tenho a agradecer por todo o preparo, competência, carinho e cuidado comigo”, relata a ex-paciente.

A pedagoga Isabella Côrtes de Souza, sobrinha de Fernanda, foi a familiar que esteve em contato com a equipe do HRAD. Ela também destaca a gratidão por ter tido a oportunidade de acompanhar de perto a cura da tia. “Em todos os boletins, os profissionais nos encorajavam a acreditar na recuperação dela e demonstravam seu empenho e dedicação. Sou muito grata pelo milagre que fizeram por ela e por nós”, conclui. 

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Minas Gerais

Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

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Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

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