Nacional

Anvisa absorverá trabalhadores da Infraero, diz diretor-presidente

Publicado

em


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo seu diretor-presidente Antônio Barra Torres, irá incorporar em seu quadro trabalhadores da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Durante uma palestra virtual realizada hoje (13) a convite da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), ele disse que o processo já está avançado.

“Em muito curto prazo, estarão conosco”, afirmou. Vinculada ao Ministério da Saúde, a Anvisa é uma agência reguladora responsável pelo controle sanitário de produtos como medicamentos, vacinas, alimentos, cosméticos, saneantes, derivados do tabaco, etc.

Já a Infraero é uma empresa pública federal brasileira, vinculada ao Ministério da Infraestrutura, que vem passando por um processo de desestatização. Todo os aeroportos sob sua gestão estão sendo concedidos à iniciativa privada. O governo federal planeja concluir esse processo em 2022, quando o patrimônio remanescente da empresa seria repassado a outra estatal, a NAV Brasil Serviços de Navegação Aérea S.A., cuja criação se deu no ano passado.

“Tínhamos iniciado uma interlocução com o Ministério da Economia, e recentemente avançou de maneira fática. Não estamos falando de ideia, mas de fatos. Estamos falando de aproveitamento de servidores de instituições que se extinguiram. E temos um caso muito concreto que é o caso da Infraero. O Ministério da Economia já efetuou todos os ajustes orçamentários para que possamos absorver uma parcela significativa de funcionários a Infraero que inclusive já tem uma familiaridade com a ambiência de fronteira, com a ambiência aeroportuária, que para nós é muito importante”, explicou Torres.

O diretor-presidente da Anvisa falou sobre o assunto ao ser questionado sobre a capacidade de pessoal da agência para atravessar a pandemia de covid-19. Segundo ele, a absorção dos funcionários da Infraero é uma solução pontual, mas há demanda de concurso público.

“Essa necessidade não é de hoje, mas de algum tempo. Porém, temos visto que os concursos para órgãos federais estão com freio de mão puxado, segundo as autoridades da economia, em face da longevidade funcional de 30 anos e o fato de onerar a economia com esses quadros. Mas o que realmente resolve o problema é o concurso público com periodicidade”.

Ele apresentou alguns números na palestra sobre o volume de trabalho durante a pandemia. Foram editados, em 2020, 127 atos normativos, o que representa 30% a mais do que no ano anterior. Além disso, foram autorizados 78 estudos clínicos e regularizados 2.757 dispositivos médicos para o enfrentamento à covid-19. Torres destacou também as análises em tempo recorde das vacinas que estão sendo utilizadas no Brasil.

Segundo o diretor-presidente, interlocuções no Ministério da Economia para a realização do concurso público têm sido realizadas, mas outras possibilidades precisaram ser levantadas em busca de reforços que dessem algum grau de alívio. Houve parcerias para mobilização de servidores de outras áreas. Contratações terceirizadas também são consideradas, mas há limitações.

“A Anvisa tem poder de polícia. E ele não pode ser conferido a um terceirizado. Isso pode ser equacionado. Temos órgãos federais com poder de polícia que possuem quadros terceirizados. Eles não atuam em áreas mais críticas como na lavratura de um auto de infração, numa autuação, numa apreensão”, explicou.

Agência de Estado

Torres também explicou na palestra como funciona a gestão da Anvisa. Segundo ele, trata-se de uma agência de Estado e não de governo. Os cinco diretores têm mandato fixo de cinco anos sem recondução. Para tomar posse, precisam ser indicados pelo presidente da República, além de sabatinados e aprovados no Senado Federal.

“Diretores não podem ser simplesmente demitidos pelo presidente da República. São indicados pelo presidente da República para passar pela sabatina. Mas quando são investidos do mandato, só deixam o cargo por decisão própria ou por impeachment. Isso garante a autonomia”, afirmou.

Edição: Claudia Felczak

Fonte: EBC Geral

Comentários do Facebook
Continue lendo
Propaganda
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Nacional

“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

Publicados

em

Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA