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Amor de pai é fundamental

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O Dia dos Pais é comemorado no Brasil desde 1953. A data surgiu por iniciativa do então editor do jornal carioca O Globo, publicitário Sylvio Bhering, que buscava tanto homenagear os pais quanto estimular o comércio local. A iniciativa foi bem-sucedida e, então, a partir do ano seguinte, não apenas o Rio de Janeiro, mas todo o Brasil passou a dedicar um dia para saudar os papais. 

Inicialmente, a ideia era marcar 16 de agosto — Dia de São Joaquim, pai de Maria, mãe de Jesus — como o Dia dos Pais, mas, em analogia ao Dia das Mães (comemorado no segundo domingo de maio), ficou definido o segundo domingo do mês de agosto.

Segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a data deve movimentar R$ 24,09 bilhões no comércio nacional. A pesquisa aponta, também, que 63% dos consumidores pretendem comprar presentes no Dia dos Pais este ano. Na prática, isso significa que aproximadamente 101,8 milhões de pessoas devem presentear seus entes queridos.

Assim, dedica-se a oportunidade à celebração da importância da figura paterna na vida das pessoas. Conforme explica a psicóloga clínica Luciana Bonfim, o pai tem papel fundamental na constituição do sujeito, contribuindo para o desenvolvimento emocional, psicológico, cognitivo e social. A participação efetiva na vida do filho contribui, assim, para o florescimento de um indivíduo com mais segurança, autonomia, autoestima e estabilidade emocional.

“É de suma importância que a criança e/ou adolescente tenha uma relação familiar, independentemente da configuração, pois a família se torna uma referência fundamental de convivência social na sua constituição enquanto indivíduo”, afirma a psicóloga. E completa: “A família tem, entre tantos, o papel de ensinar limites, ofertar valores éticos e morais, vivências afetivas. E é por ela que a criança começa a enxergar o mundo e, assim, ter a possibilidade e autonomia para explorá-lo”.

Para o administrador Carlos Moreira, responsável por filhos de 32, 16 e 5 anos, um bom pai pode ser definido pela capacidade de entender as necessidades dos filhos e prepará-los para a vida. “Isso requer amor, empatia, carinho e muita firmeza para demonstrar que pode ser um porto seguro. É necessário que um bom pai apoie e respeite as decisões dos filhos com o objetivo de orientá-los no melhor caminho. Para isso, a maturidade e o bom senso sempre ajudam.” 

Segundo ele, o aspecto mais marcante da experiência paterna é a possibilidade de desenvolver laços de afeto singulares. Com filhos de idades distantes, Carlos afirma que percebeu diferenças entre as necessidades de cada um na infância e atribui isso às mudanças na sociedade. “A ação constante de cuidar me desafia a estar atento a tudo que me cerca, a ser melhor,  mais educado e atencioso, para conseguir dar o bom exemplo.”

Publicitário e pai da Maria, de 3 anos, Caio Miranda defende que ser pai é assumir o compromisso de garantir que o crescimento de um novo ser humano aconteça da forma mais feliz e saudável possível. “É dar o suporte material, moral e emocional necessários para que ela consiga se desenvolver nos aspectos relevantes de sua vida. É adquirir sempre novas perspectivas e ideais de sociedade que quero ajudar a construir para o futuro. Além disso, é a missão mais prazerosa e edificante que já tive na vida”, afirma. 

Mas não é tarefa fácil, garante Miranda. “Pra mim, o principal desafio na criação da Maria é prepará-la para uma sociedade cada vez mais competitiva e opressiva sem incutir nela a noção de que a vida é uma jornada maçante e repleta de padrões e exigências educacionais, estéticas, comportamentais, por exemplo, a serem cumpridas.”

Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), Edyleine Bellini afirma que o pai é um pilar muito importante no desenvolvimento de qualquer criança. Segundo ela, quanto maior é a participação e o envolvimento do pai no crescimento e na educação, melhor é a qualidade da relação que se estabelece entre ambos.

“Pode-se considerar que a presença do pai na vida de um filho é tão fundamental quanto a presença da mãe, quando se pensa em um bom desenvolvimento socioemocional da criança, sob vários níveis e circunstâncias”, afirma em seu artigo “A importância da figura paterna para o desenvolvimento infantil”. 

Direito à paternidade

Segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), obtidos a partir do Portal da Transparência do Registro Civil, cartórios brasileiros registraram, no início deste ano, o maior número de recém-nascidos identificados somente com o nome da mãe. De janeiro a abril, foram registrados 56,9 mil bebês por mães solo, o maior número em comparação com o mesmo período de anos anteriores. 

Localmente, também de acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil, dos 79,9 mil nascidos em Goiás em 2021, 4,6 mil (5,82%) foram registrados sem o nome do pai na certidão de nascimento. Mais de 23 mil crianças são registradas sem o nome do pai no Estado.

A psicóloga Luciana Lima explica que a ausência paterna pode se dar por vários motivos. “Inclusive, a presença física pode existir e a distância afetiva se fazer presente. Todavia, independentemente da causa, essa ausência pode ocasionar importantes prejuízos desde a infância, se estendendo ao longo da vida do filho”, completa. Como exemplos, a profissional elenca  o sentimento de abandono, insegurança, dificuldade de socialização e aprendizagem, propensão ao uso de drogas e até tendência para desenvolvimento de transtornos psicológicos.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determina que, caso o pai não queira reconhecer o filho, a mãe pode indicá-lo com genitor no cartório, que deverá comunicar o fato aos órgãos competentes para início do processo de investigação de paternidade. 

Em Goiás, desde 2012, o Ministério Público desenvolve o projeto “É Legal Ter Pai”, o qual busca garantir o direito à paternidade, envolvendo a atuação judicial e extrajudicial gratuita do órgão. Desde o início da pandemia de covid-19, a iniciativa passou a adotar ferramentas digitais de atendimento e comunicação o que, segundo a 51ª Promotoria de Justiça de Goiânia, responsável pelo projeto, conseguiu ampliar o alcance dos serviços e agilizar os procedimentos, sobretudo em casos de reconhecimento espontâneo de paternidade quando o pai indicado mora em outra cidade, estado ou no exterior.

Além disso, periodicamente, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), em parceria com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), promove a ação “Meu pai tem nome”. O objetivo é garantir o direito fundamental ao reconhecimento da paternidade/filiação, seja biológica, afetiva ou por adoção. O atendimento da DPE-GO é gratuito e, se for preciso, o exame de DNA é custeado pela OVG durante a campanha.

Assunto em pauta na Alego

Preocupados em proteger a família, os parlamentares da Alego tratam da parentalidade em seu exercício legislativo. Um exemplo é a Lei Estadual nº 21.303/22, originalmente projeto de lei nº 3450/19, de Dr. Antonio (UB). A iniciativa cria a obrigatoriedade de comunicação de nascimentos sem identificação de paternidade à Defensoria Pública e ao Ministério Público de Goiás. 

“Embora o reconhecimento do estado de filiação seja um direito garantido, ainda é grande o número de crianças e jovens que se veem privados dele. Dessa forma, a medida busca garantir ao cidadão um de seus direitos fundamentais”, explica Dr. Antonio.

Outro exemplo é a proposta de criação do projeto “Órfãos da Covid-19”, que cria políticas públicas a serem instituídas em Goiás a fim de minimizar os prejuízos financeiros e psicológicos sofridos por crianças e adolescentes que perderam pais ou responsáveis para a covid-19. De iniciativa da deputada Lêda Borges (PSDB), a propositura nº 5551/21 aguarda relatório da Delegada Adriana Accorsi (PT) na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).

Também aborda a proteção à família a matéria protocolada sob o nº 5438/19, também de Lêda Borges (PSDB). O projeto sugere alterar o Regimento Interno da Casa para criar licença, sem prejuízo ao mandato, para deputados e deputadas que venham a se tornar pais durante a legislatura. A matéria está na fila para sua primeira fase de votação no plenário. 

Neste ano, a seção de Publicidade, Imagem e Identidade Corporativa (SPI) da Alego desenvolveu uma ação de endomarketing em homenagem aos pais de servidores e aos servidores que são pais. A equipe coletou fotos e, com o material, desenvolveu vídeo a ser veiculado na TV corporativa e nas redes sociais da Casa. 

Pais e filhos nas telonas

Para você curtir o final de semana dos pais em grande estilo, a Agência Assembleia de Notícias fez uma lista de filmes de diferentes gêneros que abordam a importante relação entre pai e filho. Confira abaixo: 

– “King Richard: Criando Campeãs” (2021) 

Trata-se de um filme biográfico inspirado em Richard Williams (Will Smith), pai das famosas tenistas Serena Williams e Venus Williams. Obstinado em fazer de suas filhas futuras campeãs de tênis, Richard usa métodos próprios e nada convencionais, seguindo a visão clara de futuro que construiu para as filhas Serena (Demi Singleton) e Venus (Saniyya Sidney). Determinado, o pai das garotas vai fazer de tudo para que elas saiam das ruas de Compton para as quadras do mundo todo.

– “Paternidade” (2020

Em “Paternidade”, após a esposa morrer no dia seguinte ao parto, Matt (Kevin Hart) decide criar sua filha sendo um pai absolutamente responsável. Mesmo com a tristeza de perder sua esposa, que também era sua namorada desde a época do ensino médio, ele faz um juramento para fornecer apoio completo à filha e assumir todas as responsabilidades que cabem a um pai.

– “Hair love” (2019)

É um curta-metragem de animação que acompanha a história de um homem que precisa pentear os cabelos da filha de 7 anos, pela primeira vez. A menina tenta pentear sozinha enquanto assiste a um vídeo de instruções e, por isso, o pai resolve ajudá-la.

– “Capitão fantástico” (2016)

Nas florestas do estado de Washington, um pai cria seus seis filhos longe da civilização, em uma rígida rotina de aventuras. Um acontecimento inesperado o força a deixar o isolamento e levar sua família para encarar o mundo, desafiando sua ideia do que significa ser pai.

– “A busca” (2012)

Theo Gadelha (Wagner Moura) sempre colocou sua carreira à frente de tudo na vida, mas aprende o valor da família quando seu filho Pedro (Brás Antunes) desaparece. A viagem pelo Brasil adentro vira um caminho de autoconhecimento, um percurso para transformações e descobertas.

– “Gonzaga: de Pai pra Filho” (2012)

Conheça a trajetória real do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e a sua relação com seu filho, Gonzaguinha, um símbolo da MPB. Uma história que fala da integração do Brasil por meio do afeto e da música, a mesma música que os uniu, os consagrou e os distanciou.

– “2 Filhos de Francisco” (2005) 

A história de Francisco (Ângelo Antônio), um homem simples e pobre, cujo sonho era ver os seus dois filhos se tornarem estrelas da música sertaneja e que se esforçou ao máximo para que isso acontecesse. O filme é baseado na história real do pai dos cantores sertanejos goianos Zezé di Camargo e Luciano.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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