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Agência Brasil explica como fazer compostagem de resíduos orgânicos

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Resíduos orgânicos como restos de alimentos crus ou preparados representam 50% dos resíduos urbanos no Brasil, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Uma alternativa ao descarte em lixos que vem ganhando espaço é a compostagem, um método de transformação desses restos em adubos, que podem ser utilizados para diversas finalidades, da agricultura a hortas e plantas domésticas.

A compostagem não é apenas um método, mas está prevista como uma ação que deve ser promovida pelo poder público de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída por meio da Lei 12.305, de 2010.

A compostagem pode ser feita em um imóvel privado rural ou urbano, em espaços institucionais – escola, restaurante, órgão público – ou em espaços coletivos, como ocorre em diversos municípios. Essas iniciativas ainda são minoritárias diante da prática comum de descarte no lixo, que sobrecarrega os aterros sanitários das cidades.

Há diferentes métodos para realizar a compostagem. Independentemente das formas, a prática só pode abarcar resíduos orgânicos, devendo outros tipos de embalagens ou produtos descartados receber diferentes destinos, como a reciclagem para o caso de metais, plásticos e vidros.

Entre os resíduos orgânicos que podem ser utilizados para a compostagem estão restos de verduras, legumes e frutas, aparas de madeira, palhas, folhas, esterco de animais e restos de comida, como carne, ossos e cascas de ovos. 

A engenheira florestal Jessica Pedreira recomenda que é melhor reunir restos de comidas cruas, evitando alimentos com gordura e cozidos.

Uma das formas de compostagem é a armação de uma pilha em um espaço ou o enterramento em uma vala. Jéssica Pedreira alerta que é preciso ficar atento e seguir passos para evitar problemas.

“Se a compostagem não estiver bem feita, ela pode atrair moscas, ratos. Precisa fazer bem organizada para que ela dê certo e não seja foco para insetos, animais e possíveis transmissores de doenças”, alerta.

Passo a passo

A pilha precisa de quatro elementos, do nitrogênio, oriundo dos restos de comida; do carbono, disponível nas serragens, palhas e galhos secos; da umidade da água e de ventilação no conjunto do composto.

A engenheira florestal Jessica Pedreira recomenda uma proporção de um para três entre nitrogênio e carbono, ou seja, para cada medida (um balde, por exemplo) de restos de alimentos são necessárias três medidas de palhas e galhos secos. Esse composto precisa ter uma quantidade de água que o deixe úmido, mas não encharcado.

A pilha (seja ela em uma estrutura de madeira ou metal acima do solo ou em uma vala) deve ser montada por camadas. Em seguida são inseridos galhos secos ou serragem. Jessica Pedreira alerta que é importante ter drenagem, para que a base não fique empoçada. Uma forma para evitar isso é colocar papelão no início das camadas.

A engenheira sugere ainda o uso de esterco como forma de ajudar a trazer micro-organismos. Depois, os restos orgânicos frescos e, em seguida, com uma camada de serragem. E assim vão sendo montadas diversas camadas.  

A pilha deve ter cerca de 1,5 metro. Essa combinação vai gerar um processo químico que é evidenciado pela geração de calor. Se o processo correr bem, a temperatura ficará quente o suficiente para dificultar o toque com a mão.

“A pilha de compostagem precisa eventualmente fazer um revolvimento, para manter o ar circulando. É preciso observar se a pilha não está muito seca ou muito molhada. Aí a pessoa atua para corrigir”, orienta Jessica Pedreira.

Como fazer compostagem em uma garrafa pet Como fazer compostagem em uma garrafa pet

Como fazer compostagem em uma garrafa pet – Daniel Dresch/ Arte Agência Brasil

O processo leva de um mês a 45 dias, a depender da temperatura ambiente. Se o local for muito quente, ele poderá ser mais acelerado. Se for mais frio, poderá ser mais lento. O resultado esperado é uma terra preta, que é um adubo completo e rico em matéria orgânica, bom para uso no plantio.

A compostagem em pilha pode ser feita em uma fazenda, em uma casa ou até mesmo em um apartamento. A disponibilidade de espaço é um fator importante. Mas Jessica Pedreira diz que é possível realizar dentro de pequenos imóveis.

É possível fazer composteiras em garrafas de plástico pet, em baldes ou em vasos, com diferentes métodos. Na internet, é possível encontrar tutoriais de instituições públicas de pesquisa e extensão rural com a demonstração de como proceder nesses casos. No site do Parque de Ciência e Tecnologia (CienTec) da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, há quatro tutoriais de como fazer composteira.

Uma outra modalidade de compostagem é a chamada vermicompostagem, realizada com a ajuda de minhocas. Segundo cartilha do Ministério do Meio Ambiente, o mais indicado é realizar esse procedimento em locais fechados, como caixas de plástico, para evitar a fuga das minhocas.

As minhocas devem ser escolhidas entre aquelas que se alimentam de resíduos frescos. Assim como no caso da pilha, é preciso tomar cuidado com a proporção dos elementos para garantir o êxito do processo e evitar que as minhocas morram ou fujam.

Edição: Fernando Fraga e Kelly Oliveira

Fonte: EBC Geral

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Brasil reduz dependência de petróleo e gás natural na oferta de energia da matriz energética

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Relatório elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o MME evidencia o recuo da participação de fontes fósseis na última década aponta avanços do país dentro da transição energética

Nos últimos 10 anos, o Brasil tem feito uma significativa transformação na matriz energética, conforme revelado pelo Balanço Energético Nacional (BEN) 2024, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME). Os dados, divulgados nesta semana, demonstram uma queda na participação de petróleo e derivados, que passou de 39,2% para 35,1%, e do gás natural, de 13,5% para 9,6% no período. A mudança aponta os avanços do país na diversificação e sustentabilidade da oferta energética nacional.

“A redução na dependência de fontes fósseis reflete o nosso esforço contínuo para fortalecer a renovação do setor energético nacional. Nos últimos anos, nossas políticas públicas e investimentos estratégicos têm impulsionado o crescimento de fontes alternativas, como energia solar, eólica e biomassa. Essa transição contribui significativamente para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE)”, destaca o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Com vasto potencial natural, o Brasil se posiciona como líder emergente na transição energética global, como aponta relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado nesta semana. À medida em que o país reafirma o compromisso com a inovação e a sustentabilidade, a redução na dependência de petróleo e gás natural pode ser um catalisador para um futuro energético mais limpo e seguro para todos os brasileiros.

Mais informações sobre o BEN  O Balanço Energético Nacional divulga, anualmente, uma extensa pesquisa e a contabilidade de dados relativos à oferta e consumo de energia no Brasil, levantados pela EPE. O relatório contempla as atividades de extração de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, a importação e exportação, a distribuição e o uso final da energia.

Até a próxima semana, o Ministério de Minas Energia divulgará uma série de matérias detalhando os principais destaques do BEN 2024 em relação aos setores de energia elétrica, planejamento energético, petróleo, gás natural e biocombustíveis.

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