Distrito Federal

Ações para prevenir incêndios florestais durante a seca

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A queima controlada acontece quando o fogo é provocado e monitorado por órgãos competentes e é indicada para reduzir o material combustível presente na superfície | Foto: Divulgação/Sema

O Distrito Federal está sob emergência ambiental desde o início de março. A medida dá respaldo jurídico às ações previstas no Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF), executado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema). Até que o período de seca se intensifique, o que acontece a partir de julho, as iniciativas estão voltadas à prevenção.

A queima controlada, que é um dos instrumentos de prevenção, junto com a abertura de aceiros, acontece quando o fogo é provocado e monitorado por órgãos competentes e é indicada para reduzir o material combustível presente na superfície.

O fogo entra em combustão e queima superficialmente, sendo em seguida apagado. Realizada ainda no final do período chuvoso, a queima  consome o que está na superfície sem prejudicar a raiz das plantas, funcionando como uma barreira no período de seca.

 Arquivo/Agência Brasília
O Distrito Federal está sob emergência ambiental desde o início de março | Foto: Aarquivo/Agência Brasília

Mesmo reconhecendo que ainda há alguma resistência, o coordenador do PPCIF,  secretário Sarney Filho, defende  que a técnica foi profundamente estudada e é adotada com sucesso também em outros países.

“Nos anos mais recentes não tivemos mais grandes incêndios, como os que ocorreram no Jardim Botânico e no Parque Nacional de Brasília” , afirmou.

A coordenadora do PPCIF na Sema, Carolina Schubart, explica que este tipo de ação, É indicada em algumas áreas do DF com maior risco de grandes incêndios.

“Com a pandemia, temos nos preocupado muito em como gerir melhor o direcionamento da fumaça para que a população não se sinta prejudicada, principalmente aquela que vive próxima das Unidades de Conservação. Por outro lado, lembramos que a fumaça do incêndio florestal é pior para as pessoas do que a da queima prescrita”, afirma.

Manejo integrado

O diretor de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Brasília Ambiental Pedro Cardoso, acredita que no período crítico, muitas vezes os recursos da gestão focada no combate são insuficientes para debelar um incêndio florestal. “O modelo de gestão pautado no manejo integrado do fogo é recente no país. Mas não temos como negar que entre a comunidade cientifica o entendimento é bastante confiável e, aqui no DF, a gente tem avançado bastante no assunto”, diz.

“A queima não é consenso para a sociedade. Mas é um consenso mundial e entre a comunidade cientifica de que, em savanas tropicais, como ocorre no bioma Cerrado, é preciso fazer o manejo do fogo”Diretor de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Brasília Ambiental, Pedro Cardoso

O analista ambiental do Ibama Rodrigo Falleiro reconhece que a queima prescrita gera dúvidas na população, que questiona se a estratégia causa danos ao solo, fauna e flora. “Ou a gente faz isso no momento certo, incorporando o fogo ao ecossistema ou haverá perda de biodiversidade e incêndios lá na frente”, afirma.

Para ele, uma boa estratégia de comunicação que dê respostas à sociedade e que informe o cronograma das ações com antecedência é essencial para que a queima prescrita seja utilizada sem causar transtornos. “A queima não é consenso para a sociedade. Mas é um consenso mundial e entre a comunidade cientifica de que, em savanas tropicais, como ocorre no bioma Cerrado, é preciso fazer o manejo do fogo”.

Segurança técnica

De acordo com Falleiro, é muito importante que os tomadores de decisão tenham certeza de que a queima está ocorrendo em condições adequadas com relação à gestão da fumaça, principalmente se a queima é em áreas urbanas ou periurbanas. “O responsável tem que poder justificar, ou seja, ter segurança técnica, de por que a queima foi feita naquele momento, baseando-se em medições das condições climáticas e atmosféricas”.

Manter a população bem informada evita, por exemplo, que o Corpo de Bombeiros seja notificado sobre um foco de incêndio e desloque efetivo para um local em que a queima, trata-se na verdade, de uma ação controlada.

Hudson Felix, gerente de Fogo da Floresta Nacional de Brasília, afirma que a queima prescrita deve ser precedida por um bom planejamento. “É preciso ter amparo legal e comunicar bem as ações para trabalhar melhor junto à sociedade, o que reforça a importância do manejo do fogo junto à população”.

Para Diego Miranda, gerente de Preservação do Jardim Botânico de Brasília, o trabalho de interagências e da participação das instituições nas queimas prescritas é fundamental para o êxito da estratégia.

* Com informações da Secretaria do Meio Ambiente

Fonte: Governo DF

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Distrito Federal

Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

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No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

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