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À frente do Mercosul, Lula vai costurar acordo justo com União Europeia

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Lula: "Queremos uma política de ganha-ganha. E não uma em que eles ganhem e a gente perca”

Lula está na Argentina para uma reunião do bloco sul-americano, do qual será o presidente pelos próximos seis meses

 

Em viagem à Argentina para assumir o comando do Mercosul pelos próximos seis meses, Lula disse, nesta terça-feira (4), durante a live Conversa Com o Presidente, que espera pela conclusão do acordo comercial entre o bloco de países sul-americanos e a União Europeia ainda este ano.

“Quero me dedicar para que nestes seis meses a gente possa concluir o acordo com a União Europeia”, revelou o presidente, ressaltando, porém, que não assinará nada que prejudique as exportações brasileiras ou o fortalecimento da indústria nacional.

Lula se referiu a itens que a União Europeia tem tentado inserir no acordo, mas que seriam prejudiciais à economia de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de outros países associados. “Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha. E não uma em que eles ganhem e a gente perca”, afirmou.

Um dos pontos citados por ele é a proposta da União Europeia de limitar as compras governamentais dos países do Mercosul. “Isso é aquilo que o governo compra das empresas brasileiras. Se a gente abrir mão de comprar das empresas brasileiras para comprar das estrangeiras, a gente simplesmente vai matar pequenas e médias empresas brasileiras e matar muitos empregos no país”, explicou.

Protecionismo disfarçado

Outra proposta que o Mercosul não deve aceitar é o de imposição de sanções econômicas ligadas ao não cumprimento de metas ambientais, como as estabelecidas pelo Acordo de Paris — que, aliás, não foi cumprido pelas nações europeias. 

Caso os países sul-americanos aceitassem tal medida, a Europa ganharia o poder, por exemplo, de barrar a exportação da soja brasileira se alguma meta não fosse alcançada. Especialistas alertam que essa proposta é uma espécie de protecionismo aos produtos agrícolas europeus disfarçada de preocupação ambiental.

“Eu tenho discutido com muitos amigos na Europa e tenho mostrado o seguinte: ninguém no mundo tem moral para discutir conosco a questão de energia limpa”, disse Lula, lembrando que 87% da matriz energética brasileira é renovável, enquanto a média mundial é de 27%.  

“Obviamente, nós tivemos a grosseria de um governo que desmatava, não respeitava terra indígena, não respeitava reservas florestais, mas tudo isso acabou. Nós agora vamos diminuir o desmatamento, vamos respeitar os indígenas e cuidar das nossas reservas ambientais. Assumimos o compromisso de chegar ao desmatamento zero em 20230. Mas não queremos imposição para cima de nós. É um acordo de parceiros estratégicos, então nada de um parceiro colocar a espada em cima da cabeça do outro”, acrescentou.

Da Redação

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Caiado destaca importância de tecnologias israelenses para desenvolvimento de Goiás e do Brasil

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Em encontro no Ministério das Relações Exteriores de Israel, governador cita contribuições positivas na educação e na agricultura

Em seu quinto e último dia de visita a Israel, o governador Ronaldo Caiado foi recebido no Ministério das Relações Exteriores, nesta quinta-feira (21/03), pelo ministro Israel Katz. Durante o encontro, Caiado destacou a importância dos laços diplomáticos e da colaboração em tecnologia e inovação para o desenvolvimento econômico e social de Goiás e do Brasil. “O sentimento do nosso povo é de total carinho e respeito por tudo aquilo que vocês nos auxiliam”, reconheceu o governador.

Caiado ressaltou os benefícios da pesquisa e da ciência israelenses, destacando as técnicas sofisticadas desenvolvidas em áreas distintas. No caso de Goiás, Israel fornece para a rede estadual de ensino os óculos OrCam MyEye, com tecnologia avançada para pessoas com deficiência visual ou dificuldade de leitura. “Muitas crianças em Goiás usam os óculos israelenses para ler e ter condições de progredir”, relatou.

Outro ponto enfatizado pelo governador foi a utilização de tecnologia israelense para impulsionar a produção agrícola em Goiás. “A irrigação israelense está implantada no meu estado, onde se instalou um processo para pessoas com pequenas áreas e pouco poder aquisitivo pudessem progredir no plantio de frutas, e isso está mudando o perfil de uma região”, citou ele.

O acordo de cooperação entre Goiás e Israel na área agrícola prevê ainda a troca de informações e compartilhamento de novas tecnologias no sentido de aperfeiçoar o Projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã. A expectativa é que as técnicas desenvolvidas em Israel para o plantio de frutas sirvam de referência e contribuam para alavancar a produção agrícola no Nordeste goiano.

O projeto foi apresentado a Daniel Zonshine em agosto de 2023, quando o embaixador de Israel no Brasil visitou uma das propriedades que produzem manga e maracujá no município de Flores de Goiás. Na última quarta-feira (20/03), a iniciativa apresentou seus primeiros resultados. A coordenadora do Goiás Social e primeira-dama do Estado, Gracinha Caiado, realizou a colheita simbólica de maracujá em uma das propriedades beneficiadas pelo projeto.

No contexto da segurança pública, o governador enfatizou a necessidade de avançar na cooperação tecnológica com Israel, visando combater o narcotráfico, um desafio crescente na América Latina. Ao encerrar sua jornada por Israel, Caiado enfatizou que a parceria com o país é fundamental para fortalecer as estratégias de segurança em Goiás e no Brasil como um todo. “Fiquei encantado. Realmente foram dias inesquecíveis”, resumiu.

Fotos: Hegon Correa / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

 

 

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