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Depois de tragédia com chuvas, Petrópolis recebe Bauernfest

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Está na reta final a montagem da estrutura da 33ª Bauernfest, que será aberta no próximo dia 12, em Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, estendendo-se até o dia 28 deste mês. A Festa do Colono Alemão, como é conhecida a Bauernfest, teve sua última edição em 2019, antes de pandemia de covid-19, e este ano foi adiada devido à tragédia pela qual a cidade passou em fevereiro e março, quando mais de 240 morreram após desastres causados por fortes chuvas.

33ª Bauernfest 33ª Bauernfest

33ª Bauernfest – Divulgação da prefeitura de Petrópolis

A secretária Municipal de Turismo, Silvia Guedon, disse hoje (9) à Agência Brasil que realizar a Bauernfest, após dois anos de pandemia e depois da tragédia com as chuvas “mostra a resiliência da cidade e toda a força que a gente só consegue realizar quando todos se juntam, a sociedade civil organizada e o Poder Público, todo mundo pensando que temos que fazer essa festa que é tão importante para a cadeia produtiva, principalmente do turismo”.

Até o último ano de celebração da Bauernfest, em 2019, a festa ocorria perto do dia 29 de junho, que é o aniversário da colonização germânica, dentro das férias escolares, o que contribuía para elevar o número de visitantes. Este ano, devido às enchentes, a prefeitura e a sociedade civil decidiram em conjunto adiar o evento e realizá-lo em agosto, aproveitando ainda a alta temporada de inverno.

Em 2019, a festa recebeu 450 mil visitantes e a rede hoteleira da cidade teve média de 90% de ocupação. Foram injetados R$ 95 milhões na economia local e 1.530 ônibus de turismo acessaram o município por conta da festa, que gerou mil empregos. Silvia Guedon relatou que foram servidos durante a última edição da Bauernfest 9,5 toneladas de salsichão, 150 mil litros de cerveja. Além disso, 98% das pessoas entrevistadas à época afirmaram que recomendariam a festa a outros e 94% disseram que retornariam “com certeza absoluta”.

Retomada

As chuvas de fevereiro e março ocasionaram prejuízos para muitos comerciantes de Petrópolis. Um deles foi o chef de cozinha Michel Scharder, que perdeu R$ 80 mil com as duas chuvas que destruíram o estabelecimento da família, localizado na Rua 7 de Abril, no centro histórico. O local, que funciona próximo ao Palácio de Cristal, no coração da Bauernfest 2022, foi recuperado e reaberto, com novas contratações, para receber turistas e visitantes que vão participar do evento.

“Nós não conseguimos nem processar tudo que havia acontecido naquela época. Deixamos nossas perdas para depois e fomos preparar quentinhas para ajudar quem havia sofrido com as chuvas. Hoje, conseguimos reabrir um de nossos pontos de atendimento e vamos estar com mais quatro locais atendendo durante a festa. É a realização de um sonho viver isso de novo e, principalmente, poder colaborar para a economia, com a contratação de mais de 40 pessoas, direta ou indiretamente”, relatou Michel.

Festa

33ª Bauernfest 33ª Bauernfest

33ª Bauernfest – Divulgação da prefeitura de Petrópolis

As barracas estão sendo montadas no jardim do Palácio de Cristal e na Rua Alfredo Pachá, cujo fluxo de veículos foi desviado para a Rua Padre Siqueira, no sentido invertido. Todo o espaço será decorado com as cores preta, vermelha e amarela, em referência à bandeira da Alemanha. A festa vai contar com 60 barracas de comidas típicas, chope, venda de lembrancinhas e artesanato, além de dois palcos, onde se apresentarão grupos folclóricos de dança e bandas de música germânicas. 

A Festa do Colono Alemão acontece desde 1990 em homenagem à chegada dos colonos germânicos em Petrópolis. Atualmente, é o maior evento do gênero no município e no estado e um dos maiores do Brasil. “Entregamos a obra de recuperação do Palácio de Cristal e agora estamos preparando o espaço para receber seu evento mais importante. É um momento muito especial para nossa cidade. A festa movimenta muito a economia do município nos mais diversos setores. Estamos trabalhando de forma intersetorial para impulsionar a economia da cidade”, externou o prefeito Rubens Bomtempo.

Hotéis

Hoje, a mais recente pesquisa mostra que os hotéis localizados no centro histórico de Petrópolis estão com cerca de 60% de quartos reservados. “A Bauernfest vai trazer para os petropolitanos a sensação de que a cidade renasceu, da resiliência É muito importante, depois de tudo que se passou, ver os atrativos turísticos sendo devolvidos à população e aos turistas. Tenho certeza que vamos ter uma Bauernfest simbólica e importante”, assegurou Silvia.

turismo em Petrópolis turismo em Petrópolis

Turismo em Petrópolis – 33ª Bauernfest/Divulgação

“Os números são bem animadores. O mundo vivenciou coisas com a pandemia que não imaginávamos. Mas também aprendemos muito. Inclusive que muita coisa você pode fazer de onde está. Muitas atividades se reinventaram”, completou a secretária. Ela observou, entretanto, que o turismo é uma atividade que exige a vivência da experiência. “Hoje, mais do que nunca, as pessoas necessitam festejar, porque estão com a celebração reprimida”. Para a secretária, esse é um ponto importante, vivenciar de novo a festa, além da questão da segurança pública. “Nós somos uma cidade segura. Esse também é um enorme atrativo”.

Segundo o presidente da Federação de Convention & Visitors Bureau do Estado do Rio de Janeiro, Guilherme Abreu, a retomada dos grandes eventos no estado é de suma importância para o turismo. “A Bauernfest é um desses gigantescos eventos que movimentam toda a cadeia. Sua tradição e todo simbolismo histórico e cultural que carrega levam para Petrópolis mais desenvolvimento econômico e um turismo de qualidade”, afirmou Abreu.

Atrações

A secretária de Turismo, Silvia Guedon, informou que a grande diferença entre a Festa do Colono Alemão e a Oktoberfest, de Blumenau (SC), é que a Bauernfest de Petrópolis não é somente uma festa cervejeira. “Nós temos aqui um apelo muito grande cultural. Temos aqui uma tradição germânica muito forte, dos grupos folclóricos, das bandas. Estamos bastante animados com a festa”.

Além da gastronomia e música, a 33ª Bauernfest terá três desfiles pelas ruas da cidade, nos dias 14, 20 e 28, e uma extensa programação cultural que pode ser acessada no site do evento. Entre as atrações, que poderão ser vistas no Centro de Cultura, na Praça da Liberdade, no Museu Casa do Colono e na Praça Visconde de Mauá (Biergarden), está a inauguração da exposição “40 Anos do Primeiro Festival Germânico de Petrópolis”. Haverá também concursos de chope a metro, de cuca alemã e de chapéu mais enfeitado; e, para as crianças, muita contação de histórias.

Informações sobre a festa podem ser obtidas pelo Disque Turismo: 0800-0241516 e nos centros de Informação Turística.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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