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Orçamento do Turismo deve ficar aquém do necessário, projeta ministro

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O orçamento para o setor de Turismo no Brasil em 2022 deverá ficar aquém do necessário para apoiar políticas públicas importantes de retomada do setor diante dos impactos causados pela pandemia. A avaliação é do ministro da pasta, Gilson Machado Neto, que fez um balanço do ano e discutiu perspectivas para o próximo ano em evento com jornalistas realizado nesta terça-feira (21) na sede do órgão, em Brasília.

“Estamos em uma pandemia. Sempre fica abaixo do que a gente precisa. Espero que [o orçamento] venha sem cortes”, declarou Machado. O Congresso Nacional ainda não aprovou o orçamento de 2022. Hoje, o projeto de lei orçamentária (PLO) foi votado na Comissão Especial do Parlamento e deverá e em seguida o caminho será a apreciação no Plenário.

No relatório final do projeto de lei orçamentária, relatado pelo deputado Hugo Leal (PSD/RJ), estão previstos R$ 674,6 milhões para a sub-função Turismo. No total, foram reservados R$ 2,59 bilhões para o Ministério do Turismo, sendo R$ 699,3 milhões para pagamento de pessoal, R$ 606 milhões para outras despesas correntes, R$ 240 milhões para investimentos, R$ 300 milhões para inversões financeiras e R$ 751 milhões para reserva de contingência.

De acordo com de Gilson Machado, são necessários mais recursos – sobretudo para a ampliar a infraestrutura de turismo no país. “A maior demanda é infraestrutura, como orlas e rampas de acesso ao turismo náutico”, exemplificou.

Recuperação

Na avaliação do titular da pasta, o turismo brasileiro está “se recuperando como nenhum [outro] local da América Latina”. “Você não consegue mais vaga em hotel nenhum. No Rio de Janeiro, hotéis estão todos ocupados. A gente vê o setor de cruzeiros voltando. Companhias aéreas voltando com grande força. [O] setor de eventos é quem ainda está sofrendo com a pandemia”, analisou.

Diante de fatores que dificultam as viagens internacionais, como restrições da pandemia e a cotação de moedas estrangeiras, o intuito do ministério é estimular o turismo interno. Antes da pandemia, cerca de 10 milhões de brasileiros faziam turismo internacional por ano, enquanto o país recebia apenas cerca de seis milhões de estrangeiros.

Muitas pessoas estão passando a buscar destinos dentro do país. “O turista brasileiro está viajando no Brasil e está redescobrindo o país das pousadas do Nordeste, do vinho da Serra Gaúcha, dos barcos hotéis da Amazônia e do Pantanal, dos resorts de grande qualidade”, disse Machado.

Obstáculos

Um obstáculo para o crescimento do turismo interno, ponderou o ministro, ainda são os altos preços das passagens de avião. “É caro viajar no Brasil. O preço da passagem no Brasil é das mais caras do mundo. Temos que lutar para que tenha mais concorrência no setor de companhias aéreas. É preciso fazer apelo para que governadores reduzam o ICMS”, defendeu.

O ministro citou gargalos que contribuem para os preços altos, especialmente o valor dos combustíveis. Enquanto em outros países o peso dessa despesa varia entre 12% e 14% no custo das viagens, no Brasil é de cerca de 30%. Machado citou como ação do governo a mudança das exigências do combustível utilizado, o que barateou o insumo.

Machado afirmou, ao final do discurso, que fatores como o preço dos combustíveis fazem com que o país não tenha um ambiente propício de negócios para as companhias aéreas. Ele citou como exemplo a suspensão dos voos da Ita e lembrou que outras linhas aéreas já encerraram atividades, como Varig e Vasp. Machado pontuou que a Itapemirim já atuava no setor de transporte e a expectativa era que ela possuía “solidez”. Contudo, a firma prejudicou mais de 45 mil pessoas neste fim de ano com o cancelamento de todos os voos.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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